Silence Becomes It
Silence Becomes It é o álbum de estreia dos Silence 4. Lançado em junho de 1998, pela PolyGram, é considerado dos maiores êxitos da indústria discográfica portuguesa: ultrapassou as 240 mil cópias vendidas, alcançando a marca de sêxtupla platina. "Borrow" e "My Friends" são singles extraídos deste disco. Contexto e gravaçãoJuntos desde 1995, a banda de Leiria teve alguma dificuldade em fazer-se ouvir.[1][2] A sua sorte parece começar a mudar quando vencem o Festival Termómetro Unplugged, em 1997.[3] No rescaldo, acabam por integrar a compilação Sons de Todas as Cores, com "A Little Respect", uma revisão da canção dos Erasure.[3] O alinhamento incluía nomes como Blind Zero ou Pedro Abrunhosa, mas a Antena 3 escolheu a versão dos Silence 4 como single de apresentação da coletânea, dando-lhe forte airplay.[2] Por essa altura, já a banda tinha enviado maquetes para várias editoras, recebendo recusas consecutivas, mas graças ao êxito radiofónico acabam por conseguir um contrato discográfico.[4] A primeira maquete tinha apenas oito temas, mas onde já aparecia "Borrow".[4][5] Gravada no Castelo de Leiria, a cassete amarela foi distribuída ao público, tendo uma tiragem de 200 cópias.[2][5] Essa maquete foi lançada posteriormente, integrando a caixa antológica Songbook 2014.[1] Foi ainda gravada uma segunda maquete, com a produção de Nanã Sousa Dias, mas que só foi distribuída a editoras.[2] As editoras mostraram-se particularmente resistentes à ideia de uma banda portuguesa cantar em inglês, exigindo um reportório em português.[2] Num especial produzido pela RTP, João Miguel Almeida, à altura diretor de marketing do grupo Universal, reconheceu haver "um certo preconceito que a música feita por portugueses gravada em inglês não funcionava", o que fez com que levassem alguns meses a assinar a banda.[5] O compromisso alcançou-se com a inclusão de duas canções em português: "Sexto Sextido", que conta com a participação de Sérgio Godinho, e "Eu Não Sei Dizer".[2][4] O disco foi produzido por Mário Barreiros, uma ideia do baixista Rui Costa, e gravado nos estúdios Kasbah, no Porto.[2] Quando iniciaram as gravações, levaram cerca de cinquenta canções para o estúdio.[2] Lançamento e impactoDe início, a sonoridade semi-acústica posicionou a banda num universo ligado à música alternativa. Aliás, o concerto de apresentação do álbum foi patrocinado pela XFM (uma estação de rádio ligada essas sonoridades), mas a passagem para o universo pop foi rápida.[1] Os Silence 4 tornaram-se um fenómeno quase imediato - o disco alcançou a marca de sêxtupla platina, por mais de 240 mil cópias vendidas.[2][4][6] "Borrow" teve alta rotação na rádio e na televisão, catapultando a banda para o estrelato, num fenómeno raro na música portuguesa.[1][2] No rescaldo de um verão quente, o álbum protagonizou o concerto de encerramento da Expo 98.[7] O sucesso desse ano culmina com a consagração de um concerto esgotado no Pavilhão Atlântico, a 18 de dezembro.[6] De junho a dezembro, os Silence 4 deram mais de 90 concertos e continuaram pelo ano seguinte.[1] Realizado por Margarida Moura Guedes, o teledisco de "Borrow" foi reconhecido com a Escolha do Público na atribuição do prémio para Melhor Videoclip do Ano.[8] O tema integrou a lista de “101 Canções que Marcaram Portugal” da Blitz.[9] Além de "Borrow", também o segundo single, "My Friends", foi considerado um êxito, sendo reconhecido como uma das canções mais emblemáticas do grupo.[1][2][6] Em 2018, a Antena 3 produziu um documentário para assinalar o 20º aniversário do álbum.[10] Em 2023, na comemoração dos seus 25 anos de carreira, David Fonseca lançou uma revisão do single "Borrow" intitulada "Paranoia".[11] Alinhamento
Referências
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