Seca na Península Ibérica de 2017
CausasApesar do ano hidrológico 2015/2016, que teve quantidades superiores ao normal de precipitação, no ano hidrológico 2016/2017 teve quantidade bastante inferiores, apenas 70% da precipitação considerada como normal. O semestre de abril a setembro foi o 2º mais quente e o 2º mais seco desde 1931 em Portugal, com o maior valor da temperatura máxima do ar.[3] A concatenação de sucessivas secas meteorológicas finalmente levou a uma seca hidrológica grave, a pior desde 1931. EvoluçãoInícioAbril foi o primeiro mês com seca nos valores mais extremos (Seca severa e Seca extrema), com 0,7% na categoria de seca severa. Em junho, o valor teria multiplicado 103 vezes, para 72,3% (seca severa) e o primeiro mês com zonas na categoria de seca extrema (7,3%). Junho também foi um mês extremamente quente. O dia mais quente do ano registou-se no dia 17 de junho, daí a existência de seca extrema. Fim do ano hidrológico 2016/2017 e início do ano 2017/2018Em Espanha, foram contabilizados até 208 milhões de Euros relativos à compensação direta de seguros agrícolas às culturas afetadas pela seca.[4] As perdas de valor de mercado oficial foram de mais de 2,5 biliões de Euros.[5] Além disso, existiram várias bacias hidrográficas com alerta declarado de seca, como a bacia do Minho-Sil, Mondego e Sado.[6] Em Portugal continental, de acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), em 30 de setembro, cerca de 81% do território estava em seca "severa", 7,4% em seca "extrema", 10,7% em seca "moderada" e 0,8% em seca "fraca". Setembro foi quente, resultando num aumento da área em seca severa e extrema.[7] 18 das 60 albufeiras controladas pelo Sistema Nacional de Informação de Recursos Hídricos entraram, em agosto, abaixo dos 40% da capacidade de armazenamento. 10 delas estavam localizadas na bacia hidrográfica do rio Sado.[8] Apesar da chuva, que caiu nos dias 16/20 de outubro e 1/4 de novembro, no dia 15 de novembro de 2017 a seca extrema estendia-se em quase 100% do território continental[9] português, sendo decretado estado de alerta. No meio de novembro, a barragem de Fagilde foi enchida com água da barragem da Aguieira, a primeira operação do género em Portugal, dada a gravidade da seca.[10] Queda de chuva no fim do anoA chuva de dezembro e início de janeiro, principalmente das tempestades Ana e Bruno, conseguiu atenuar a seca a norte do Rio Tejo, sendo até inexistente na Serra do Gerês. A sul do Tejo continua a haver seca severa (58,3% do território). A seca extrema foi reduzida ao Vale do Guadiana e Sotavento Algarvio (6,4% do território). Valores de final de dezembro[11] Em 15 de janeiro de 2018, quase toda a região noroeste do território continental estava na categoria CC da capacidade do solo de armazenamento de água. No início de fevereiro, a parte leste do território ainda encontrava-se em seca severa. A 21 de fevereiro, o território português estava de novo em seca severa. Até agora 9% do território já estava novamente em seca extrema, devido à falta de chuva. A 28 de fevereiro, grande parte do território espanhol estava em seca severa e seca extrema. Fim da secaA 15 de março a seca severa deixou de afetar Portugal, com grande parte do país na categoria de normal ou chuva fraca.[12] A 31 de março a situação de seca em Portugal acabou, mas o território espanhol continua com seca fraca e moderada, principalmente na zona de Castelló de la Plana.[13] Em 1 de maio a seca finalmente acaba na Península Ibérica e as barragens rapidamente se recuperaram. Ver tambémLigações externasReferências
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