Fez o curso de Ciências Histórico-Filosóficas na Universidade de Lisboa, licenciando-se em 1948 com a tese Aproximação ao pensamento concreto de Gabriel Marcel, que seria publicada nesse mesmo ano, em Lisboa.[3][4]
Na década de 1950, lecionou História no ensino liceal e iniciou investigações com barro e olaria, experiências que viriam a traduzir-se na criação dos primeiros objetos de poesia espacial. Em 1957, publicou o primeiro volume de poesia, intitulado Espelho Cego. Foi também durante este período que obteve uma bolsa da Fundação Calouste Gulbenkian, através da qual fez uma especialização emEstética (em França e Itália, com Mikel Dufrenne, Étienne Souriau e Gillo Dorfles).[5]
É considerada uma das figuras incontornáveis da Poesia Experimental Portuguesa, tendo participado em diversas atividades promovidas no decorrer dos anos 1960-1980. Integrou a exposição coletiva Visopoemas (1965), participou no happening Concerto e Audição Pictórica (realizado na Galeria Divulgação, com Jorge Peixinho, António Aragão, E. M. de Melo e Castro, Mário Falcão, Clotilde Rosa e Manuel Baptista) e, em 1966, voltou a colaborar no segundo número da revista Poesia Experimental, apresentando “Brincade Iras / irras / B irras”.
Durante os anos 1960, escreveu Poemasdo Soporífero, obra que permaneceu inédita até à sua inclusão em Obra Poética 1957-1971, e publicou as obras Concerto em Mi Maior para Clarinete e Bateria (1964), 14563 Letras de Pedro Sete (1965) e Quadrada (1967).[9]
Após o regresso a Portugal, lecionou Estética na Sociedade Nacional de Belas Artes, tendo publicado as lições correspondentes, sem ilustrações, na revista Brotéria.[10] Um livro intitulado A Dialética das Formas, que constitui uma versão mais completa dessas mesmas lições, esteve composto em 1972, mas permanece inédito.
No ano de 1971, publicou Lex Icon, obra cuja edição italiana (1977) conta com um prefácio da autoria de Gillo Dorfles. Em 2024, a obra foi traduzida para inglês por Isabel Sobral Campos e Kristofer J. Petersen-Overton, tendo sido publicada pela editora norte-americana Ugly Duckling Presse.
Durante os anos 1970, Salette Tavares foi presidente da AICA portuguesa, tendo também dado a conhecer a sua obra em diversas exposições, em Portugal e no estrangeiro. Em 1979, apresentou a exposição retrospetiva Brincar, na Galeria Quadrum[11].
2013 - Exposição "Poesia Experimental Portuguesa" em Serralves no Centro de Ovar
2014 - Exposição no CAM - Fundação Calouste Gulbenkian, onde foram reunidos diversos trabalhos seus, abarcando a produção literária e a prática artística, estendendo-se à poesia visual, à sua exploração tridimensional, e à produção de objectos.