Salama Moussa
Salama Moussa ou Salama Musa (Zagazig, Egito, 1887 - 4 de agosto de 1958) foi um jornalista, escritor, defensor do secularismo, e pioneiro do socialismo árabe egípcio. Ele escreveu ou traduziu 45 livros, e seus escritos ainda influenciam o pensamento árabe, pois Moussa é frequentemente referido. Salama Moussa fez campanha contra a religião tradicional e pediu que a sociedade egípcia adotasse a cultura europeia.[1] Primeiros anosSalama Musa nasceu de uma família copta na cidade de Zagazig, localizada no delta do Nilo,[2] ele não tinha lembranças de seu pai devido a sua morte ocorrer quando ainda era uma criança. Seu pai deixou a família uma herança que lhes permitiu viver confortavelmente. Salama Musa recebeu sua educação primária em uma escola copta, e em 1903 ele se mudou para o Cairo para receber o ensino secundário. O Colégio Khedivial onde Moussa estudou era administrado pelos instrutores britânicos como um acampamento militar com punição severa por mau comportamento.[3] No Cairo, durante o início do século XX havia um sentimento anti-britânico enraizado no movimento nacionalista. Musa foi exposto a escritores como Farah Antun, Jurji Zaydan, e Ahmad Lutfi Al-Sayyid que discutiam ideias radicais modernas, como o darwinismo social, direitos das mulheres, e nacionalismo. Crescendo dentro de uma minoria religiosa no Egito predominantemente muçulmano, ele foi atraído para essas ideias. Depois da escola secundária Musa se interessou em estudar literatura e ciência europeia, mas foi incapaz de receber uma educação pós-secundária no Egito, porque essa educação avançada era monopolizada por Al Azhar e Dar al-'ulum, que requeriam que os estudantes necessariamente fossem muçulmanos.[4] EuropaEm 1907, Musa viajou para a Europa para continuar a sua educação e foi exposto a um ambiente moderno, secularizado e impregnado com ideologias socialistas. Musa escolheu a França como seu destino, devido esta ser considerada o centro do mundo moderno. Em Montlhéry, uma pequena aldeia perto de Paris, se interessou em estudar o socialismo e evolução, bem como incansavelmente o francês e em poucos meses ele estava lendo os jornais diários.[5] Os jornais beneficiaram Musa porque expuseram os argumentos modernos e ideias como a liberdade das mulheres, socialismo, e até mesmo sobre seu próprio Egito nativa. Lendo a imprensa diária também apresentou uma visão sobre a política e a evolução internacional. Egiptologia também foi uma grande descoberta para Musa durante a sua estada na França por ele ter sido questionado por estudantes franceses sobre pirâmides e outros monumentos sendo ele incapaz de responder. Depois de demonstrar desconhecer a história do seu próprio país Musa estava determinado a aprender sobre a civilização egípcia e a estudou intensamente após o seu regresso ao Egito em 1908.[6] Em 1909, Musa mudou-se para Inglaterra para aperfeiçoar seu inglês. Na Inglaterra, o socialismo estava em ascensão, assim como as ideias do social darwinismo. Lá teve diversas interação com membros da Sociedade Fabiana e tornou-se um membro em julho de 1909. O fabianos, além de ser uma sociedade acadêmica proeminente lutavam pela justiça social, apoiando a criação do salário mínimo, a criação saúde pública e ensino gratuito para todos os cidadãos, assim como a normatização detalhada das condições de trabalho visando atenuar o abuso do emprego de mão-de-obra. O Fabianismo desejava se livrar das classes abastadas e dar poder aos camponeses, Musa abraçou as ideias e queria aplicá-las no Egito.[6] Em 1910, ele escreveu seu primeiro livro, "Muqaddimat al-superhomem", a sua realização dos grandes diferenças na vida europeia comparada com a das vidas dos egípcios e as injustiças sociais que estes enfrentam diariamente e em 1913 publicou seu livro ‘’ Tratado sobre o socialismo’’. Em 1914, Salama Musa voltou para o Egito e começou a sua primeira revista semanal, Al-Mustaqbal, com Farah Antun e Yaqub Sarruf com temas como evolução, a unidade nacional e o socialismo. O governo controlado pelos britânico respondeu a essas ideias radicais fechando a revista depois de apenas 16 edições.[1] Os anos 1920 foram ativos para Musa assim como para o Egito, sendo considerado um período revolucionário na cultura e literatura. Musa criou um partido socialista, o qual foi rapidamente dissolvido devido a pressão e intimidação do governo.[7] Musa queria que o Egito mudasse para um pensamento europeizado e abandonasse as antigas tradições e costumes, sobre de papel das mulheres na vida egípcia e do secularismo e por isso foi criticado. Em 1936, proclamou que o socialismo iria varrer o Egito antes dele completar 100 anos. Ele passou um breve período como editor para o ministério dos assuntos sociais e, em 1942, foi preso sob a acusação de sabotagem, acusações forjadas por ele criticar a família governante.[8] Musa queria uma identidade separada da do mundo árabe, uma que fosse a identidade egípcia. Ele lutou para tentar que o dialeto egípcio fosse ensinado como língua oficial.[3] Obras
Referências
Ligações externas
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