Síndrome compartimental
Síndrome compartimental é o aumento de pressão num espaço anatómico restrito (compartimento fascial ou loja anatômica) com queda da perfusão sanguínea dos músculos e órgãos nele contidos. Caracterizada por parestesia, dor contínua, hipoestesia, edema e enrijecimento da região acometida. As causas principais podem ser a constrição de membros por aparelho gessado, curativos compressivos bem como uso inadequado de braçadeiras/manguitos para aferição não invasiva de pressão arterial (principalmente em neonatologia), além de um possível aumento de substâncias no compartimento muscular causado por edema ou hemorragia. É uma urgência ortopédica. Sinais e sintomas
Na literatura americana, os sinais e sintomas da síndrome são conhecidos por serem associados aos cinco "Ps":
O exemplo clássico é o da criança que fratura a perna ou o braço. Após a colocação do gesso inicia-se quadro de dor desproporcional e sem melhora com analgésicos. Portanto, é de fundamental importância explicar ao paciente, à mãe ou ao responsável que qualquer piora progressiva na dor é necessário o rápido encaminhamento a um hospital para a avaliação médica e, se indicado, a realização da fasciotomia.
Os sintomas da síndrome do compartimento aparecem após um esforço prolongado (como uma longa corrida) e envolvem dormência, debilidade moderada, sensação de formigamento ou dor sentida como queimante, cãibras ou pontadas. Essa dor pode durar meses ou até anos, pode ser aliviada após 10 a 60 minutos de repouso e piora com mais exercício. Geralmente ocorre na parte anterior e inferior da perna.[1] CausasComo o tecido conjuntivo que determina as lojas anatômicas dos membros tem um limite de elasticidade, o edema dos músculos, por exemplo, pode aumentar a pressão dentro das lojas. Qualquer processo patológico ou iatrogênico que aumente o conteúdo dentro desse espaço anatômico delimitado por tecido conjuntivo (no caso, a fáscia), pode causar síndrome compartimental. O aumento da pressão dentro do compartimento/loja anatômica impede a entrada de mais sangue, causa diminuição do fluxo arterial e venoso e consequente isquemia dos músculos, nervos e demais órgãos. As principais causas são:[2]
TratamentoA síndrome compartimental aguda é uma emergência médica que requer tratamento imediato. Qualquer compressão externa (torniquete, vendas, órteses ou curativos aplicados no membro afetado) deve ser removida. Os signos vitais e pressão devem ser medidos. Se não melhora, deve ser feito um procedimento cirúrgico, em menos de 6h, conhecido como fasciotomia, para reduzir a pressão no compartimento ao normal.[3] EpidemiologiaEm 70% dos casos é secundário a uma fratura. É quase dez vez mais comum em homens. É mais comum entre os 20 e 50 anos. A maior idade, a maior a perda de elasticidade, significa maior vulnerabilidade.[4] Ver tambémReferências
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