Rumina decollata
Rumina decollata, comummente conhecida como caracol-de-topo-cortado[5], é uma espécie de gastrópode da família Subulinidae, classificada por Linnaeus em 1758.[1][2] Originalmente habitando a região europeia da orla do Mar Mediterrâneo, norte da África e Próximo Oriente,[6] este caracol terrestre tornou-se numa espécie invasora na América e Extremo Oriente.[7] Descrição e hábitosA concha de Rumina decollata atinge de 2.5 a 3.5 centímetros de comprimento,[8] mais raramente podendo chegar a 4.5 cm.[3] Uma de suas principais características é o fato de que, em indivíduos adultos, o ápice da concha se apresenta truncado,[9] com o truncamento apical fechado por uma placa,[10] o que acabou lhe gerando a denominação decollata (degolada).[9][11] Após a maturação, os exemplares adultos quebram intencionalmente a ponta (protoconcha), deixando-a com uma extremidade rombuda. Há geralmente 4 a 7 voltas em espécimes adultos e um adicional de 3 a 4 voltas em juvenís.[3] Conchas em indivíduos vivos apresentam coloração acastanhada e brilhante, conchas vazias apresentam coloração branca. O animal é relativamente curto, esbranquiçado e com pigmentos escuros sob o corpo, exceto em suas ranhuras; ocasionalmente enegrecido, cinzento ou marrom esverdeado. Tentáculos superiores (antenas) de sua cabeça longos, cinzentos e ligeiramente transparentes; tentáculos inferiores muito curtos.[10][12] Possui hábitos noturnos e se mantém enterrado durante o dia, hibernando sob folhas decompostas e rochas em baixas temperaturas de inverno e em condições de estiagem. É espécie onívora, sendo considerada predadora de outros caracóis e lesmas.[8] Embora prefira se alimentar disto e de matéria orgânica, também podem comer mudas, pequenas plantas e flores, se os alimentos preferidos não estiverem disponíveis.[13] Na Europa, muitas vezes habita ambientes secos e abertos. No norte seco da África habita regiões até 5 a 10 quilômetros distantes da costa, excepcionalmente até 80 quilômetros ou mais, mas com padrões de distribuição mais isolados ao sul.[10] Se enterram até 10 cm de profundidade no interior do solo, em tais regiões. Não é muito frequente em substrato arenoso e argiloso,[10] sendo que a terra vegetal apresenta características mais favoráveis à sua reprodução, com uma maior produção de ovos.[8] Distribuição geográficaRumina decollata apresenta ampla distribuição geográfica, desde o nível do mar até os 2.000 metros de altitude,[6] sendo uma espécie invasora na América e Extremo Oriente e originalmente habitando a região europeia em torno ao Mar Mediterrâneo (Portugal[5], Espanha, França,[14] Itália, Grécia[15] e Malta,[16] sendo rara na Bulgária).[10] Na região chamada Macaronésia ela foi introduzida em Açores, Madeira e Cabo Verde,[9] também habitando o norte da África, entre o Egito e Marrocos,[15] e o oeste da Ásia (Israel,[17] Turquia, Chipre[15]).[6][7] Relatos informam a presença desta espécie na região sul dos Estados Unidos, onde foi introduzida nas costas do Atlântico, no Golfo e Pacífico. Na Virgínia, os espécimes são reportados apenas em Norfolk[18]; ou em Charleston, Carolina do Sul, no fim do século XIX,[9] e na Califórnia, durante a década de 1970, por sua caça ao molusco da espécie Helix aspersa;[19] também ocorrendo no México, Cuba, Bermudas e em toda a América do Sul,[7] aparecendo na Argentina a partir do ano de 1988 na província de Buenos Aires.[19] No Extremo Oriente da Ásia, foi detectada na China e Japão.[7] No Brasil esta espécie foi relatada nos estados de São Paulo (CONSEMA, 2009), Santa Catarina (AGUDO-PADRON, 2008), Rio Grande do Sul (AGUDO-PADRON, 2009)[8] e Paraná. Foi averiguada em 2013 sua presença em Minas Gerais, na cidade de Passos.[20] É comumente encontrada nos jardins e parques de grandes metrópoles.[carece de fontes] SubespéciesDevido a ampla variabilidade de suas conchas, Rumina decollata apresenta separação por subespécies ou formas, tais como Rumina decollata maxima (na imagem), Rumina decollata saharica[4] e Rumina decollata gracilis.[17] Um estudo afirma que o gênero Rumina está representado em toda a região mediterrânea, até agora, apenas por uma única espécie, R. decollata (Linnaeus, 1758), com vários taxa de classificação mais baixa. Infelizmente, nenhum estudo sistemático fora realizado até agora para elucidar o estado dos diversos taxa dentro deste gênero. Portanto, problemas taxonômicos e de nomenclatura existem (BANK & GITTENBERGER, 1993).[15]
Ligações externas
Referências
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