Rubinho Barsotti

Rubinho Barsotti
Informações gerais
Nome completo Rubens Alberto Barsotti
Nascimento 16 de outubro de 1932
Local de nascimento São Paulo, SP
Brasil
Morte 15 de abril de 2020 (87 anos)
Local de morte São Paulo
Gênero(s) MPB, jazz
Ocupação baterista
Instrumento(s) bateria

Rubens Alberto Barsotti, mais conhecido como Rubinho Barsotti (São Paulo, 16 de outubro de 1932 — São Paulo, 15 de abril de 2020) foi um baterista e compositor brasileiro, que fundou e fez parte do Zimbo Trio.[1][2]

Ao longo de sua trajetória, participou de trabalhos de Oscar Peterson e Joe Pass, Tommy Flanagan, Bem Tucker, Zoot Sims, Jay Migliori, Joe Romano, Roger Delillo, Herb Ellis, Gato Barbieri, Kenny Dorhan e Stan Getz, entre outros.

Biografia

Início

As irmãs de Rubinho Barsotti tocavam piano, e quando Rubinho tinha um ano e meio ou dois, seu pai, Alberto Primo Barsotti, trouxe uma orquestra para a festa de casamento de uma delas. No dia seguinte, Rubinho desceu até o porão onde o baterista contratado havia deixado seus instrumentos, e começou a mexer e desmontar tudo. Este foi seu primeiro contato com a bateria.[2]

Outras influências musicais significativas foram as orquestras da década de 1950, que ouvia em sua adolescência nos bailes, como a de Walter Guilherme, na qual inesperadamente, num certo dia, sem ter instrumento ou roupa adequada, foi convidado a substituir o baterista.[2]

Começou a cursar a Faculdade de Direito, mas abandonou seus estudos em 1964 para dedicar-se à música.[1]

Carreira musical

Rubinho Barsotti foi sempre um autodidata. Iniciou sua carreira artística participando de canjas com outros bateristas. Trabalhou com o pianista e acordeonista belga Rudy Wharton, atuando em rádio, televisão, concertos e excursões por várias capitais brasileiras.

Apresentou-se em bailes com os conjuntos de Robledo (pianista argentino), Walter Wanderley, Moacir Peixoto, Pedrinho Mattar e Pocito Perez, além da orquestra do maestro Enrico Simonetti.

Participou de todos os festivais de jazz em São Paulo, ao lado de Wilson Curia, Heraldo do Monte e Luiz Chaves, e no Rio de Janeiro, com Izzio Gross, Moacir Peixoto e Dick Farney, tendo sido contemplado com o prêmio de Melhor Baterista no programa Em Tempo de Jazz.

Em homenagem a George Gershwin, participou de gravações com Farney para o Jazz After Midnight e do primeiro Concerto de Jazz de São Paulo com o grupo de Moacir Peixoto.

Gravou o disco Brazilian Jazz Quartet, ao lado de Moacir Peixoto (piano), Casé (saxofone) e Luiz Chaves (contrabaixo).

Integrou o octeto do saxofonista Al Beleto (Orquestra de Woody Herman) para apresentações em São Paulo e a gravação do disco Beleto and His Brazilian Brothers, em 1958. No ano seguinte, tocou em Punta del Este, com o conjunto de Vadeco e Odilon.

De volta ao Brasil, formou um grupo com Dick Farney e Chu Viana, para atuar no Claridge Hotel e no Farney's Bar.

Em 1960, viajou para o Uruguai e a Argentina com o cantor Agostinho dos Santos. Em seu retorno, teve um breve convívio com o baterista Buddy Rich.

Em 1961 participou de um noneto, apresentando-se em Montevidéu (Auditório Monte Carlo e Night Club Tabaris), em Punta del Este (Casino Nogaro) e em Buenos Aires (Feira Internacional).

De 1960 a 1962, trabalhou com Pedrinho Mattar e Chu Viana, no programa Brasil 60 (TV Excelsior), comandado por Bibi Ferreira, além de ter atuado em um programa exclusivo denominado Trio.

Em 1961 apresentou-se com Tommy Flanangan (piano), Ben Tucker (contrabaixo), Kenny Dorhan (trompete) e com os saxofonistas Zoot Sims e Al Cohn, que faziam parte do grupo American Jazz Festival.

No ano seguinte participou, ao lado de Luiz Melo, Heraldo do Monte e Luiz Chaves, de uma temporada na Boite Djalma Ferreira, além de excursionar pelo Brasil com Luiz Chaves e César Camargo Mariano.

Em 1963, convidado pelo pianista Fred Feld, viajou em turnê com Luís Chaves para Portillo (Chile). De volta ao Brasil, os dois instrumentistas passaram a tocar com o pianista Moacir Peixoto, na Boite Baiúca.

Em 1964, formou, com Amilton Godói (piano) e Luís Chaves (contrabaixo), o Zimbo Trio.

Em 1973, fundou, com os demais integrantes do Zimbo Trio a escola de música CLAM (Centro Livre de Aprendizagem Musical), onde desenvolveu um importante trabalho na formação de novos músicos como foi o caso do guitarrista, compositor e arranjador Claudio Celso, que, em 1972, aos 17 anos, passou a acompanhar o trio em turnê por todo o Brasil.[3]

Morte

Rubinho possuía Alzheimer e já havia se afastado do Zimbo Trio desde 2010 pelos problemas de saúde. Após sofrer uma queda na casa de repouso onde morava, foi submetido a uma operação no fêmur que apresentou complicações, às quais não resistiu, vindo a falecer no dia 15 de abril de 2020.[4]

Discografia

  • Zimbo Trio (RGE/Som Livre, LP/1964, CD/2006)
  • O Fino Do Fino - Elis Regina E Zimbo Trio" (CBD/Philips, LP/1965, CD/1994, CD/1998)
  • Zimbo Trio – (Compacto Simples, RGE, CP/1965)
  • Zimbo Trio (RGE/Sony, LP/1965, CD/2006)
  • Zimbo Trio - Vol. 2 (RGE, LP/1966)
  • Zimbo Trio - Vol. 3 (RGE, LP/1967)
  • Elizeth Cardoso, Jacob do Bandolim, Zimbo Trio E Época de Ouro - Ao Vivo No Teatro João Caetano - 19-fev-'68 (MIS/Tartaruga(Japão)/Biscoito Fino, LP/1968, LP/1975, CD/1994, CD/2003)
  • É Tempo De Samba - Zimbo Trio + Cordas (RGE, LP/1968)
  • Zimbo Trio + Cordas – Vol. II (RGE, LP/1969)
  • Decisão - Zimbo Trio + Metais (RGE/Som Livre, LP/1969, CD/2006)
  • Elizeth E Zimbo Trio Balançam Na Sucata (Copacabana, LP/1969, CD/1992)
  • É De Manhã - Elizeth Cardoso E Zimbo Trio (Copacabana, LP/1970)
  • Strings And Brass Plays The Hits (Phonogram, LP/1971)
  • Tristeza - Zimbo Trio (RGE/Premier, LP/1973)
  • Opus Pop - Zimbo E Orquestra - Clássicos Com Bossa (Phonogram, LP/1972)
  • Opus Pop no. 2 (Phonogram, LP/1973)
  • Zimbo Trio - FM Stéreo (Phonogram, LP/1974)
  • Zimbo (RGE, LP/1976)
  • Fragmentos Inéditos Do Histórico Recital Realizado No Teatro João Caetano Em 19 De Fevereiro de 1968 - Elizeth Cardoso, Jacob do Bandolim, Zimbo Trio E Época de Ouro - vol. 3 (Museu da Imagem e do Som, LP/1977)
  • Zimbo (CLAM - Continental, LP/1978)
  • Zimbo Convida Sonny Stitt (CLAM - Continental, LP/1979)
  • Zimbo Convida Sebastião Tapajós (CLAM, LP/1982)
  • Zimbo Convida (CLAM, LP/1982)
  • Trocando Em Miúdos A Tristeza Do Jeca (CLAM - Continental, LP/1983)
  • Zimbo Interpreta Milton Nascimento (CLAM - Continental, LP/1986)
  • Zimbo Trio E Tom - Tributo A Tom Jobim – Vol. 1 (CLAM, LP/1988)
  • Zimbo Trio E As Crianças (CLAM, LP/1989)
  • Clã Do CLAM (Movieplay, CD/1992)
  • Instrumental No CCBB - Canhoto da Paraíba E Zimbo Trio (Tom Brasil, CD/1993)
  • Aquarela Do Brasil (Movieplay, CD/1993)
  • Entre Amigos - Claudya E Zimbo Trio (Movieplay CD/1994)
  • Caminhos Cruzados - Zimbo Interpreta Tom Jobim (Movieplay CD/1995)
  • Brasil Música - Série Música Viva - Zimbo Trio E Maurício Einhorn (Tom Brasil, CD/1996)
  • Zimbo Trio (RGE, CD/1997)
  • 35 Anos Ao Vivo (Movieplay, CD/1999)
  • A Música Brasileira Deste Século Por Seus Autores E Intérpretes - Zimbo Trio (SESC-SP, CD/2001)
  • Tributo A Elis Regina (Movieplay Music, CD/2003)
  • Zimbo Ao Vivo (Eldorado, CD/2007)

Referências

  1. a b «Rubinho Barsotti em Biografia». Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira. Consultado em 20 de setembro de 2014 
  2. a b c «Rubinho Barsotti em Formação». Músicos do Brasil: Uma Enciclopédia Instrumental. Consultado em 20 de setembro de 2014 
  3. «Claudio Celso». Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira. Consultado em 20 de setembro de 2014 
  4. «Morre Rubinho Barsotti, fundador do Zimbo Trio e um dos maiores bateristas do Brasil». O Globo. 15 de abril de 2020. Consultado em 15 de abril de 2020