Rocha de Sousa
João Manuel Rocha de Sousa (Silves, Silves, 29 de agosto de 1938 — Lisboa, 3 de outubro de 2021), foi um professor, crítico de arte e artista plástico português.[1][2] Rocha de Sousa teve um papel de destaque na redefinição do ensino artístico em Portugal, em particular no período posterior ao 25 de Abril de 1974. BiografiaRocha de Sousa diplomou-se em pintura na Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa (ESBAL) (1955-1961). Ingressou como docente nessa mesma escola em 1964. Realizou as provas de Agregação nesta instituição em 1970 (modelo da reforma de 1957), passando a Professor Agregado da ESBAL. Já depois da constituição da Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa o seu percurso académico foi consolidado pela realização das provas de Agregação Universitária (1997), onde obteve unanimidade, após o que se reformou.[1] Dedicou grande empenho à reforma do Estudos Superiores de Arte, sendo importante protagonista na revisão curricular que se seguiu ao 25 de Abril de 1974 e no processo de integração da ESBAL na Universidade de Lisboa que deu origem à Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa. "A sua personalidade humanista, marcou o desenho curricular bahausiano da reforma de 74-76 nas Belas-Artes, contribuindo para criação de novo perfil e competências de gerações de jovens estudantes, que viria a permitir a integração da Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa na Universidade de Lisboa".[1] Também teve atividade na Universidade Aberta, Lisboa, "onde regeu a unidade curricular de Tecnologia do Vídeo no Mestrado de Comunicação Educacional Multimédia e a de Didáctica da Educação Visual e simultaneamente, como assessor em matérias de ordem artística e similares na mesma Universidade".[1] Com longa atividade como crítico de arte, ao longo dos anos colaborou em jornais e revistas da especialidade, nomeadamente no Jornal de Letras, Artes e Ideias. Foi membro da Secção Portuguesa da Associação Internacional de Críticos de Arte (A.I.C.A.) e da Academia Nacional de Belas Artes. Pertenceu aos corpos diretivos e técnicos da Sociedade Nacional de Belas Artes (SNBA).[3] Esteve envolvido em cinema para TV, séries culturais; desenvolveu trabalhos de ensaio nos domínios do cinema e vídeo, alguns integrados em planos de estudo da Universidade Aberta. Desenvolveu pesquisa e publicou inúmeras obras no âmbito da teoria e didática da arte: publicações na UA (Didáctica da Educação Visual) além de «Ver e Tornar Visível», a par de estudos publicados pela C. Imprensa Nacional, pelos livros sobre Luís Dourdil, Pedro Chorão, Eduardo Nery. Publicou um estudo sobre a obra gravada de Teixeira Lopes. Escreveu obras de ficção e de teatro: «Amnésia», «Crónica de Guerra: Angola 1961» (Contexto Editora), «Passos Encobertos» (Figueirinhas), «A Casa Revisitada», e também «A Culpa de Deus» (Tartaruga), possuindo obras em torno da ESBAL, «Coincidências Voluntárias» «A Estrela de Jonas» (teatro), «Nojo aos Velhos».[4][5] Realizou uma obra plástica autónoma que foi apresentada em inúmeras mostras individuais e coletivas. Entre as suas exposições individuais destacam-se: Galeria do Diário de Notícias, Lisboa (1967); Galeria Quadrante, Lisboa (1968); Galeria de Arte Moderna, SNBA, Lisboa (1969-1982); Galeria Municipal de Silves (1983); Galeria 111; Museu de Angola; Galeria Municipal de Almada; etc.[4][6] Prémios e homenagens
Referências
Ligações externas
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