Rita Piçarra
Rita Piçarra (Lisboa, 14 de Maio de 1979) é uma ex-empresária portuguesa. Ficou conhecida pela sua carreira em grandes empresas internacionais, principalmente a Microsoft, e pela sua decisão em deixar de trabalhar aos 44 anos após ter alcançado a independência financeira, que segundo a Ordem dos Contabilistas Certificados, provocou "uma grande repercussão e debate em todo o país".[1] BiografiaNasceu na cidade de Lisboa, em 14 de Maio de 1979, numa família de origens humildes.[1] Frequentou o Instituto Superior de Contabilidade e Administração de Lisboa, onde diplomou-se em auditoria.[1] Logo após a sua formação académica, integrou-se numa das maiores empresas do mundo na área da auditoria, a Deloitte.[1] Entrou para a Microsoft em 2005,[2] onde ocupou vários cargos de alta gestão, tanto em Portugal, onde foi directora financeira, como noutros países, como Espanha, França e Estados Unidos da América.[3] No total, trabalhou durante cerca de duas décadas, sempre em posições de liderança em grandes empresas internacionais.[4] Ao longo do seu percurso de trabalho recebeu várias distinções, destacando-se a melhor gestora financeira da Microsoft na região da América Latina, em 2016.[4] Assumiu o posto de directora financeira da divisão portuguesa da Microsoft em 2018, tendo a empresa descrito as suas funções como «liderar o departamento financeiro da tecnológica, tendo a seu cargo decisões de investimento em negócios. Como marca profissional tem o culto da relação de proximidade com clientes finais, com o propósito de levar aos homólogos das organizações o know-how da tecnológica, alavancando assim o negócio da Microsoft Portugal na nuvem. Está ainda encarregue de conduzir a estratégia financeira da empresa, em estreita colaboração com as equipas de Negócio (vendas) e Compliance».[2] Em 2000 tornou-se membro da Ordem dos Contabilistas Certificados.[1] Em 17 de Junho de 2023, aos 44 anos de idade, deixou de trabalhar,[5] decisão que foi anunciada num podcast do jornal Expresso, em 28 de Agosto desse ano.[6] Segundo uma entrevista feita à Ordem dos Contabilistas Certificados em Junho de 2024, esta decisão foi tomada após "muitos anos de planeamento", tendo-se iniciado em 2006, ano da morte de seu pai, quando percebeu que "o mais importante é termos tempo para tudo aquilo que nós gostamos, do que estarmos indefinidamente a trabalhar para que, um dia, possamos receber uma pensão da Segurança Social".[1] Revelou que para poder atingir esta meta, cumpriu "um plano financeiro muito apertado, que incluiu, claro, muita poupança e muito investimento", além de "uma grande dose de ambição para ir crescendo na carreira para auferir um salário melhor, compatível com os objetivos traçados".[1] Entrevistada pela revista Portugal Mundo Empresas, explicou que "poupei, sempre, o máximo que consegui. Vivi uma vida minimalista, abaixo das minhas possibilidades. Quanto mais poupei, mais consegui investir de forma diversificada. Nunca recorri a créditos ao consumo e criei um orçamento pessoal para entender para onde estão a ir os meus gastos fixos e variáveis, os essenciais e os supérfluos. Este orçamento permitiu-me entender quanto dinheiro gasto por mês e por ano e quanto necessitava para manter o meu nível de vida depois de deixar de receber um salário de uma empresa".[3] Em Novembro de 2023, foi um dos oradores no evento Tomorrow Summit, organizado pela Federação Académica do Porto.[7] A sua experiência em deixar o mercado laboral foi descrita no livro A vida não pode esperar – Uma estratégia para conseguir deixar de trabalhar, publicado pela editora Contraponto.[4] Destacou-se igualmente na prática do surf, onde foi campeã regional pela Associação de Surf da Costa de Caparica, e no kickboxing, onde ganhou o campeonato nacional em 1997, na categoria de seniores – 50KG.[2] Referências
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