Reparato apareceu pela primeira vez em 535, no contexto do sínodo conveniado em Cartago, quando enviou delegação chefiada pelo diáconoLiberato para encontrar-se com o papa João II(r. 533–535) em Roma.[1] Na missão, enviou carta na qual alegremente falou sobre o fim da repressão arianista e o início do governo do imperadorJustiniano(r. 527–565) na recém-fundada Prefeitura pretoriana da África no lugar do Reino Vândalo.[2] Em 546, quando Cartago foi tomada pelo rebelde Guntárico, deu garantias de salvo-conduto ao governador Areobindo, que estava escondido num mosteiro local, par que pudesse se encontrar com o rebelde. Como citado pelo historiadorProcópio de Cesareia, Areobindo somente rendeu-se aos apelos do bispo quando as garantias dele foram juradas por rito batismal. Apesar disso, contudo, o oficial seria assassinado[3] e Guntárico assumiria por alguns meses o comando da província, até também ser assassinado num golpe arquitetado pelo general Artabanes.[4]
Na década de 540, para além dos conflitos políticos, o Ocidente bizantino foi agitado pela Controvérsia dos Três Capítulos. Reparato e os demais bispos africanos mostraram-se contrários ao édito imperial de 544 no qual exigia-se que o papa Vigílio(r. 537–555) e os bispos ocidentais condenassem os Três Capítulos como forma de impor uma conformidade doutrinária. Vigílio sucumbiu à pressão, provocando a reação dos bispos africanos, que conveniaram concílio em Cartago em 550.[5] O imperador convocou a Constantinopla o papa e os líderes do concílio, dentre eles Reparato, Primásio de Hadrumeto, Firmo de Tipasa e Verecundo de Junce. Reparato foi exilado em 552 em Euceta, onde faleceu em 563, e o diácono Primoso foi instalado como novo bispo, a contragosto do clero e povo. Em 553, com a condenação dos Três Capítulos no Segundo Concílio de Constantinopla, os oponentes de Reparato obtiveram mais apoio a Primoso como bispo.[5] Aparentemente o diácono Liberato permaneceu ao lado de Reparato até seu falecimento.[1]
Amory, Patrick (2003). People and Identity in Ostrogothic Italy, 489–554. Cambrígia: Imprensa da Universidade de Cambrígia. ISBN0-521-52635-3
Burns, J. Patout; M. Jensen, Robin (2014). Christianity in Roman Africa: The Development of Its Practices and Beliefs. Grand Rapids, Michigão: Wm. B. Eerdmans Publishing. ISBN146744037XA referência emprega parâmetros obsoletos |coautor= (ajuda)
Martindale, John R.; Jones, Arnold Hugh Martin; Morris, John (1992). The Prosopography of the Later Roman Empire - Volume III, AD 527–641. Cambrígia e Nova Iorque: Imprensa da Universidade de Cambrígia. ISBN0-521-20160-8A referência emprega parâmetros obsoletos |coautor= (ajuda)
Means, Joseph Calrow (1870). Smith, William, ed. Dictionary of Greek and Roman Biography and Mythology. II. Boston: Little Brown and Company