Reino Hamádida Nota: "Beni Hammad" redireciona para este artigo. Para o sítio arqueológico na Argélia, veja Alcalá dos Banu Hamade. Para a dinastia parónima do Médio Oriente, veja Hamadânidas.
O Reino Hamádida foi um reino do Magrebe fundado pela dinastia berbere dos hamádidas ou Banu Hamade (em árabe: بنو حماد; romaniz.: Banū Ḥammād; em tifinague: ⴰⵢⵜ ⵃⴻⵎⵎⴰⴷ; romaniz.: Āït Ḥammād) que pertenciam à confederação tribal dos sanhajas que reinou no Magrebe Central (parte do que é hoje a Argélia) de 1015 a 1152. A dinastia foi fundada por Hamade ibne Bologuine por secessão da dinastia zírida devido a disputas familiares. Desapareceu a seguir à conquista do Magrebe Central pelos almóadas. HistóriaHamade ibne Bologuine, filho do fundador da dinastia zírida, Bologuine ibne Ziri, declarou-se independente dos Zíridas, reconhecendo a legitimidade dos califas abássidas de Bagdade. Em 1016, depois de pouco menos de dois anos de conflito, é concluído um acordo com os Zíridas, mas estes só em 1018 é que reconhecem a autoridade dos hamádidas. A capital hamádida começa por ser Alcalá, tendo mudado para Bugia quando foi ameaçada pelo Banu Hilal.[1] Os hamádidas tornaram Bugia uma das cidades mais prósperas do Magrebe e do Mediterrâneo e os seus palácios inspirariam a Alhambra de Granada.[carece de fontes] As incursões dos Banu Hilal, enviados pelo Califado Fatímida a partir de 1052, enfraqueceram muito a dinastia, que acabaria definitivamente com a chegada dos almóadas. Os hamádidas conquistaram aos Berberes ifrânidas de Tremecém várias cidades importantes, como Setife, Constantina e Massila, antes de serem atacados pelos Banu Hilal. Numa primeira fase, os Ifrenidas foram aliados políticos dos hamádidas, mas depois aliaram-se aos Banu Hilal. O Reino de Tremecém, que tinha permanecido nas mãos dos Ifrenidas, foi conquistado por esta coligação,[2] com a derrota de Abu Soda, o último emir ifrenida, em 1058.[3] O terceiro emir almorávida Iúçufe ibne Taxufine (r. 1071–1106) atacou os Ifrenidas, os magrauas e todos os Zenetas. Conquistou Salé, na costa ocidental de Marrocos, aos Ifrenidas e matou Laguate, casando-se depois com uma das suas ex-mulheres, uma zeneta de nome Zainebe. Iúçufe ibne Taxufine prossegue depois com as suas conquistas a norte, tomando Fez em 1075, Tremecém em 1080,[4] que entretanto estava de novo nas mãos dos Ifrenidas, e depois Icósio (Argel).[5] Os Almorávidas só pararam o seu avanço nas fronteiras dos Zíridas e dos hamádidas,[6] tendo acabado por ser derrotados pelo emir hamádida Almançor (r. 1088–1105), sendo obrigados a retirar para o Magrebe Ocidental (atual Marrocos).[4] Segundo outras fontes, os Almorávidas foram vencidos pelos hamádidas em 1102, tendo abandonado Tremecém e Achir.[7] Segundo outra versão, Nácer ibne Alanas (r. 1062–1088) matou o seu primo Bologuine, tornando-se o emir hamádida, e reconquista Achir, N'Gaous, Miliana, Constantina, Argel e Hâmeza em 1063.[8] Apesar dos avanços dos Banu Hilal, o Reino Hamádida conheceu grande prosperidade durante o reinado de Almançor. Este monarca reforçou as suas tropas Sanhajas e Zenetas com mercenários árabes para lutar contra os Almorávidas, a quem tomou Tremecém em 1102 ou 1103. Reconquistou também Anaba e Constantina aos Zíridas e subjugou revoltas berberes. Depois dele, o poderio hamádida não pára de declinar. O seu filho Abdalazize (r. 1105–1121/1222 ou 1124/1125) ainda logra conquistar Jerba e repelir os Árabes da região de Hodna, mas o seu filho Iáia (r. 1221/1122 ou 1224/1225–1152), de quem se dizia que só se interessava por caça e por mulheres, não conseguiu impedir um ataque dos Genoveses contra Bugia em 1136 e foi ainda menos capaz de travar a invasão dos almóadas que acabou com o seu reino.[9] Emires hamádidas
Notas e referências
Bibliografia
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