Raul Ellwanger
Raul Moura Ellwanger (Porto Alegre, 17 de novembro de 1947) é um músico e compositor brasileiro. BiografiaIniciou sua carreira artística em 1966, no circuito universitário de Porto Alegre.[1] Em 1968, era estudante de Direito na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, trabalhava como estagiário no escritório de advocacia de Afrânio Araujo e de Carlos Araujo, e era um dos articuladores da Frente Gaúcha da Música Popular.[2] Sua composição O gaúcho foi finalista no Festival da TV Excelsior, no Rio de Janeiro, em 1968, com uma letra provocativa à ditadura militar: “pros milicos trago estrago, pro inimigo outro balaço...”.[2] Identificou-se com grupos que, mais tarde, viriam a formar a Vanguarda Armada Revolucionária, participou da reunião em que a VAR se cindiu e houve a criação da Vanguarda Armada Revolucionária Palmares, na qual permaneceu.[3] Com o endurecimento do regime, foi condenado pela Lei de Segurança Nacional por militância em organização proibida, passando à clandestinidade.[2] Mudou-se para o Rio de Janeiro e com a prisão de dirigentes da VAR, parte para o exílio no Chile, em 1970.[2] Ali estudou Sociologia na Universidad Concepción, na cidade de Concepción por um ano, depois mudando-se para Santiago.[2] Além da ajuda da família, contava com recursos advindos de aulas de violão e de traduções de artigos de sociologia que fazia para a revista da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso), onde um de seus amigos mais próximos, Roberto Heinz Metzger, era diretor gráfico.[2] Morava com sua companheira Eliana Chaves e a família de Roberto Metzger num pequeno apartamento, quando aconteceu o golpe contra Salvador Allende.[2] Os moradores do apartamento se dispersaram e ele passou para a Argentina, em 1973.[2] Em Buenos Aires reencontrou Eliana, sua companheira e, depois de dois meses, reviu Roberto, a quem ele procurara no Estádio Nacional e que passava pela Argentina rumo à França.[2] No exílio escreveu diversas canções, entre elas O pequeno exilado, tentando mostrar a perspectiva dos filhos dos exilados que, sem entender nada do que estava acontecendo, seguiam seus pais; e Te Procuro Lá, a partir da letra de Ferreira Gullar.[4] Voltou para o Brasil em 1979, quando lançou seu primeiro disco, Teimoso e Vivo (1979), com a participação de Wagner Tiso, Zé Gomes e Jerônimo Jardim.[1] Desde então atuou ativamente no cenário musical local, brasileiro e internacional, gravando outros discos, trabalhando em parcerias com músicos destacados, organizando eventos musicais, compondo trilhas sonoras para programas de TV e para o teatro, recebendo vários prêmios.[1] Na sua discografia se encontram os discos Raul Ellwanger (1980), Gaudério (1984), Portuñol (1985), Luar (1992), La cuca del hombre (1984), Boa-Maré (2004) e Ouro e Barro (2007). Como compositor de música para a TV criou o tema principal e a trilha sonora original da novela O Meu Pé de Laranja Lima (TV Bandeirantes), e teve músicas incluídas nas telenovelas Sinhá Moça (TV Globo) e Um Homem Muito Especial, Cavalo Amarelo e Pé de Vento, todas da TV Bandeirantes.[1] Para o teatro compôs as trilhas sonoras das peças Em farrapos e Quarto poder, ambas de Delmar Marques.[1] Suas canções mais conhecidas são Pialo de sangue, com 30 gravações em cinco países e quatro idiomas, Cigana tirana, Praia do Rosa, Eu só peço a Deus, La cuca del hombre, Te procuro lá e Meu braço de violão (com Paulinho Tapajós).[1] Pialo de sangue foi apontada, em votação pública organizada pela RBS, como uma das dez melhores músicas da história do estado.[1] Já gravaram composições suas intérpretes como Elis Regina, Mercedes Sosa, Renato Borghetti, Beth Carvalho, Paulinho Tapajós, Cenair Maicá, além da dupla Pena Branca e Xavantinho.[1] Prêmios e indicações
Recebeu o Prêmio Selection Radio France International em 1992.[1] Referências
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