Quinto Fábio Vibulano (cônsul em 467 a.C.) Nota: Quinto Fábio Vibulano redireciona para este artigo. Não confundir com seu tio paterno, Quinto Fábio Vibulano (cônsul em 485 e 482 a.C.).
Quinto Fábio Vibulano (em latim: Quintus Fabius Vibulanus) foi um político da gente Fábia nos primeiros anos da República Romana eleito cônsul por três vezes, em 467, 465 e 459 a.C., com Tibério Emílio Mamerco, em seu segundo consulado, Tito Quíncio Capitolino Barbato, em seu terceiro consulado, e Lúcio Cornélio Maluginense Uritino respectivamente. Foi um dos decênviros do Segundo Decenvirato (450). Era filho de Marco Fábio Vibulano, cônsul em 483 e 480 a.C. e foi pai de Quinto Fábio Vibulano Ambusto, cônsul em 423 a.C., Marco Fábio Vibulano, cônsul em 442 a.C., e Numério Fábio Vibulano, cônsul em 421 a.C..[1] Segundo Lívio, foi o único varão da gente Fábia a ter escapado da morte depois da desastrosa campanha dos Fábios contra Veios que culminou no massacre da família na Batalha de Cremera em 477 a.C..[2][a] Primeira consulado (467 a.C.)Quinto Fábio foi eleito cônsul pela primeira vez com Tibério Emílio Mamerco,[3][2] que novamente apoiou a Lei Agrária (Lex Cassia agraria). Novamente houve forte discordância por parte de senadores e dos proprietários de terras, temerosos de perderem suas terras. Quinto Fábio propõs distribuir à plebe apenas as terras conquistadas dos volscos no ano anterior pelo cônsul Tito Quíncio Capitolino Barbato, fundando uma colônia perto de Anzio (em latim: Antium).[2] Esta solução conseguiu manter a paz social na cidade, mas não agradou à população, que se sentiu afastada de casa. Somente uns poucos aderiram e uma parte das terras acabaram distribuídas entre os aliados latinos e hérnicos, e, quando não havia mais pretendentes, uma parte foi devolvida aos habitantes de Anzio.[3] A Quinto Fábio foi dado o comando da campanha contra os équos, que preferiram evitar o confronto e fugiram do caminho dos romanos. Delegado dos senadores, Quinto Fábio firmou a paz com os équos com uma única imposição, a de participar, a critério dos romanos, de campanhas militares às suas próprias custas.[3] Lívio, por outro lado, relata que os tratados de paz entre romanos e équos não tiveram sucesso algum.[2] Segundo consulado (465 a.C.)Quinto Fábio foi eleito novamente em 465 a.C., desta vez com Tito Quíncio Capitolino Barbato.[4][5] Os dois cônsules invadiram o território dos équos, culpando-os de não terem mantido a paz firmada com os romanos, violando-a com seus frequentes raides. A batalha, travada perto do monte Algido, foi favorável aos romanos, que tomaram o acampamento inimigo. Na ocasião ainda ocorriam numerosos raides équos em território romano, com um grande temor se espalhando entre os fazendeiros. Tito Quíncio encerrou a confusão perseguindo os salteadores e levando-os direto para uma emboscada preparada por Quinto Fábio, que os aniquilou definitivamente.[4] Neste mesmo ano, Roma realizou um censo, cujo resultado foi celebrado por Tito Quíncio:
Terceiro consulado (459 a.C.)Finalmente, Quinto Fábio foi eleito novamente em 459 a.C. com Lúcio Cornélio Maluginense Uritino.[6][7] Durante seu terceiro mandato, conduziu o ataque contra os volscos, que estavam entrincheirados na colônia em Anzio (em latim: Antium), enquanto seu colega garantia a segurança do território romano frente a possibilidade de um ataque dos équos.[8] Dionísio, por outro lado, relata que o ataque a Anzio e a vitória romana sobre os volscos e seus aliados rebeldes na colônia teria sido conduzida por Lúcio Cornélio.[9] Logo depois de derrotar os volscos, Quinto Fábio soube que os équos haviam tomado a fortaleza de Túsculo. Cientes da ajuda prestada pelos tuscolanos no ano anterior, durante a Revolta de Ápio Erdônio, os romanos imediatamente enviaram ajuda aos seus aliados.[10] Ao final, os équos não foram derrotados pelo exército, mas pelo longo cerco. Obrigados a saírem da cidade, nus e sem armas, foram massacrados por Quinto Fábio perto do monte Algido. Naquele ponto, não restou nada mais para os équos além de aceitarem uma paz nos termos romanos.[10] Se no relato de Lívio a reconquista de Túsculo foi longa e difícil, no de Dionísio, os équos abandonaram a cidade tão logo viram o exército romano se aproximar da cidade.[6] Quinto Fábio finalmente liderou seu exército contra os ecetranos, que não quiseram enfrentá-lo numa batalha campal.[6] Os dois cônsules, ao retornarem a Roma, receberam a honra de um triunfo,[9] e voltaram aos seus esforços para impedir a votação da Lex Terentilia, continuando a política obstrucionista do Senado iniciada quatro anos antes. No décimo censo, realizado no final de seu consulado, contaram-se 117 319 cidadãos romanos.[7] DecenviratoEm 450 a.C., Quinto Fábio foi eleito decênviro no Segundo Decenvirato (em latim: Decemviri Legibus Scribundis Consulari Imperio),[11] que, apesar de produzir aquilo que estabelecia seu mandato original, a reforma do ordenamento legal romano através da criação da Lei das Doze Tábuas, foi caracterizado por um forte viés anti-popular e autoritário, tanto que os magistrados chegaram a ultrapassar os limites de seus mandatos. No escopo da luta contra os sabinos e équos, Quinto Fábio, ajudado pelos colegas decênviros Mânio Rabuleio e Quinto Petélio Libo Visolo, foi encarregada a condução das operações contra os primeiros.[12] Entre os seus soldados estava Lúcio Icílio, noivo de Vergínia, e Públio Numitório, tio dela, futuros tribunos da plebe. Em 449, depois de re-estabelecidas as prerrogativas dos tribunos da plebe pelos cônsules Lúcio Valério Potito e Marco Horácio Barbato, Quinto Fábio foi acusado pelos tribunos de ações ilegais durante seu decenvirato e, por isto, foi exilado e teve seus bens confiscados,[13] Ver também
NotasReferências
Bibliografia
Ligações externas
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