Publicação digital
O conceito de publicação digital é de difícil definição. Ainda assim, e num sentido lato poder-se-á dizer que publicação digital engloba todas as edições produzidas sob a forma de um suporte apenas legível por máquinas. Também o projecto NEDLIB utiliza uma definição algo semelhante, definindo-a como "um documento difundido sob formato legível por máquina". Mas este projecto vai mais longe considerando que uma publicação digital engloba quer objectos nascidos digitais, quer objectos que foram digitalizados a partir do seu suporte analógico. Assim sendo, poder-se-ão considerar no âmbito das publicações digitais toda uma miríade de publicações para além dos livros que são disponibilizados on-line, inclusive periódicos, bases de dados bibliográficas, um simples romance publicado num Web site ou até mesmo um conjunto de imagens transferidas por e-mail. Uma publicação digital é pois um objecto virtual que dependente do sistema informático que o elaborou. Não sendo perceptível por si necessita do recurso de um sistema intermediário – hardware e software – que permite a sua descodificação. HistóriaSe atendermos ao simples conceito de publicação digital como referimos anteriormente, poderemos especular que a publicação digital se iniciou assim que os primeiros computadores puderam comunicar entre si. Facto que poderá ser situado algures no início dos anos 60 nos EUA, após a criação das primeiras redes de computadores. No entanto importa explicar quais os principais passos que tornaram as publicações digitais tão largamente difundidas actualmente. A ideia de livro digital, que por sua vez não deixa ele próprio de ser uma forma de publicação digital, remonta a 1968 quando Alan Kay criou a ideia de Dynabook. Pouco depois, em 1971, nasce o projecto Gutenberg, cujo objectivo era a disponibilização de obras literárias em formato digital mediante o recurso a uma rede de computadores existente à época. O seu fundador, Michael Hart estava convicto que num futuro próximo estas redes estariam ao dispor de um elevado número de utilizadores, e de facto não se enganou. Com o advento da Internet o número de publicações digitais deverá ter crescido de forma quase imensurável. Existia, no entanto, uma grande limitação no que concerne à transmissão de material gráfico, pois a maior parte dos utilizadores estavam limitados a textos em formato ASCII, ou seja, a médias alfabéticas. O fenómeno que de facto veio possibilitar a existência e disseminação de um tão grande número e sobretudo de uma tão diversificada variedade de publicações digitais foi o desenvolvimento da World Wide Web em 1992. A World Wide Web possibilitou o desenvolvimento do conceito de hipermédia, e o consequente "nascimento" de novos e populares géneros de publicações digitais, tais como as revistas on-line ou os news services. Surgem também neste período as primeiras "livrarias" digitais, como a BiblioBytes de Glenn Hauman. O volume de publicações digitais torna-se tão intenso que irá exigr, também do início dos anos 90, um esforço legislativo por parte dos países mais desenvolvidos no sentido de regulamentar a propriedade intelectual em ambiente digital. O desenvolvimento em quantidade e diversidade de publicações digitais continuou durante toda a década de 90 de forma absolutamente exponencial, tendo a sua continuidade nos nossos dias, na medida em que cada vez mais populações têm acesso aos objectos digitais. Actualmente existem inúmeros exemplos de publicações digitais: e-books, e-journals, e-mails, Web sites, blogs, etc. Características de uma publicação digital on-lineUma publicação digital on-line acaba por absorver as características próprias da ambiência Web, registando algumas diferenças fundamentais quando comparada com a publicação analógica tradicional em suporte de papel. Assim a publicação digital acarreta consigo algumas das vantagens que caracterizam a web e os Web Services:
Construindo uma publicação digital on-lineMesmo se exceptuarmos as formas de publicações digitais mais simples como e-mails ou blogs, o desenvolvimento e a disponibilização na Internet de uma publicação digital pode ser feita com recurso a um computador pessoal e por qualquer indivíduo que possua conhecimentos relativamente básicos de linguagens como o HTML (HyperText Markup Language) ou XML (Extensible Markup Language) e que possa aceder a um editor para a criação de páginas Web. Existem inclusivamente disponíveis on-line alguns programas não-proprietários que automatizam a geração dos atributos da linguagem de programação HTML a partir de simples ícones e botões nas barras de ferramentas. Já no campo do software proprietário, uma das ferramentas mais poderosas é o Microsoft Frontpage. O qual, além de um editor, traz acoplado um programa de administração e gestão de Web sites. Também da parte da Netscape fazendo parte do Netscape Communicator, existe um bom editor de HTML, o Netscape Composer, que também é muito fácil de usar. O Netscape Communicator pode ser encontrado no site da Netscape.[2] Outros editores disponíveis para download incluem o GNNpress,[3] o HotDog,[4] o HoTMetaL Para o,[5] o HTML Assistant Para o,[6] o HTML Easy,[7] e os brasileiros W3e [8] e Web Script.[9] Para a produção de uma publicação online, além de um editor de HTML, poderão ser necessários também um programa de edição de imagens (Photoshop, Corel Photopaint, etc.) e um scanner para as fotografias e gravuras. É aconselhável também ter os dois navegadores mais populares instalados no micro (Netscape e Internet Explorer) para verificar os resultados do trabalho em ambos. Nas editorasAs editoras de revistas e jornais passaram há adotar o meio eletrônico de divulgação de conteúdo através de soluções de revistas digitais. Com o advento dos tablets o modo de ler acabou mudando e hoje em dia há quem prefira receber a versão impressa na tela do computador a ter que manusear um papel. Alguns exemplos de veículos que utilizam esse formato: Abril[10], Editora Globo[11] entre outras. Essas soluções para criar uma revista digital hoje em dia são fáceis de encontrar. No exterior a mais comum e utilizada são o Pressreader[12], issuu[13] e a PageSuite[14]. Já no Brasil a solução de destaque fica por conta do Mavenflip[15] que é utilizada pelo governo federal por trabalhar com software livre e Presslab[16] utilizada por jornais e revistas. Ainda há muitos obstáculos para a remoção completa do "impresso" mas todos estão caminhando nesta direção e muito em breve teremos novos dispositivos de leitura que irão nortear o formato de veicular conteúdo. Preservação digitalMais cedo ou mais tarde todo o material proveniente de uma publicação digital vai-se tornar obsoleto pois qualquer plataforma tecnológica que o sustente, quer se trate de hardware ou software, acaba inevitavelmente por se tornar obsoleta e desaparecer do mercado, tornando assim a recuperação da informação contida nos objectos digitais que necessitam dessas mesmas plataformas, uma tarefa difícil e sobretudo por vezes bastante dispendiosa. Existem então diversas estratégias de preservação digital que apresentam soluções para tentar contornar tal problema, as mais habituais são:
Notas e referências
Bibliografia
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