Proton Mail (anteriormente conhecido como ProtonMail) é um serviço de correio electrónico encriptado de ponta a ponta, fundado em 2013 em Genebra, Suíça. Utiliza encriptação do lado do cliente para proteger o conteúdo de correio electrónico e os dados do utilizador antes de serem enviados para os servidores Proton Mail, ao contrário de outros fornecedores de correio electrónico comuns como o Gmail e o Outlook.com. O serviço pode ser acedido através de um cliente de webmail, a rede Tor, ou aplicações dedicadas iOS e Android.
O serviço é oferecido pela empresa suíça Proton AG (anteriormente conhecida como Proton Technologies) em modalidades gratuitas e pagas.
A primeira versão pública foi um beta em 2014, que teve que ser tirado do ar após três dias devido a um número inesperado de acessos. Durante seus estágios iniciais, recebeu mais de quinhentos mil dólares através de um crowdfunding na plataforma Indiegogo, além de outros investimentos e doações. Ao longo de sua história o serviço de email foi alvo de ataques do tipo DDoS e bloqueios judiciais, tendo aparecido também em filmes e séries de televisão, notoriamente no seriado americano Mr. Robot.
O Proton Mail foi fundado de uma reunião de engenheiros da Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear (CERN), nomeadamente Jason Stockman, Andy Yen, e Wei Sun, após as revelações de Edward Snowden sobre a NSA[1][2] Estreou em versão beta em 16 de maio de 2014.[3] Após três dias, o beta público teve que ser suspenso devido a excesso de uso.[4]
Dois meses depois, a Proton recebeu 550 377 dólares de 10 576 doadores em um crowdfunding na plataforma Indiegogo (o objetivo era arrecadar cem mil dólares).[5] Durante a arrecadação, a PayPal congelou a conta da Proton, impedindo o saque de 251 721 dólares em doações. A justificativa dada pela PayPal foi de dúvidas sobre a legalidade do uso de criptografia, afirmação essa dita infundada por opositores ao congelamento.[6][7] No dia seguinte, a conta foi liberada novamente.[8] Em 18 de março de 2015, o Proton Mail recebeu 2 milhões de dólares da Charles River Ventures e da Fondation Genevoise pour l'Innovation Technologique (Fongit).[9]
Ataques DDoS
De 3 a 7 de novembro de 2015, o Proton Mail sofreu ataques do tipo DDoS, deixando-o indisponível.[10] Em julho de 2018, sofreu novos ataques.[11] Em setembro de 2018, um dos responsáveis pelo ataque foi preso pela polícia da Grã-Bretanha.[12]
Bloqueios
Em novembro de 2019, a Proton afirmou que os IPs do Proton Mail ProtonVPN estavam bloqueados em todo território da Bielorrússia. Após quatro dias, o bloqueio foi desfeito. Nenhuma explicação foi providenciada.[13]
Em janeiro de 2020, o governo russo bloqueou o Proton Mail em todo o território nacional.[14] A justificativa dada foi a recusa da empresa em fornecer informações ao governo russo.[15][16] A empresa alega que não recebeu notificações do governo russo.[17][18]
SimpleLogin
Em abril de 2022, O Proton Mail foi integrado ao SimpleLogin, um serviço adquirido pela Proton AG que gera endereços de e-mail aleatórios que direcionam o correio eletrónico à caixa de entrada do usuário, cujo uso inclui a proteção da privacidade online e proteção contra spam.[19]
Infraestrutura
A empresa tem sede em Genebra,[20] enquanto os servidores estão hospedados pela própria Proton AG em duas cidades suíças, a fim de evitar que a jurisdição norte-americana e europeia interfiram em suas operações, como no caso da Lavabit.[21][22][23] O serviço utiliza criptografia do lado do cliente, utilizando os algoritmos AES, RSA e OpenPGP.[24] Além da criptografia, o serviço oferece serviço de autodestruição de mensagens e criptografia simétrica.[25][26]
O serviço de backend é de código fechado. A empresa afirma que liberar o código fonte do backend não adiciona confiança ao serviço, pois o usuário final não consegue verificar que esse é o código que está de fato rodando nos servidores da Proton.[27][28] O código para a interface web é aberto,[29] bem como para os aplicativos móveis,[30][31] e a aplicação ProtonMail Bridge.[32]
Serviços
Além do serviço de internet convencional, a empresa oferece aplicativos para smartphones e disponibiliza acesso para o navegador Tor.[33] A empresa também providencia um serviço de VPN, ProtonVPN.[34]
O serviço de email é oferecido em múltiplos planos. Em 2021, eles eram:[35]
↑«Im geheimen Datenbunker von Attinghausen». Schweiz aktuell (video) (em alemão). Schweizer Radio und Fernsehen - SRF. 5 de setembro de 2012. Consultado em 20 de fevereiro de 2017
↑«ProtonMail responds on Twitter». We don't have a stand-alone back-end that can be installed for small deployment, because our backend software is optimized for large deployments with millions of users and distributed infrastructure.
↑«ProtonMail responds on Reddit». We don't plan to open source the back-end code, because it doesn't add trust (users can't verify what code is running on the backend) and doing so would given away information about how we do anti-spam and anti-abuse.