Projeto de Pedro Paulino Guimarães para o Plano Piloto de Brasília
ContextoEm 1956, o então Presidente da República, Juscelino Kubitschek, que tinha como uma de suas principais metas de governo a transferência da capital federal do Rio de Janeiro para o Planalto Central e estava em seu primeiro ano de mandato, anunciou o Concurso para o Plano Piloto de Brasília, processo licitatório este que teve edital publicado no Diário Oficial da União, no dia 30 de setembro daquele ano e foi organizado pela Comissão de Planejamento da Construção e da Mudança da Capital Federal, comissão criada por Kubitschek após Oscar Niemeyer, arquiteto de sua confiança, recusar-se a realizar o projeto urbanístico, optando e se responsabilizando apenas pelo planejamento arquitetônico das edificações.[2] As condições e normas previstas no documento compreendiam a participação exclusiva de pessoas físicas ou jurídicas domiciliadas no país, regularmente habilitadas para o exercício da engenharia, da arquitetura e do urbanismo e um plano de cidade, transcrito em papel com tinta e cópia heliográfica, contendo um traçado básico, indicando a disposição dos principais elementos da estrutura urbana, projetada para quinhentas mil pessoas em uma área de cinco mil quilômetros quadrados, com um relatório de justificativa dos cálculos e do esquema cartográfico.[3] Ao todo, foram realizadas 62 inscrições no concurso, entre pessoas físicas e jurídicas, sendo a maioria esmagadora de pessoas físicas, das quais algumas se dividiram em equipes para a idealização das propostas, que totalizaram 26 anteprojetos. O plano de Pedro Paulino Guimarães foi feito em equipe com Luiz Mario Sarmento Brandão, José Lambert de Mattos Dodibei, Theodore Ding-Wen Wu, Carlos Enrique Virviescas Pinzón, Róger Solórzano Marín e Luiz Mariano Paes de Carvalho, que ficou responsável somente pelo planejamento agrícola. No cadastro, o plano estava como o anteprojeto de número 21.[2] PropostaO projeto de Pedro Paulino Guimarães para o Plano Piloto de Brasília foi baseado nas principais referências urbanísticas internacionais, com ênfase nos princípios da vertente orgânica de Frank Lloyd Wrigh, que tem como uma de suas premissas o diálogo com os elementos naturais do sítio, e nos princípios de Lewis Munford, que traz a característica da vertente culturalista para a cidade. Assim, sua proposta compreendia a construção de uma cidade distribuída nos braços do lago, conservando as matas existentes e controlando estritamente a exploração do solo na atividade agrícola a fim de evitar a degradação do meio ambiente. O plano buscava, ainda, garantir a valorização da cultura da comunidade, com um arquitetura heterogênea que valorizasse a diversidade social da população brasileira. [4] Decisão do júriO júri do concurso, composto por dois representantes da Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap), um representante do Instituto de Arquitetura do Brasil, um representante do Clube de Engenharia e dois urbanistas estrangeiros, deveria selecionar dez finalistas, embora somente os cinco primeiros classificados fossem receber premiações, sendo um milhão de cruzeiros para o primeiro lugar, quinhentos mil cruzeiros para o segundo lugar, quatrocentos mil cruzeiros para o terceiro lugar, trezentos mil cruzeiros para o quarto lugar e duzentos mil cruzeiros para o quinto lugar.[5] O resultado foi divulgado no Diário Oficial da União no dia 25 de março de 1957, sendo eleito vencedor o projeto do arquiteto e urbanista Lúcio Costa, proposta que se caracterizava, principamente, por um Eixo Rodoviário e um Eixo Monumental, e foi executada. Já a equipe de Pedro Paulino Guimarães, mesmo não estando entre os cinco projetos premiados, foi uma das dez escolhidas para compor o quadro de autores finalistas que conceberiam, definitivamente, a Nova Capital.[4] Referências
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