Povo ket
Os Kets (em russo: Кеты; ket: денг) são um povo siberiano que fala a língua ket. No Império Russo, eram chamados ostiaques, sem diferenciá-los doutros povos siberianos. Depois foram chamados ostiaques do Ienissei, porque viviam na bacia baixa e média do Rio Ienissei no Krai de Krasnoiarsk na Rússia.[3] Os kets modernos viviam na margem leste do rio antes de serem submetidos à Rússia entre os séculos XVII e XIX. De acordo com o censo de 2010, havia 1220 kets na Rússia.[1] HistóriaAcha-se que os kets são os únicos sobreviventes dum antigo povo nómada que teria vagado pela Sibéria central e meridional. Na década de 1960 o povo yugh foi reconhecido como grupo singular mas muito relacionado. Os kets de hoje são descendentes das tribos de pescadores e caçadores da taiga do Ienissei, os quais adoptaram algumas das características das tribos que originariamente povoavam a Sibéria meridional. Estas primeiras tribos caçavam, pescavam e comiam veado nas zonas mais a Norte.[1] Os ket foram anexados à Rússia no século XVII. Os seus esforços para resistir foram desmanchados quando os russos os deportaram a diferentes lugares para destruir a sua resistência. Isto também destruiu o seu sistema social extremamente organizado patriarcal e a sua forma de vida desfeita. Alguns morreram de fome, outros de doenças trazidas da Europa. No século XIX os kets já não podiam sobreviver sem comida fornecida pelo estado russo.[4] No século XX, os soviéticos forçaram a colectivização dos kets. Foram oficialmente reconhecidos como kets na década de 1930 quando a União Soviética começou a implementar a política de autodeterminação em relação aos povos indígenas. Porém, as tradições kets continuaram a ser suprimidas e a iniciativa grupal foi desencorajada. A colectivização foi completada pela década de 1950 e a língua e o estilo de vida russo foi implementado dentre os kets.[carece de fontes] A população ket tem estado bastante estável desde 1923. De acordo com o censo e 2002, haviam 1.494 kets na Rússia. Isto compara-se com os 1.200 que havia no censo de 1970. Hoje em dia os kets vivem em pequenas aldeias junto às margens dos rios e já não são nómadas.[carece de fontes] CulturaO xamanismo era uma práctica viva na década de 1930, mas na década de 1960 quase já não era possível encontrar xamães autênticos. O xamanismo não é um conjunto homogéneo de creenças. O xamanismo dos kets partilhava características com o dos povos mongólicos e turcomanos.[5] Além disso, havia vários tipos de xamães ket,[6][7] diferindo na função (ritos sagrados, curação), poder e animais associados (veado, urso).[7] Também, entre os kets (como em muitos outros povos siberianos como os Karagas[8][9][10] há evidência do uso de esqueletos simbólicos.[5] Hoppál interpreta isto como símbolo do ressurgimento xamânico,[11] embora também possa simbolizar os ossos da mobelha (o animal ajudante do chamã, ligando o mundo aéreo e o aquático, tal como a história do xamã que viajou ao céu e ao mundo marino).[12] A figura de esqueleto representa o ressurgir xamânico também entre outras culturas siberianas.[13] De acordo com Leonid Kyzlasov, os kets eram mencionados pelos historiadores chineses como gente siberiana de olhos azuais e cabelo claro, mas Kyzlasov não menciona de que fontes chinesas ele estava a falar.[14] O historiador linguístico Edward Vajda diz que algumas análises de ADN têm mostrado ligação genética com os tibetanos, os bramás, entre outros.[15]
Referências
Bibliografia
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