Pousaflores
Pousaflores é uma povoação portuguesa sede da Freguesia de Pousaflores do Município de Ansião, freguesia com 25,28 km² de área[1] e 802 habitantes (censo de 2021)[2], tendo, por isso, uma densidade populacional de 31,7 hab./km². Até 1836 foi sede de concelho autónomo, constituído apenas pela freguesia da sede. Nessa data foi incorporado no extinto concelho de Chão de Couce. Povoada desde antes da nacionalidade, a freguesia de Pousaflores é uma das que mais recentemente se integraram no Município de Ansião, juntamente com as freguesias de Chão de Couce e Avelar, a partir de 7 de setembro de 1895, depois de, todas três, terem constituído o concelho de Chão de Couce, e, mais tarde, pertencido ao concelho de Figueiró dos Vinhos, durante quase quarenta anos, mais concretamente, entre 24 de outubro de 1855 e 7 de setembro de 1895. Pousaflores foi um dos concelhos como o foram cada uma das "Cinco Vilas". O seu nome aparece no documento real de 4 de junho de 1451, data da carta de doação desta terra, por parte de D. Afonso V, ao Conde de Vila Real, D. Pedro de Meneses. Mais tarde, já sede de concelho, o Rei D. Filipe I, através de documento datado de 7 de outubro de 1594, confirmou a doação de D. Afonso V, ao Conde de Vila Real, uma vez que os sucessores deste, lhe prestaram sempre bons serviços. HistóriaPousaflores foi elevada à categoria de Vila, pela Carta de Foral que lhe foi outorgada pelo Rei D. Manuel, em 12 de novembro de 1514. Como sede de concelho, teve Câmara, Pelourinho e Justiça própria. Pelo Foral de D. Manuel, os moradores de Pousaflores eram obrigados a pagar, segundo António Augusto da Costa Simões (op. cit. mais abaixo) em cada ano, de pão e tremoços, chegando o monte a quatorze alqueires, e ainda que os excedesse, tiravam-se três alqueires a todo o monte; e o resto que ficava, pagava de seis um. De vinho e linho, de oito um. Neste tempo (século XVI), e de acordo com o cadastro de 1527, Pousaflores tinha no seu termo os seguintes moradores: Aldeia de Lisboa a pequena, 8; Aldeia da Portela, 13; Gramatinhas, Albarrol, Bairrada e Vale da Vide, 22; Aldeia do Pereiro e Cabeço do Boi, 14. Tinha de seu termo, meia légua para os lados da Cidade de Coimbra e Vila de Penela, e dois tiros de besta para a de Maçãs de D. Maria. Pertenceu, sucessivamente, à Comarca de Ourém, à Comarca de Tomar, à Comarca das Cinco Vilas e à Comarca de Ansião, a que ainda pertence actualmente. Foi pertença, tal como as outras vilas vizinhas, do Conde de Vila Real, até à Restauração da Independência, data em que foi transferida para a Coroa, e, logo a seguir, para a Casa do Infantado. A Paróquia de Nossa Senhora das Neves, segundo Américo Costa (Dicionário Chorographico de Portugal Continental e Insular – 1930) era vigararia da apresentação do Grão-Prior do Crato. No entanto, o Padre Luís Cardoso, no seu Portugal Sacro-Profano ou Catálogo Alfabético (1767) ao referir-se a Pousaflores, que designa ainda por Pouza-Fóles, escreve: «Freguezia no Bispado de Coimbra, tem por Orago Nossa Senhora das Neves, o Pároco he Vigario da apresentação do Infantado, rende noventa mil reis: dista de Lisboa vinte e sete leguas, e de Coimbra sete, tem duzentos e quarenta e seis vizinhos». O Dr. António Augusto da Costa Simões que foi médico do Partido das Cinco Vilas e Arega, entre 1843 e 1847, e que escreveu a Topographia Medica (1860), sobre a área geográfica do seu Partido, fornece-nos dados mais pormenorizados e fidedignos acerca da Paróquia de Pousaflores. Revela que em 1712, a Côngrua rendia 90 mil réis, sendo35 mil réis em dinheiro, quatro alqueires de trigo, seis almudes de vinho, seis arráteis de cera, e o resto de pé de altar. Na altura da guerra civil entre liberais e absolutistas (1834), a Côngrua rendia já 40 mil réis em dinheiro, oito arráteis de cera e os mesmos quatro alqueires de trigo e seis almudes de vinho. Apenas quatorze anos mais tarde (1848) a Côngrua passou a render 200 mil réis, sendo 130 mil réis de contribuição paroquial, e 70 mil réis de pé de altar e passais. Segundo o Dr. Costa Simões, em 1848, as capelas do público, existentes na freguesia eram as seguintes: de S. Bartolomeu, no Pereiro de Baixo; de S. Caetano, na Portela de S. Caetano (segundo o autor, nesta capela já não se celebrava missa há muitos anos); de S. José, em Lisboinha; de S. Lourenço, na Portela de S. Lourenço; de S. Miguel, no Pessegueiro; de S. Sebastião e de S. Saturnino, em Albarrol (de acordo com o Dr. Costa Simões, na Capela de S. Saturnino também não se diz missa há muitos anos); de Santo António, na Gramatinha; e de Nossa Senhora do Pranto, na Venda do Negro. PatrimónioEntre o rico património existente nesta freguesia, destacamos: a Igreja de Nossa Senhora das Neves, a Capela de Nossa Senhora do Pranto e o Alto da Serra da Portela. A Igreja de Nossa Senhora das Neves de uma só nave, com cobertura em madeira de três planos. A Capela-Mor que era abobadada, e de grande interesse artístico, pela talha dourada que possuía, ardeu há mais de trinta anos. Guarda duas imagens de carácter popular, em pedra, com algum interesse: S. Sebastião e a padroeira, Nossa Senhora das Neves. No lugar da Venda do Negro, existe a Capela de Nossa Senhora do Pranto, onde há séculos convergiam muitos peregrinos a pagarem as suas promessas. No Alto da Serra da Portela desfruta-se uma soberba vista panorâmica sobre os vales serranos, onde existe um moinho de vento, miradouro e relógio de sol. Nesta Serra existem muitos fósseis. São aí excelentes as condições para a caça à perdiz, coelho e lebre e para organização de montadas aos javalis. Uma última nota curiosa, é que o Parque de Jogos local (Campo Padre António Lopes de Melo) guarda algumas das antigas cadeiras retiradas do Estádio da Luz. DemografiaNota: Nos anos de 1864 a 1890 pertencia ao concelho de Figueiró dos Vinhos, tendo passado para o atual concelho por decreto de 7 de setembro de 1895. A população registada nos censos foi:[2]
Associações existentes na Freguesia
PatrimónioReferências
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