O nome Poti está aparentemente ligado ao nome antigo "Fásis", porém a sua etimologia ainda é alvo de intenso debate acadêmico. O nome gregoPhasis (Φάσις) é registrado pela primeira vez na Teogonia, de Hesíodo (por volta de 700 a.C.), como o nome de um rio (Rio Fásis), e não de cidade. Já se sugeriu que o nome não teria uma origem helênica, e seria derivado de um hidrônimo local, como o zan-georgiano*Poti, o suana*Pasid, ou até mesmo uma palavra semita que significaria "rio de ouro".[1]
Durante a Antiguidade clássica a área foi ocupada pela pólisgrega de Fásis, fundada por colonos de Mileto, liderados por um certo Temistágoras, no fim do século VII a.C..
Após muitos anos de incerteza e ferrenhas disputas acadêmicas, o sítio exato desta cidade antiga parece ter sido determinado com alguma segurança, devido à arqueologia subaquática. Aparentemente, o lago que o antigo autor grego Estrabão havia descrito como localizado próximo a um dos lados da cidade acabou por submergir boa parte dela. Ainda assim, uma série de questões que dizem respeito à exata localização da cidade e à identificação de suas ruínas ainda permanecem sem respostas, devido principalmente aos processos geomorfológicos, exercidos ao longo de séculos na região, à medida que as camadas mais baixas do rio Rioni acabaram sofrendo alterações no seu percurso, por toda a área pantanosa. Fásis parece ter sido um centro importante de comércio e cultura da Cólquida, por todo o período clássico.[2][3] O trecho ao longo do rio Fásis fazia parte da rota comercial que ligava a Índia ao mar Negro, citada por Estrabão e por Plínio, o Velho.[4]
No século VIII o nome Poti foi registrado pela primeira vez nas fontes escritas georgianas. Continuou a ser uma localidade focada no comércio marítimo, dentro do Reino da Geórgia, e era conhecida pelos viajantes medievais europeus como Fasso.[6] No século XIV, a República de Gênova estabeleceu uma feitoria comercial na cidade, que acabou tendo curta existência.
História moderna
Em 1578, Poti foi conquistada pelo Império Otomano. Os turcos, que chamaram a cidade de Faş, construíram fortificações pesadas e a transformaram num de seus principais postos de fronteira no Cáucaso, onde havia um grande mercado de escravos. Um exército combinado dos príncipes da Geórgia ocidental recuperou Poti em 1640, porém a cidade caiu para os otomanos novamente em 1723. Outra tentativa fútil de libertar a cidade do jugo otomano foi feita pelas forças russo-georgianas em 1770 e 1771, e a partir do momento em que a Rússia tomou conta da maior parte do território georgiano, no século XIX, suas forças tentaram novamente destruir o forte turco em Poti. Apesar da empreitada eventualmente ser bem-sucedida, com o auxílio de tropas georgianas, em 1809, o Tratado de Bucareste forçou a devolução do território e da fortaleza aos otomanos. A próxima Guerra Russo-Turca trouxe a cidade definitivamente ao domínio russo, onde foi subordinada à gubernia ("província") de Cutais, e recebeu o estatuto de cidade portuária em 1858. O porto marítimo foi construído entre 1863 e 1905. Em 1872, a cidade tornou-se o ponto final da Ferrovia Transcaucásica, que passava diretamente por Tbilisi.