A ordem não foi adoptada por muitos dos contemporâneos de Gäumann, a maioria dos micologistas e trabalhos de referência preferiam usar uma ordem artificial e mais abrangente, Aphyllophorales, para os poliporos e outros fungos não lamelados. Quando se fez uma tentativa de de introdução de uma classificação dos fungos mais natural baseada na morfologia nas décadas de 1980 e 1990, esta ordem foi uma vez mais esquecida. Um trabalho de referência de 1995 colocava a maioria dos poliporos e fungos corticioides em Ganodermatales, Poriales, e Stereales.[6]
Situação actual
Pesquisas moleculares, baseadas na análise cladística de sequências de ADN, ressuscitaram e redefiniram Polyporales (também conhecida como clade poliporoide).[7][8][9][10] Muito embora ainda estejam por resolver os limites exactos da ordem e das famílias que a constituem, o grupo nuclear dos poliporos mantém-se na família Polyporaceae, com espécies adicionais em Fomitopsidaceae e Meripilaceae. Inclui também poliporos em Ganodermataceae, antes classificados numa ordem separada, Ganodermatales, com base na morfologia distinta dos seus basidiósporos. Os fungos corticioides de Cystostereaceae, Meruliaceae, Phanerochaetaceae, e Xenasmataceae estão também incluídos, bem como os fungos "couve-flor" de Sparassidaceae.[11] A família Steccherinaceae foi redefinida em 2012 para conter a maioria das espécies dos géneros poroides e hidnoidesAntrodiella, Junghuhnia, e Steccherinum, bem como membros de outros 12 géneros hidnoides e poroides tradicionalmente incluídos nas famílias Phanerochaetaceae, Polyporaceae, e Meruliaceae.[12] Foram adicionados vários géneros novos a Steccherinaceae em 2016.[13]
Habitat e distribuição
Trata-se de uma ordem cosmopolita e contém cerca de 1800 espécies de fungos.[9] Todas as espécies de Polyporales são saprófitas, na sua maioria decompositores de madeira, pelo que são tipicamente encontrados em árvores vivas ou moribundas ou em madeira morta. As espécies de Polyporales causadoras de podridão branca são degradadores eficientes do polímero lenhina, e são um componente importante do ciclo do carbono.[10]
Existem vários géneros classificados em Polyporales que, por razões várias, não foram classificados em nenhuma família específica. Alguns são pouco conhecidos e/ou não foram incluídos nos estudos de ADN filogenéticos, ou se o foram, não se demonstrou claramente a sua afinidade com qualquer das famílias já nomeadas (em alguns casos haverá que criar uma nova família e não tanto esclarecer a sua posição taxonómica). Entre eles incluem-se:
↑Zhao CL, Cui BK, Song J, Dai YC (agosto de 2014). «Fragiliporiaceae, a new family of Polyporales (Basidiomycota)». Fungal Diversity. doi:10.1007/s13225-014-0299-0
↑Binder M, et al. (2005). «The phylogenetic distribution of resupinate forms across the major clades of mushroom-forming fungi (Homobasidiomycetes)». Systematics and Biodiversity'. 3: 113–157. doi:10.1017/s1477200005001623
↑Hjortstam K, Ryvarden L (2004). «Some new tropical genera and species of corticioid fungi (Basidiomycotina, Aphyllophorales)». Synopsis Fungorum. 18: 20–32
↑ abMiettinen, O.; Rajchenberg, M. (2012). «Obba and Sebipora, new polypore genera related to Cinereomyces and Gelatoporia (Polyporales, Basidiomycota)». Mycological Progress. 11 (1): 131–147. doi:10.1007/s11557-010-0736-8