Plataforma P-36
A P-36 foi a maior plataforma semissubmersa de produção de petróleo no mundo, antes de seu naufrágio em março de 2001, que levou a 11 óbitos.[1] A plataforma era de propriedade da estatal brasileira Petrobras, custou 350 milhões de dólares e apresentava-se como um ícone da importância e tamanho da empresa na época.[2] O acidente de seu naufrágio representou a maior perda[nota 1] financeira da história do Brasil no segmento da exploração e produção de petróleo.[3] HistóriaSua construção teve início na Itália em 1995 com um casco semissubmerso (com colunas estabilizadoras) e terminou no Canadá em 2000. A P-36 iniciou sua operação em 2000 pela Petrobrás no campo de Roncador, Bacia de Campos, distante 130 km da costa do estado do Rio de Janeiro,[2] sendo projetada para produzir 180 000 barris de petróleo por dia, comprimir cerca de 7,2 milhões de m³ de gás por dia e abrigar entre 115 a 120 pessoas a bordo. A unidade chegou a produzir cerca de 5 a 6% da produção total de óleo da Petrobras.[1] Na madrugada do dia 15 de março de 2001 ocorreram três explosões em uma das colunas da plataforma, sendo a primeira às 0h22min e a segunda às 0h39m (não há informações sobre o horário da terceira explosão). Segundo a Petrobras, 175 pessoas estavam no local no momento do acidente, das quais 11 morreram, todas integrantes da equipe de emergência da plataforma. Depois das explosões, a plataforma inclinou-se em 16 graus, devido ao bombeamento de água do mar para o seu interior, o suficiente para permitir alagamento, que levou ao seu naufrágio. Tentativas de resgate e aprumo foram feitas em seguir, injetando-se nitrogênio e ar comprimido nos tanques, para remover a água acumulada, porém sem sucesso, abandonaram a mesma. No momento do acidente, a plataforma produzia cerca de 84 000 barris de petróleo e 1 300 000 metros cúbicos de gás, por dia, oriundos de 6 poços interligados.[4] A plataforma afundou cinco dias após as explosões, no dia 20 de março, em uma profundidade de 1 200 metros e com estimadas 1 500 toneladas de óleo ainda a bordo. Segundo a agência nacional de petróleo (ANP) do Brasil, o acidente foi causado por "não-conformidades quanto a procedimentos operacionais, de manutenção e de projeto".[5] Segundo o relatório de investigação do acidente realizado pela ANP, 6 atividades marcantes, que tinham relação direta com o naufrágio da unidade, apresentaram não-conformidades, sendo eles: alagamento da coluna e flutuador, a admissão de água de lastro em proa bombordo, submersão contínua da plataforma, a evacuação e abandono da plataforma, as tentativas de salvamento da plataforma e o impacto ambiental.[6] Em 2007 a P-36 foi substituída pela plataforma P-52, FPSO P-52, construída em Singapura e no Brasil.[2] PuniçõesSegundo levantamento realizado pela empresa Marsh, o acidente representou perdas[nota 1] da ordem de US$ 500 milhões à época do acidente, o que significa cerca US$ 905 milhões ajustado para o ano de 2019.[7] o Ibama multou a Petrobras pelo derramamento de óleo bruto e diesel (havia cerca de 10 mil barris estocados) e pela dispersão química feita à época e considerada danosa pelos órgãos ambientais. o vazamento de óleo e diesel ocorreu a 150 km do litoral, o que evitou maiores danos aos ecossistemas costeiras.[8] O Ministério Público Federal ingressou com uma ação civil pública cobrando R$ 100 milhões de reparações. [8] Em 2018, a judicialização das punições aplicadas pelo Ibama e as exigidas pelo Ministério Público Federal (MPF) atingiam o valor de R$ 1,469 bilhão. [8] NotasReferências
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