Pedro Vieira de Almeida
Pedro Vieira de Almeida (Lisboa, 12 de dezembro de 1933 – Porto, 12 de setembro de 2011) foi um arquiteto português. Exerceu a sua atividade em Portugal, Cabo Verde e Moçambique. Para além da prática da arquitetura e do planeamento, teve importante atividade enquanto teórico, crítico e historiador da arquitetura.[1] Biografia e obraFilho do professor e filósofo Francisco Vieira de Almeida, formou-se na Escola Superior de Belas Artes do Porto em 1963.[1] As suas primeiras reflexões no âmbito da teoria da arquitetura integraram a sua tese para obtenção do diploma de arquiteto (1962-64). "Inaugurando o que podemos designar por geração fundadora da crítica, Pedro Vieira de Almeida tende a fazer evoluir a sua obra no sentido de um crescente empenhamento na área da história da arquitetura, articulando a teoria do espaço com o valor do tempo e a noção de passado, analisando os aspetos da produção arquitetónica num sistema interpretativo global".[1] A partir do final da década de 1950 integrou o atelier de Nuno Teotónio Pereira e Nuno Portas, tendo colaborado em diversos projetos: Igreja do Sagrado Coração de Jesus (1962), casa de Vila Viçosa (1959), Mosteiro de Sassoeiros.[1] Foi bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian, em Inglaterra, para a realização do "Estudo das relações entre o espaço da arquitetura e o comportamento". Datam dessa época "Espaço Perdido" (Jornal Letras e Artes, 1965) e as primeiras abordagens à obra de Siza Vieira.[1] No final da década de 1960 propõe uma nova interpretação da obra de Raul Lino, por ocasião da exposição sobre esse arquiteto, "exaltando a modernidade contida no agenciamento do espaço e a organicidade patente na valorização do sítio".[1] Em 1970 vence o Concurso da Igreja dos Olivais (concluída em 1979); dois anos mais tarde obtém o primeiro lugar no Concurso Internacional para a Urbanização de Vilamoura. Em 1972 inicia o Plano da Avenida da Liberdade, onde defende os valores de unidade-significado da Avenida enquanto eixo estruturador da cidade, valorizando não apenas os edifícios mas igualmente os ambientes urbanos. Entre 1975 e 1977 dirige o Gabinete de Apoio Técnico (GAT) de Bragança (1975-77); nos dois anos imediatos trabalha na reconstrução de Moçambique.[1] Ao longo das décadas de 1980 e 1990 aprofunda as suas reflexões teóricas, publicando História da Arte Moderna (1986) e "A Noção de passado na Arquitetura das décadas difíceis" (Rassegna, Milano, 1994). Participa na organização de exposições sobre autores-chave como Carlos Ramos ou Viana de Lima.[1] Pedro Vieira de Almeida marcou o debate arquitetónico desde os anos de 1960 em diante. Participou em numerosos seminários, conferências, encontros e debates. Publicou em revistas nacionais e internacionais."Fazendo da história da arquitetura um elemento importante da disciplina arquitetónica, propôs uma crítica da génese da arquitetura que aprofunda a compreensão da obra arquitetónica nas suas relações entre estrutura e arte, como consequência direta de processos sociais, onde é manifesta uma coerência histórica e interpretativa".[1] Organizou um curso de iniciação à arquitetura na Sociedade Nacional de Belas Artes. Foi professor no Ar.Co (1973-75) e na Escola Superior Artística do Porto (década de 1980). Dedicou-se à docência da Arquitetura em várias instituições, a principal das quais foi a Escola Superior Artística do Porto (ESAP), onde foi professor de Teoria da Arquitetura (1998-2009) e a cujo Conselho Científico presidiu. Foi fundador e investigador do Centro de Estudos Arnaldo Araújo de que era diretor à data da sua morte.[1] Publicações principais [1]
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