Nascido em um lar católico, tinha pouco contato com a religião. Pouco frequentava a igreja em sua adolescência no Rio de Janeiro e, segundo o próprio, foi usuário de maconha. Mais tarde, Braconnot conheceu Janires, e sua aparência simples chamou a atenção de Pedro. Em 1981, o músico decidiu participar de um retiro realizado pela Igreja Presbiteriana de Copacabana em Juiz de Fora.[2]
“
[...] fiz um propósito com Deus de passar um fim de semana sem fumar ou beber e em um retiro da igreja presbiteriana em Juiz de Fora entreguei a minha vida para ele. O Senhor começou a falar claramente comigo sobre seu amor por mim e seu interesse pessoal em minha vida. Então eu quis conhecer a Deus e começou minha vida cristã.
”
Janires convidou Braconnot a, juntamente com ele formar uma banda chamada Rebanhão. Mesmo não completamente envolvido na igreja e de todo o processo ocorrido ali, decidiu aceitar.
Se formou técnico em mecânica pelo CEFET. Estudou engenharia mecânica pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro mas não chegou a se formar por causa das viagens com a banda Rebanhão que viajava por todo o Brasil nas décadas de 80 e 90.
Carreira
Em 1981 era gravado o primeiro álbum do Rebanhão, e assim como os posteriores, Pedro Braconnot ficou a cargo dos teclados, pianos e sintetizadores. Existem composições do músico em quase todos os álbuns da banda, exceto em Janires e Amigos, ao qual é considerado por alguns como um álbum solo de Janires Magalhães Manso, embora seja creditado como parte da discografia do Rebanhão. Em Mais Doce que o Mel, a primeira gravação que participou, foi registrada a sua primeira composição, "Refúgio".[3][2]
Entretanto, o cantor tornou-se vocalista do conjunto a partir do álbum Semeador, o primeiro projeto do Rebanhão pós-Janires. Dividindo os vocais com Carlinhos Felix e Paulo Marotta, interpretou "A Flor do Campo", de sua autoria. Conforme os anos, sua participação nas composições e vocais da banda aumentou. É autor de "Razão", uma das canções de maior destaque do grupo lançada no álbum Novo Dia.[3][2]
O ápice da participação de Pedro na formação clássica foi no álbum Princípio, ao qual foi autor da maioria das músicas, tendo duas da obra alcançado alto destaque ("Fronteiras" e "Palácios"). Após Pé na Estrada, em que assinou canções como "Elo Perdido" e "Ovelha Ferida", passou a ser líder absoluto do grupo com a saída de Felix e Marotta.[4]
Paralelamente a isso, Pedro tornou-se produtor musical no início da década de 90. Foi responsável pelos arranjos e direção do álbum Tá Decidido de Cristina Mel, formando a partir daí uma longa parceria com a cantora.[5] Braconnot ainda produziu outros álbuns de Cristina,[6] como Recomeçar,[7] e compôs canções para a mesma, como "Ame Mesmo Assim".[8]
Em 1992, conheceu Denise Cerqueira, cantora que Pedro Braconnot contribuiu na produção e seleção de repertório de vários discos. Renova-me, Eterno Amor, Minha Adoração e Meu Clamor são resultados desta parceria. Sérgio Lopes também foi um dos cantores ao qual produziu. Juntamente com Pablo Chies gravou e produziu discos de vários artistas, em um estúdio particular no Rio de Janeiro.[2]
Braconnot também participou do álbum Amo Você Vol. 2, duetando com a ex-esposa Ayna Braconnot, num projeto de músicas românticas lançadas pela gravadora MK Music.[9]
Em 2004, o cantor viajou para os EUA, onde permaneceu até em 2008. No país, teve forte contato com a língua local. De volta ao Brasil,[2] mais tarde mudou-se para Caratinga, onde fundou uma escola de Ingles e pastoreou uma casa de oração na mesma cidade, no estado de Minas Gerais.[10] Concilia também a carreira musical com trabalhos na área de TI. Em 2019 se formou na faculdade Estácio de Sá em Gestão de TI e desde 2015 trabalha na assessoria de Marcelo Crivella no senado e na prefeitura do Rio de Janeiro.
Pedro Braconnot foi, juntamente com o Rebanhão, um dos responsáveis pela atualização da música protestante brasileira. Segundo suas próprias palavras, numa entrevista à professora Márcia Leitão, "a música do Rebanhão era mais uma visão horizontal, de evangelismo. E é um movimento que tá crescendo hoje porque houve, agora nos anos 90, crescimento muito grande também da música de adoração também com uma linguagem mais coloquial" (apud p. 75).
Em 2014, o cantor e tecladista reuniu o Rebanhão como vocalista e tecladista. Ao lado de Carlinhos Felix e Paulo Marotta, produziu o álbum 35, lançado em 2017.[11][12]
Equipamentos
Pedro sempre foi amante da tecnologia e seu estúdio foi um dos primeiros a usar gravação de áudio digital com edição não linear sincronizada com fitas de rolo usando o Digidesign Session 8[20], antecessor do Avid Pro Tools[21]. No álbum Luz do Mundo, o segundo do Rebanhão, Pedro utilizou um piano de cauda elétrico Yamaha CP70 juntamente com um sintetizadorProphet-5,[13] amplamente utilizado por músicos e bandas do mundo inteiro, como Richard Wright (Pink Floyd).
Nos shows do Rebanhão no fim da década de 80, juntamente com o início dos anos 90, Braconnot usou no palco, diversos teclados, entre eles, Korg M1, Korg 01W-FD, Korg DSS-1, Korg Poly-800, Ensoniq ESQ1, Roland D-50.
Vida pessoal e família
Pedro Braconnot tem cinco filhos e é casado com Josiane Martins Braconnot.
GADELHA. “Talento e determinação”, revista Show Gospel, ano 03, nº11.
PINHEIRO, Márcia Leitão. Na 'pista' da fé: música, festa e outros encontros culturais entre os evangélicos do Rio de Janeiro. Tese de doutorado. Rio de Janeiro: IFCS-UFRJ, 2006.