Paulo Marcos del Greco
Paulo Marcos Nogueira del Grecco, ou Paulo Marcos del Greco (Espírito Santo do Pinhal, 04 de julho de 1932 – Espírito Santo do Pinhal, 18 de janeiro de 2017) foi um poeta, tradutor e ensaísta brasileiro. Na década de 1950, em Campinas, cidade onde passou parte da sua juventude[1], concluiu alguns dos seus primeiros cursos relacionados a arte e literatura no Centro de Ciências Letras e Artes (CCLA) e publicou ensaios e críticas em jornais locais. Graduado em Filosofia na Pontifícia Universidade Católica de Campinas em 1960, mais tarde cursou também História e Filosofia da Arte na Universidade de Londres. No início da década de 1960, encontram-se alguns de seus primeiros poemas e traduções na diálogo - revista de cultura editada por Dora Ferreira da Silva[2] e Vicente Ferreira da Silva. Em novembro de 1960 foi publicado o seu primeiro livro de poemas intitulado Lamentações de fevereiro, Volume 8 da Coleção dos Novíssimos[3] do editor Massao Ohno. Escolheu para abrir o livro uma epígrafe do Zaratustra de Nietzsche. Por vezes, os versos dialogam com o poema "Sôbolos rios que vão" de Camões. A terceira, das cinco partes que formam o livro é dedicada à poeta (e amiga) Dora Ferreira da Silva, tradutora de Rainer Maria Rilke, em especial Elegias de Duíno livro com o qual del Greco estabelece forte relação. Os versos iniciais do Lamentação de Fevereiro:
Avesso às classificações, escreveu, "Pessoalmente não acredito em gerações e escolas. A obra dos grandes poetas é um constante desmentido a estas classificações" [5]. Porém, del Greco é comumente associado à "geração 60 ou geração dos Novíssimos[6]", em parte por ter sido editado por Massao Ohno[7], em parte por ter convivido no ambiente cultural de São Paulo, no final da década de 1950 e início da década de 1960, com Roberto Piva, Carlos Felipe Moisés, Décio Bar, Antonio Fernando de Franceschi, Claudio Willer, Hilda Hilst, Celso Luís Paulini, Renata Pallottini, Roberto Bicelli, entre outros[8]. No período mais recente Paulo Marcos del Greco foi inserido, junto com outros(as) 29 poetas, na Antologia poética da Geração 60[9][10](São Paulo: Nankin Editorial, 2000), organizada por Álvaro Alves de Faria e Carlos Felipe Moisés[11]. Em 2021, Lamentações de Fevereiro foi reeditado junto com poemas inéditos do autor. Essa nova edição conta com prefácio de Claudio Willer. Além dos poemas, publicou crônicas, ensaios e críticas nos jornais O Estado de São Paulo, Jornal da Tarde, Folha de S.Paulo e Correio Popular. Trabalhou também nas áreas de criação e redação em agências de publicidade em São Paulo, cidade onde morou a maior parte da sua vida. Teve ainda reconhecida atuação profissional no campo dos direitos humanos nos âmbitos governamental, trabalhando na Secretaria de Administração Penitenciária do Estado de São Paulo (1994-1998), onde foi responsável pela criação de cursos para detentos do sistema semi aberto e por seminários relacionados a penas alternativas; e não governamental, como membro da Anistia Internacional. No âmbito governamental trabalhou ainda na Secretaria de Estado da Cultura (São Paulo, 1990-1994). PublicaçõesPoesia
Ensaio
Tradução
Referências
Livros, Teses, Dissertações e ArtigosSEVILLA, Ibriela Bianca Berlanda. "Imagens da subjetividade nos arquivos de Roberto Piva". Tese apresentada ao Curso de Pós-Graduação em Literatura da Universidade Federal de Santa Catarina, 2015. (podemos encontrar menções ao poeta Paulo Marcos del Grecco nas páginas 30 e 355) HILÁRIO, José Reinaldo Nonnenmacher. "A Geração Difusa: Roberto Piva, Claudio Willer e Péricles Prade". Tese apresentada ao Curso de Pós-Graduação em Literatura da Universidade Federal de Santa Catarina, 2018. (podemos encontrar menções ao poeta Paulo Marcos del Greco nas páginas 233 a 236) HUNGRIA, Camila e D´ELIA, Renata. "Os dentes da memória: Piva, Willer, Franceschi, Bicelli e uma trajetória paulista de poesia. Rio de Janeiro: Beco do Azougue, 2011. ISBN 978-7920-054-0 (podemos encontrar menções ao poeta Paulo Marcos del Greco nas páginas 11, 15, 16, 18, 21, 138 e 139) Ligações ExternasPaulo Marcos del Greco: um excelente poeta jogado às traças, por Rubens Jardim (18 de setembro de 2007). Paulo Marcos del Greco, por Antônio Miranda em Poesia dos Brasis (agosto de 2018). |