Paul Poiret
Paul Poiret (Paris, 20 de abril de 1879, Paris – 30 de abril de 1944) foi um dos principais estilistas franceses, atuante principalmente durante as duas primeiras décadas do século XX. Poiret ajudou a definir o que seria um estilista moderno, e seu legado tornou-se fonte de inspiração para muitos estilistas e artistas que o sucederam. Início da carreiraPoiret nasceu em uma família humilde, no bairro pobre de Les Halles, em Paris. Seus pais conseguiram que ele se tornasse aprendiz de um fabricante de guarda-chuvas. Lá, ele colecionava restos e retalhos que sobravam da fabricação dos guarda-chuvas, e confeccionava vestidos para uma boneca que sua irmã o havia dado. [1]. Enquanto ainda era adolescente, vendeu 12 croquis para a costureira Madeleine Chéruit. Posteriormente, começou a trabalhar para o consagrado estilista Jacques Doucet, e criou um mantô para a atriz Réjane, que se tornou muito popular. [2] Com 21 anos de idade, deixou o ateliê de Doucet para cumprir serviço militar. Já no ano seguinte, passou a trabalhar para Charles Frederick Worth, criando peças de vestuário para serem usadas com os exuberantes vestidos de noite feitos por Worth. Posteriormente, Poiret rejeitou muitos preceitos de Worth, como a utilização de espartilhos e vestidos justos que delineavam o corpo. Contudo, o que Poiret realmente absorveu do "pai da alta-costura" durante o tempo que trabalhou com ele foi o senso de exibicionismo teatral e a ideia do formador de opinião. [2] ConsolidaçãoEm 1903, Poiret fundou sua própria maison. Criou trajes inspirados nos vestidos neoclássicos que permitiram às mulheres abandonar os espartilhos e as anáguas. Ele criava vitrines extravagantes, e dava festas exageradas para divulgar seu trabalho. Tinha um ótimo senso de marketing, e foi um dos primeiros estilistas a contratar artistas para criar catálogos promocionais para suas criações. [2] Em 1910, o Balé Russo apresentou Sherazade em Paris, inspirando Poiret com a exuberância dos tecidos e cores do figurino. Ele introduziu a saia enviesada, que, apesar de limitar os movimentos, proporcionava uma silhueta perfeita a quem vestia.[2] Abriu uma empresa de perfumes e cosméticos em 1911, e outra de arte decorativa. Lançou o perfume "Parfums de Rosine", nomeado em homenagem à sua filha, e se tornou o primeiro estilista francês a lançar uma fragrância em seu nome, costume que ainda é muito comum até os dias de hoje entre as grandes casas de alta costura.[2] Declínio e fim da carreiraNo início da Primeira Guerra Mundial, Poiret deixou os negócios para servir ao exército. Quando retornou, em 1919, a maison estava à beira da falência. Os novos designers estavam produzindo roupas mais simples e sem muitos adereços, e, em comparação, os modelos elaborados de Poiret pareciam deselegantes e mal fabricados, já que, apesar de ter sido bastante inovador, o estilista não prezava por qualidade na construção das peças, e preferia que seus vestidos fossem "bonitos de longe". Estética e legadoO início do século XX foi um período de muitas transformações no mundo ocidental: inovações na literatura, arte e design, desprendimento moral, revoluções no modo de pensar, nos ideais e nos valores, entre outras. O que veio a seguir foi o que conhecemos como modernismo. Muitos estilistas da época refletiram o sentimento dessa época em um desprendimento nas limitações dos vestidos femininos, mas Poiret foi o que levou mais crédito por essas mudanças, por sua capacidade de se auto promover. [2] As suas criações aboliram as anáguas e, mais radicalmente, os espartilhos, e o foco na elaboração de trajes passou a ser o drapeado, garantindo que as peças tivessem bom caimento sem que o corpo fosse forçado a se encaixar nos moldes e padrões da época. [2] Vida pessoalCasou-se com Denise Boulet em 1905, e com ela teve cinco filhos. Denise era considerada a Musa de Poiret, e em 1913, o estilista declarou à Vogue que sua esposa era "a inspiração para todas as minhas criações" e a "expressão de todos os meus ideais". Eles se divorciaram em 1928, depois de 23 anos de casados, em uma separação que não foi nada amigável. Referências |