Partido Operário Revolucionário Trotskista Nota: Não confundir com Partido Operário Revolucionário (Brasil).
O Partido Operário Revolucionário Trotkista (PORT) foi uma organização política brasileira fundada em 1953 e que atuou até 1990. HistóriaA partir do final da década de 1920, existiram no Brasil vários agrupamentos políticos simpáticos ao pensamento de Leon Trotsky. Um deste foi o Partido Operário Revolucionário Trotskista (POR-T), fundado em 1953 influenciado pelo argentino J. Posadas[1] ligada à IV Internacional.[2] O partido publicou o periódico "Frente Operária", até 1990, com vários ensaios de Posadas sobre os mais variados assuntos: desde afirmações ecléticas até informações sobre a chegada de discos voadores ao planeta terra e discussões sobre a vida sexual dos revolucionários. Apesar da excentridade de Posadas, O PORT não acolhia a luta armada como alternativa para o processo revolucionário. Ao contrário dos grupos trotskistas que existiam mundo a fora, o partido aceitava o posicionamento da União Soviética em escala internacional, como também se mostrava simpático como alternativa revolucionária para o Brasil uma expectativa de algum grupo de militares nacionalistas assumissem o poder revolucionário, uma espécie de revolução peruana.[1] O principal redator do "Frente Operária" foi Sidney Fix Marques dos Santos, que desapareceu em Buenos Aires no dia 15 de fevereiro de 1976.[3] No início da década de 1960 conseguiu certa notoriedade ao caracterizar-se com uma política mais esquerdista que o Partido Comunista Brasileiro e por envolver-se em agitações das ligas camponesas. Após o golpe de Estado no Brasil em 1964, o POR-T enviou seus membros para trabalhar nos campos e na indústria; além disso sofreu forte repressão.[1] Olavo Hansen era um desses membros, foi o primeiro operário do qual se tem conhecimento a ser morto no Departamento de Ordem Política e Social de São Paulo em 1970; de acordo com o jornalista Elio Gaspari foi o primeiro "embaraço" do governo de Emílio Garrastazu Médici cujo tentava esconder e negar em denúncias internacionais qualquer menção à tortura.[4] O governo proibiu que Durward Sandifer, representante da Comissão Interamericana de Direitos Humanos, fizesse uma investigação, o que complicou a visão do Brasil internacionalmente;[5] também foi registrado queixa na Organização Internacional do Trabalho que teve resultado inconcludente.[6] Em 1968, surgiu de uma dissidência do POR-T, a Fração Bolchevique Trotskista (FBT). No Rio Grande do Sul e em São Paulo outra dissidência chamou-se Primeiro de Maio. Em 1976, essas duas organizações tendo rompido com Posadas fundiram-se na Organização Socialista Internacionalista (OSI), que publicava o jornal O Trabalho.[1] No CearáA chegada do POR-T à Fortaleza ocorreu com a vinda de dois militantes: Gilvan Rocha e Rômulo Augusto Romero Fontes, de Pernambuco para Fortaleza, no início de 1965. Dentre os ex-militantes do POR-T no Ceará, podem-se citar:
Na Semana Santa de 1965, ocorreu uma Escola de Quadros com participação de cerca de 20 pessoas, na qual Gilvan Rocha foi o principal expositor. O grupo começou a publicar um jornal mimeografado, denominado como "O Proletário". Em 1966, Gilvan Rocha rompeu com o POR-T, por discordâncias com o posadismo e porque is defendia uma linguagem que permitisse maior aproximação com as massas. Depois disso, Gilvan fundou o Partido Operário Leninista (POL), também de orientação trotskista, que teve curta duração. Depois disso, Gilvan iria integrar o Movimento Comunista Internacionalista (MCI), organização nacionalmente dirigida por Hermínio Sachetta, que tinha como referencial teórico as obras de Rosa Luxemburgo. Vários militantes acompanharam Gilvan Rocha em sua saída do POR-T no Ceará. Depois disso o POR-T cearense passou a atuar principalmente entre os estudantes secundaristas. Foi nesse período que ingressam militantes como: Joaci da Silva Leite, Willian Uchoa, Charlene Frota Silveira, José Arlindo Soares, Nancy Lourenço, Oscar d’Alva e Souza Filho, Mário Albuquerque, José Galba de Menezes Gomes, Inocêncio Rodrigues Uchoa e Ruth Mendes Cavalcante. No início de setembro de 1967, foi realizada, em Maranguape, a segunda Escola de Quadros do POR-T no Ceará, com a presença de Carlos Montarroyos (dirigente nacional) e de Rui Osvaldo Pfuzenreuter (Comitê Regional do Nordeste). Durante a escola de quadros, ocorreu um grande conflito entre Carlos Montarroyos e Rômulo Fontes o que gerou a saída de Rômulo e outros militantes que fundaram o Movimento Proletário Socialista (MPS). Posteriormente, Rômulo seria preso e delataria vários militantes do POR-T no Ceará. No início de maio de 1970, foram presos: Tereza Maria de Paula, Maria Zulene Craveiro de Souza e Lourival Carneiro de Sousa, que na época eram militantes da Fração Bolchevique Trotskista (FBT), uma cisão do POR-T. Em junho de 1970, foi decretada a prisão preventiva de Helena de Paula Joca, Bartolomeu José Gomes, Paulo Emílio Andrade Aguiar, Verônica Daniel Silveira, Inocêncio Rodrigues Uchôa, Enrico Dorneles, Ivan Falcão de Barros, Lourival de Almeida Aguiar e Maria Francisca Sales Pinheiro, todos militantes da FBT.[8] Ver tambémReferências
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