Parque Estadual do Utinga
Em proteção ambiental, o Parque Estadual do Utinga Camilo Vianna,[1] ou simplesmente Parque do Utinga, é uma unidade de conservação brasileira de nível estadual de Proteção Integral, situado na Região Metropolitana de Belém (Pará), criado em 1993 e administrado pelo instituto Ideflor-bio, com o objetivo de preservar ecossistemas naturais de relevância ecológica e beleza cênica, estimular a realização de pesquisas científicas e, incentivar o desenvolvimento de atividades de educação ambiental, incluindo o turismo ecológico.[2] O Parque do Utinga é considerado a unidade-símbolo da diversidade biológica presente na Região Amazônica. O parque ambiental possui uma sua ampla e peculiar biodiversidade, ao mesmo tempo em que representa uma das regiões mais ameaçadas da Amazônia Legal, por conta da dinâmica do avanço estrutural e consolidação da segunda maior zona urbana da Região Norte do País. Além da histórica função de aportar, tratar e abastecer de água quase 70% da população da Região Metropolitana de Belém,[3] o Parque do Utinga foi escolhido pela população como a principal opção de programa de recreação e atividades saudáveis ao ar livre, aliando práticas de bem-estar e contato com a natureza. A sua extensa área verde é utilizada para atividades de caminhada, corrida, passeios de bicicleta e/ou de patins, além de exercícios contemplativos de beleza cênica e meditativos. Estimula-se, ainda, o ecoturismo a partir de múltiplas opções de trilhas com diferentes níveis e percursos, além de rapel, tirolesa e, passeio de boia no igarapé, chamado boia-cross.[3][4] A unidade de conservação abrange a uma área de 1.393,088 hectares, o equivalente a 1.400 campos de futebol. E, pelo fato de possuir uma localização privilegiada dentro da zona continental urbana da capital paraense, possibilita um alto fluxo de visitantes durante o ano inteiro, atendendo aos frequentadores locais, além de turistas nacionais e internacionais[5]. HistóriaO parque foi criado por meio de um decreto estadual com o objetivo de se haver um espaço de lazer, educação, cultura, turismo e pesquisas cientificas, além da preservação da fauna, flora e dos mananciais do lagos Bolonha e Água Preta, os quais são responsáveis por 63% do abastecimento hídrico da Região Metropolitana de Belém.[6] A primeira iniciativa de preservação da área ocorreu em 1881, a partir da aprovação do Estatuto de Águas do Grão-Pará, companhia responsável por demarcar o território necessário para a proteção dos mananciais. No decorrer dos anos, foram elaborados e implementados planos para o melhor aproveitamento destes mananciais. Porém, só em 1982, a partir de um "Diagnóstico do Estudo Urbanístico e de Proteção Sanitária dos Lagos Bolonha e Água Preta", recomendou-se a criação de um parque ecológico às margens destes reservatórios, a fim de se proteger uma amostra significativa do ecossistema amazônico. Em 1993, pelo Decreto Estadual nº.1552/1993, foi criado o Parque Ambiental de Belém com uma área de aproximadamente 1340 hectares. Em outubro de 2008 , para se adequar às normativas de Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), a denominação do Parque Ambiental de Belém foi alterada para Parque Estadual do Utinga, através do Decreto Estadual nº.1330/2008.[7] A unidade de conservação é gerenciada pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente do Pará (SEMA-PA) e administrada pela organização social privada Pará 2000. AdministrativoO parque também é sede do "Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do Estado do Pará" (Ideflor-bio) é uma autarquia estadual (criado por Lei estadual 6 963/2007 de 16 de abril) que administra as unidades de conservação estaduais do Pará.[8][1][9] Rota do GuarumãNo Parque do Utinga inicia a rota do Guarumã, a trilha de longo curso paraense com 30 quilômetros de extensão criada em 2018,[10] que interliga as Unidades de Conservação Ambiental da Grande Belém (Parque do Utinga, Área de Ambiental Metropolitana e, Refúgio Metrópole da Amazônia)[11] e algumas comunidades tradicionais, como a Nossa Senhora dos Navegantes e a Quilombola do Abacatal (capacitadas para receber os visitantes e oferecer serviços de alimentação, travessias, descanso).[12][13] Memorial Verônica TembéO Memorial dos Povos Originários Verônica Tembé é um centro de exposições e difusão da cultura material e imaterial dos indígenas amazônidas criado em 2021 às margens do lago Água Preta,[14] situado na Casa da Mata no Parque Estadual do Utinga, na cidade brasileira de Belém (estado do Pará).[15][16] Memorial batizado em homenagem a cacica Tembé-Tenetehara, Verônica Tembé, a primeira liderança indígena feminina da etnia e articuladora política indígena na região.[14][17] Das 26 unidades de conservação paraenses, o Parque Estadual do Utinga é o primeiro do tipo a receber um espaço de valorização dos povos indígenas.[14][18] O primeiro espaço dedicado exclusivamente à promoção da história e cultura dos povos originários da Amazônia no estado do Pará.[14][17][18][19] Nascida em 1917 na aldeia do Cocal, região do Gurupi, foi a primeira articuladora política que reuniu os Tembé da região, em torno do novo assentamento, a aldeia Teko Haw, e homologação da terra indígena do alto rio Guamá em 1993 e, preservação da identidade Tenetehara.[20] Verônica também foi uma grande conhecedora da medicina tradicional e da história de seu povo, responsável por organizar festas e aprendizado da cosmologia e a língua dos jovens. Sua militância foi essencial para a homologação em 1993 da Terra Indígena do Alto Rio Guamá (TIARG).[20] Programa ArarajubaA Ararajuba, uma ave típica da região Norte, durante 60 anos não teve registro de aparição na região metropolitana de Belém devido o processo de extinção entre as décadas de 1940/1950, devido: a expansão urbana, o desmatamento e, o comércio ilegal.[21] Em 2017, chegaram à Belém vindas de São Paulo doze espécimes de Ararajuba, que foi reintroduzida nas Unidades de Conservação da região da capital paraense, através do Programa de Reintrodução e Monitoramento de Ararajubas (Guaruba guarouba), desenvolvido pelo Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do Estado do Pará (Ideflor-bio) e a pela Fundação Lymington.[21] As aves passarão por um processo de readaptação de quatro meses em viveiros, e depois foram libertas nas áreas abertas do: Parque do Utinga, Área de Proteção Ambiental da Região Metropolitana de Belém, APA do Combu, Refúgio de Vida Silvestre e, APA do Abacatal.[21] Referências
Ver também
Ligações externas
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