Parasqueva de Roma
Santa Parasqueva de Roma (Grego: παρασκευή) é venerada como mártir cristã do século II. Ela foi presa e torturada durante o reinado do imperador romano Antonino Pio por se ter recusado a adorar ídolos (divindades politeístas). [1] Apesar de ele a ter libertado depois de ela ter realizado um milagre que o curou da cegueira de que padecia, ela foi presa em múltiplas ocasiões posteriores por apenas ser cristã, sendo decapitada pelo governador romano Tarasius, adormecendo assim como uma Virgem-Mártir. [1][2] É invocada para a cura de doenças nos olhos. A Igreja Católica Apostólica Romana Ortodoxa comemora-a no dia 26 de julho. [1][2][3] VidaInício de vidaA santa Parasqueva nasceu numa aldeia nos arredores de Roma, provavelmente durante o reinado do imperador Adriano (117-138). Os seus pais, Ágato e Polítia, eram cristãos de origem grega [1][2][4], e rezavam há muitos anos para que tivessem uma criança. [2] Quando Polítia finalmente engravidou, a criança nasceu ao dia da semana que hoje corresponde a uma sexta-feira, o dia do sofrimento do Nosso Senhor. [1] Eles, portanto, chamaram-na de Paraskevi (Παρασκευή), nome de etimologia grega, que significa literalmente "preparação", como o "dia da preparação", a véspera do sábado (sabat: ver Mc 15:42). Parasqueva cresceu e tornou-se uma mulher devota e instruída, que rejeitou muitos pretendentes. [4] Após a morte dos seus pais, ela desfez-se de todas as suas posses [5] e tornou-se cabeça de uma comunidade de jovens virgens e viúvas. [1] Começou, também, a pregar a fé cristã [5] e, com 30 anos, deixou Roma e começou a pregar em muitas cidades e vilas. PerseguiçãoNa aldeia de Tarabya, na Turquia, ela foi presa por soldados do imperador Antonino Pio, e levada a julgamento. A causa foi blasfémia e que as suas palavras eram a causa de todos os males que se tinham abatido recentemente sobre o Império. [4] Antonino Pio tentou convencer Parasqueva a renunciar à sua fé, e até se ofereceu para casar com ela. [1] Parasqueva recusou e foi espancada e torturada, tendo-lhe sido prensado na cabeça um capacete de aço forrado com pregos. [1][5] Nada parecia afetá-la, e a sua resistência fez com que muitos se convertessem ao cristianismo. Finalmente, no fim do julgamento, Antonino Pio ordenou que Parasqueva fosse imersa numa grande caldeira com óleo e alcatrão. Contudo, ela até disso imergiu ilesa. Quando foi acusada de usar magia, Parasqueva respondeu atirando o líquido à cara do imperador. Ele ficou cego e pediu desesperadamente por ajuda. Antonino Pio recobrou a vista. Este milagre fê-lo converter ao cristianismo e a libertar Parasqueva. [5] Ele não perseguiu cristãos posteriormente. [4] Contudo, depois da morte de Antonino Pio, as leis mudaram uma vez mais, desta feita com o imperador Marco Aurélio. Uma praga atingiu o povo romano (ver Peste Antonina) e muitos, incluindo Marco Aurélio, consideravam os cristãos os responsáveis por irritar os deuses. [6] Parasqueva foi presa de novo, desta vez numa cidade governada por um homem chamado Asclepius, que a atirou para uma larga fogueira com uma grande cobra. Parasqueva, contudo, fez o sinal da cruz e a cobra caiu morta. [5] Tal como acontecera com Antonino Pio, o milagre de Parasqueva fez Asclepius converter-se ao cristianismo, e ele libertou Parasqueva.[2] Ela continou a viajar de cidade em cidade, pregando a Fé. MorteFinalmente, Parasqueva foi presa por uma última vez por um oficial romano chamado Tarasius, e levada ao templo de Apolo. Ao entrar no templo, Parasqueva fez o sinal da cruz e todos os ídolos do templo foram destruídos. Em vez de os espetadores se converterem, ficaram zangados e bateram em Parasqueva. Tarasius mandou-a, então, decapitar. [1][2] Narrativas de morte alternativasDe acordo com algumas tradições ortodoxas, Asclepius e Tarasius prenderam Parasqueva ao mesmo tempo. Enquanto Asclepius ficou comovido com o milagre da cobra na fogueira e desejava libertá-la, Tarasius não estava convencido. Foi ele, então, que a sentenciou à morte, após ela ter destruído os ídolos do templo de Apolo. [1] VeneraçãoSanta Parasqueva é a mais proeminente das santas curadoras femininas, e ela é largamente venerada como curadora dos cegos. [7] Por esta razão, ela é normalmente representada com dois globos oculares nas suas mãos. [8] Os seus restos mortais foram levados para Constantinopla. [1] Apesar de não ser certo como ou quando as suas relíquias chegaram lá, parece que foram lá exibidas por volta de 1200, para serem acessíveis aos peregrinos. [9] Santa Parasqueva é comemorada pela Igreja no dia 26 de julho.[1][2][3] A sua celebração é precedida por um seviço de Matinas e é celebrada coma Divina Liturgia de São João Crisóstomo, feita no início da manhã. [10] Leituras bíblicasNa Divina Liturgia: Gl 3:23-4:25; Mc 5:24-34. [10] HinosApolytikionO Apolytikon (grego: Ἀπολυτίκιον) ou Hino da Despedida é um hino final que varia de dia para dia de acordo com o calendário, e é cantado nos serviços da Igreja Ortodoxa no final dos ofícios (como as Matinas e as Vésperas). [11]
ContácioO contácio (grego: κοντάκιον) é um hino cantado nos serviços da Igreja Ortodoxa, funcionando como um sermão poético. [13] Portanto, originalmente eram muito extensos e continham várias estrofes - sendo tão longos que tinham que ser enrolados numa vara para serem usados durante os serviços. [14] Isto explica a origem do nome contácio, derivado do grego κόνταξ (kontax), que significa "cajado" ou "pau" e que se refere especificamente à vara na qual o papel é enrolado. [15] No uso moderno, o contácio é largamente abreviado. [14]
Lendas
Os peregrinos cortavam porções do pilar de pedra que Parasqueva agarrara para servirem de talismãs, até ao ponto que, em 1960, o tamanho da pedra era metade do original.[1] É dito, na tradição ortodoxa, que os milagres de Parasquva continuaram para além da sua morte. No seu túmulo, cegos recobraram a vista, mulheres estéreis engravidaram e coxos andaram.[5] É dito que a terra do seu sepulcro tem grande poder. [1] Esta página foi originalmente traduzida da página "Paraskevi of Rome" da Wikipédia em inglês. Referências
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