Palace Hotel da CuriaPalace Hotel da Curia
O Palace Hotel da Curia localiza-se na Curia, na atual freguesia de Tamengos, Aguim e Óis do Bairro, no Município de Anadia, Distrito de Aveiro, em Portugal.[1] O Palace Hotel da Curia faz parte de um conjunto arquitetónico que inclui o Chalet Navega (ou Chalet das Rosas), a Capela da Senhora do Livramento, a Piscina Paraíso e garagem e jardins envolventes classificado como Conjunto de Interesse Público.[2] HistóriaO primitivo edifício do Palace Hotel foi adquirido por Alexandre de Almeida em outubro de 1921. Sofreu expressiva intervenção de reforma, com projeto de autoria do arquiteto Manuel Joaquim Norte Júnior a partir de 1922, vindo a ser inaugurado em 1926. Norte Júnior era, já no início da década de 1920, um profissional de renome, com importantes projetos na cidade de Lisboa, como os da Casa Malhoa/Museu Anastácio Gonçalves (1905), a que mais tarde foi atribuído o Prémio Valmor, da Voz do Operário (1913) e do Café "A Brasileira" (1922). Os trabalhos iniciaram-se pela construção de uma ala que fechou o "U" originalmente formado pela planta e valorizou consideravelmente a fachada que dava para a avenida da Estação. Esta etapa estendeu-se até 1924. Nos dois anos seguintes, a edificação do corpo norte, com a entrada nobre, veio redimensionar a perspectiva e monumentalidade do edifício.[3] Em 1928 foram erguidas, nos terrenos do Hotel, a Capela de Nossa Senhora do Livramento e a garagem. Atualmente pertence à companhia de hotéis Alexandre de Almeida.[4] CaracterísticasAs observações gerais efectuadas por José Augusto França à generalidade do trabalho de Norte Júnior aplicam-se com propriedade também a este hotel: "corrente afrancesada de luxo", "fachadas que estilizavam ordens clássicas", "não desdenhava incursões na 'arte déco'". Para M. Ludovice Paixão "O edifício revela um compromisso - caracterizador da obra do arquitecto - entre a arquitectura ecléctica, de tradição académica, e a Arte Nova, usada de forma contida, num epidérmico sentido decorativo, em vitrais, ferros forjados, ornatos escultóricos inspirados em motivos vegetais, linhas (...) ondulantes." O gosto do arquitecto pelas composições assimétricas, encontra-se patente nos dois torreões da fachada principal, que apresentam volumetrias diferentes. Mas esta característica pode relacionar-se também com a necessidade de articulação com os blocos preexistentes. Os requintes decorativos observam-se nos trabalhos de cantaria e de estuque, nas colunas de inspiração clássica, nos ferros forjados, nos vitrais, etc. O amplo hall de entrada é marcado pela grandiosa escadaria em caracol, pelo elevador e pela elegante varanda do andar superior. O cuidado de Norte Júnior chegou aos pormenores, como é o caso do relógio Paul Garnier, que consta dos alçados desenhados por si.[3] A piscina ParaísoA inauguração da piscina Paraíso em 1934 marcou o apogeu da atividade desportiva do Palace Hotel, que nesta década desfrutou de repercussão nacional. Constituiu-se da primeira piscina de dimensões olímpicas no país, o que à época correspondia a 33 x 18 metros. As termas da Curia sempre apresentaram apetência para o desporto, nomeadamente o ciclismo, o basquete, o ténis e, mais tarde, a natação, quando o Hotel encomendou o projeto de uma piscina de dimensão olímpica ao arquiteto Raul Martins. Este projecto inseria-se num linha arquitectónica modernista. Com a configuração estilizada de um transatlântico, estava provida de um alargado conjunto de serviços e equipamentos: torre de saltos, bancadas, solários, restaurante, bar, dancing, chuveiros, duches e banhos de imersão de água quente e fria, cabines para senhoras e cavalheiros, gabinetes privados para massagens, cabeleireiro, barbeiro, manicure e rouparia.[3] Ver tambémReferências
Ligações externas
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