Palácio da Justiça (Brasília)
O Palácio da Justiça, oficialmente Palácio da Justiça Raymundo Faoro, é a sede do Ministério da Justiça, do Governo Federal do Brasil.[1] Localiza-se junto ao Eixo Monumental, entre a área norte da Esplanada dos Ministérios e o Congresso Nacional, em Brasília, capital do país. Inaugurado em 1972,[2] foi desenhado pelo arquiteto Oscar Niemeyer, com projeto estrutural do engenheiro Joaquim Cardozo.[3] HistóriaEm 1960, a nova capital federal, Brasília, foi inaugurada. No ano seguinte, o arquiteto Oscar Niemeyer realizou os primeiros estudos para a criação da nova sede do Ministério da Justiça, que mantinha suas atividades entre o Rio de Janeiro e Brasília.[2][4] Em 5 de maio de 1962, foi lançada a pedra fundamental do Palácio da Justiça, mas nos anos seguintes o processo de construção avançou lentamente.[5] A partir de 1966, a construção do Palácio da Justiça ganhou maior celeridade.[5] A inauguração do edifício ocorreu em 3 de julho de 1972, convertendo-o no primeiro edifício-sede próprio do Ministério da Justiça.[2][5] Em 1985, a fachada do edifício foi reformada. Entre as mudanças realizadas, os arcos da fachada sul foram revestidos com concreto armado, ao invés do mármore branco, como constava originalmente.[4] Em 2003, o nome do Palácio da Justiça foi oficialmente alterado para Palácio da Justiça Raymundo Faoro, em homenagem ao jurista Raymundo Faoro.[6] Em 2016, o Ministério da Justiça permitia visitações guiadas pelo Palácio. Havia a exigência de agendamento prévio e elas eram destinadas apenas para grupos de estudantes de escolas ou universidades. Tinham duração de 1h30min e ocorriam durante a semana.[7] ArquiteturaCom uma estrutura gótica e moderna,[8] o Palácio da Justiça possui quatro fachadas, com características distintas.[4] A principal é a sul, que conta com nove arcos assimétricos, interceptados por seis calhas em níveis variados. Seus arcos fazem com que se assemelhe ao Palácio Itamaraty, sede do Ministério das Relações Exteriores.[2][8] Nas laterais, a do leste é mais aberta, com pilares retangulares recuados e bem espaçados, enquanto a do oeste possui lâminas de concreto armado, formando uma brise-soleil.[2] Ao discorrer sobre sua criação, Niemeyer declarou: "Quando estudei esse palácio, me veio a ideia de criar jogos d’água sobre o lago previsto; e os coloquei entre as colunas do prédio. Foi a primeira fachada de fontes que imaginei e que surpreendeu e agradou a todos, como eu havia pressentido."[2] Nos arredores do Palácio, há um jardim aquático, projetado pelo paisagista Roberto Burle Marx, responsável por outros projetos análogos na capital, como os jardins do Palácio Jaburu, a residência oficial do vice-presidente da República.[2][9] O jardim do Palácio da Justiça mantém plantas tropicais típicas da Amazônia e seu espelho d’água integra-se com as cascatas do edifício.[2] No terceiro andar, há um jardim de inverno, com um pouco mais de dez metros, também ornamentado por Burle Marx.[10][5] Interior
Na entrada do Palácio, há o Salão Negro, com painéis metálicos formados por mais de duas mil lâminas de aço inoxidável que foram importadas da Alemanha e criados por Athos Bulcão. À direita, há uma escada de granito preto que conduz ao mezanino.[11] É no Salão Negro que velórios são realizados.[12]
O Palácio possui sua própria biblioteca. Embora especializada em Direito, há obras de outras áreas, como administração pública, economia, política, sociologia e literatura. Há em seu acervo aproximadamente cem mil volumes, incluindo livros, periódicos, folhetos, dentre outros. No local, há moveis históricos, como a mesa em que o advogado Bernardo Pereira de Vasconcellos redigiu o Código Criminal de 1830.[11][13]
No segundo andar, há o Auditório Tancredo Neves, com dois pavimentos. O espaço também foi projetado por Athos Bulcão.[11]
A Sala de Retratos, no quarto andar, é um espaço onde o ministro realiza reuniões e solenidades. Nas paredes, há imagens de todos os ministros da Justiça anteriores.[11] Ver tambémReferências
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