Pai Gomes Charinho
Pai Gomes Charinho ou Paio Gomes Charinho foi um trovador e almirante galego, nascido em Pontevedra, descendente de uma família ilustre. Viveu no final do século XIII[1]. Nomeado Almirante do Mar por Afonso X de Leão e Castela, foi mais tarde destituído do cargo, como ele próprio confessou num serventês em que comparava o carácter inconstante do monarca à instabilidade do mar. A sua experiência marítima reflecte-se nas interessantes barcarolas que escreveu. Amigo de Sancho IV de Leão e Castela, contou sempre com a intervenção do filho e sucessor do monarca a seu favor. A sua obra consta de vinte e oito poesias: dezenove cantigas de amor, seis cantigas de amigo[2], um serventês, uma cantiga de escárnio contra o trovador Afonso Lopes de Baião, e uma tenção[nota 1], escrita provavelmente de parceria com o próprio rei Afonso X. Na sua poesia nota-se uma propensão para a melancolia e para a escolha de temas sentimentais, e a sua linguagem, mesmo nas tenções, não ultrapassa os limites do decoro, mas também não perde o seu teor mordaz. Envolveu-se em conspirações que tiveram lugar à morte de Sancho IV. Foi assassinado em razão de causas políticas, sendo sepultado no convento Franciscano de Pontevedra [1] No epitáfio acrescentado ao seu sepulcro em finais do século XV, escrito em castelhano, consta o nome de Payo Guomez Charino. Mas nos textos do próprio Pai Gomes aparecem diferentes nomes, como Pae Gomez Charinho, Paay Gomez Charinho, Pae Gomez ou Pay Gomez [3]. Era pai de Álvaro Pais Gomes Charinho[4]. Notas
Referências
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