Otakar Vávra
Otakar Vávra (Hradec Králové, 28 de fevereiro de 1911 – Praga, 15 de setembro de 2011)[1] foi um diretor de cinema, roteirista e pedagogo tcheco.[2] Ele nasceu em Hradec Králové, Áustria-Hungria, hoje parte da República Tcheca. Biografia e carreiraVávra frequentou universidades em Brno e Praga, onde estudou arquitetura. Entre 1929 e 1930, ainda um estudante, ele participou da criação de muitos documentários e escreveu roteiros de filmes. Em 1931, ele produziu o filme experimental Světlo proniká tmou. Em 1937, dirigiu seu primeiro filme, Filosofská historie, filme baseado no romance de Alois Jirásek. Em 1938, ele dirigiu seu primeiro longa-metragem, Cech panen Kutnohorských, estrelando Zdeněk Štěpánek, Adina Mandlová e Zorka Janů. O filme foi aclamado pelos críticos americanos por "uma direção de primeira categoria, uma narração picante e um esforço de produção bem-elaborado", ainda que tenha sofrido certos cortes por ser considerado muito "obsceno" pela censura americana.[3] Janů também atuou nos filmes de Vávra Podvod s Rubensem e Pacientka Dr. Hegela, ambos de 1940. A irmã de Janů e atriz tcheca Lída Baarová estrelou nos filmes de Vávra Panenství (1937), Maskovaná milenka (1939), Dívka v modrém (1939), e Turbína (1941). Depois de os comunistas tomarem o poder em 1948, Vávra se adaptou rapidamente ao novo clima político e produziu filmes louvando o regime corrente e apoiando a nova interpretação oficial do passado. Na década de 1950, ele produziu a Trilogia Hussita, uma de suas obras mais famosas, consistindo de Jan Hus (1954), Jan Žižka (1955) e Proti všem (1957).[4] Quando o governo se tornou mais liberal na década de 1960, o cinema de Vávra entrou em seu período mais prolífico, produzindo Zlatá reneta (1965), Romance pro křídlovku (1966), Kladivo na čarodějnice (1969) e, mais tarde, Komediant (1984). Seu filme de 1967 Romance pro křídlovku entrou no 5.º Festival Internacional de Cinema de Moscou, onde ganhou o Prêmio Especial de Prata.[5] Na década de 1970, Vávra produziu sua Trilogia da Guerra consistindo dos filmes semidocumentais Dny zrady, Sokolovo e Osvobození Prahy, todos sendo profundamente influenciados pela propaganda comunista. O filme Dny zrady entrou no 8.º Festival Internacional de Cinema de Moscou, onde ganhou um Diploma.[6] Em 1979 ele foi membro do júri no 11.º Festival Internacional de Cinema de Moscou.[7] Quando os comunistas caíram do poder em 1989, os subsídios do estado para a indústria cinematográfica foram retirados e os planos de Vávra para uma epopeia histórica intitulada de Evropa tančila valčík tiveram que ser gradativamente diminuídos. Na década de 1950, Otakar Vávra, junto com um grupo de colegas cineastas tchecos, estabeleceu a Faculdade de Cinema da Academia de Artes Performáticas em Praga (Filmová Akademia muzických umění ou FAMU), onde ele ensinou por mais de cinco décadas. Entre seus estudantes estiveram alguns diretores da "Nova Onda Tcheca" de filmes, incluindo o futuro ganhador do Oscar Miloš Forman (One Flew Over the Cuckoo's Nest, Amadeus). CríticaA longa carreira de Otakar Vávra como cineasta, da década de 1930 à decada de 1990, foi um perfeito exemplo da tradição do cinema da Europa Central. Esta tradição terminou na Alemanha e na Áustria com o fim da Segunda Guerra Mundial e terminou na República Tcheca após a Queda do Muro de Berlim em 1989. Por volta dessa época, Vávra começou sou autobiografia Podivný život režiséra, que concluiu com "...e agora eu espero pelo fim. O meu fim." Otakar Vávra é frequentemente chamado de "pai do cinema tcheco". Em 2001, ele foi premiado com o Leão Tcheco (Český lev) por sua contribuição vitalícia à cultura tcheca.[8] Em 2004, ele recebeu a Medalha de Mérito (Medaile za zásluhy) presidencial.[9] Os críticos de Vávra apontam para sua disposição em acomodar o regime comunista.[10] Em um artigo de 2003 ("Playing the Villain", The Globe and Mail, 15 de maio de 2003) sobre seu filme documentário Hitler e Eu que ele filmou em Praga, David Cherniack descreveu o seguinte encontro com seu antigo Professor Principal da FAMU:
O filme de Vávra Krakatit (1948) é baseado no romance homônimo de Karel Čapek e contém uma forte mensagem anti-guerra. Ele se centra em um inventor de explosivos que tenta manter sua invenção escondida daqueles que querem usá-la para dominar o mundo. O filme original em preto-e-branco foi seguido por uma refilmagem colorida de 1980, Temné slunce, que traz o enredo para a era moderna. A última versão é geralmente vista como um dos menores esforços de Vávra. A obra mais aclamada de Otakar Vávra é amplamente considerada como sendo Romance pro křídlovku (1966). Este filme em preto-e-branco é baseado em um poema do poeta tcheco František Hrubín e concerne em um malfadado romance de verão entre dois jovens amantes de diferentes contextos. Filmografia
Referências
Ligações externas
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