Operação Outono
Operação Outono (2012) é um filme português, de longa-metragem, de Bruno de Almeida. Trata-se de um thriller que descreve e desmonta a intriga que envolve o assassínio do General Humberto Delgado, crime cometido pela PIDE em fevereiro de 1965. Baseia-se no livro "Humberto Delgado, Biografia do General Sem Medo" de Frederico Delgado Rosa, neto do general. O filme tem antestreia em Lisboa no cinema São Jorge a 18 de novembro de 2012. Estreia em novembro de 2012 em Lisboa, Porto, Almada, Aveiro, Viseu, Vila Real, Coimbra, Braga, Castelo Branco, Vila Nova de Gaia, Gondomar [1]. SinopseUma cilada é concebida pela PIDE por ordem de Oliveira Salazar para assassinar o General Humberto Delgado. Tem como nome de código «Operação Outono». O crime consuma-se a 13 de fevereiro de 1965, em Los Almerines, território espanhol, perto da fronteira portuguesa. Iniciada em Badajoz, a cilada desenrola-se entre 1964 e 1981, em Portugal, Espanha, Argélia, Marrocos, França e Itália. Indiciados os culpados por iniciativa do regime franquista, que recusa envolver-se no escândalo, o julgamento dos implicados terá lugar no Tribunal de Santa Clara, em Lisboa, já depois da Revolução dos Cravos. Enquadramento históricoO filme baseia-se em factos verídicos. Em 1958, Humberto Delgado, o "General Sem Medo", candidata-se à Presidência da República juntamente com o Almirante Américo Tomás, escolhido pelo regime salazarista. É grande a adesão popular à figura carismática de Humberto Delgado, o que faz estremecer a ditadura, embora as eleições estejam viciadas desde o início, dando a vitória a Américo Tomás. Humberto Delgado exila-se primeiro no Brasil e depois na Argélia, colónia francesa tornada independente, onde é recebido pelo então presidente Ahmed Ben Bella com honras de estado. Um agente da PIDE, Mário de Carvalho, fazendo-se passar um exilado político em Roma, conquista a confiança de Humberto Delgado. A conspiração estende-se a outros locais de encontro. Outros agentes intervêm no processo, fazendo-se passar por antifascistas no seio do exército português, que o general pretende sublevar. A 27 de dezembro de 1964, em Paris, é apresentado ao general o "Dr. Castro e Sousa", Ernesto Lopes Ramos, subinspetor da PIDE, que se diz advogado com ligações ao exército português. Durante essa reunião, é combinado novo local de encontro e uma data: Badajoz, 13 de fevereiro de 1965. Os corpos de Humberto Delgado e Arajaryr Campos, sua fiel secretária, serão enterrados nesse dia a cerca de 30 km do lugar do crime, perto da aldeia fronteiriça de Villanueva del Fresno, a 65 km a sul de Badajoz. Chuvadas intensas, raposas, lobos ou cães terão exumado e mutilado os cadáveres, que acabam por ser identificados pelos investigadores espanhóis. O processo judicial português, que terá lugar depois do 25 de abril de 1974, entre 9 de outubro de 1978 e 27 de Julho de 1981 no Tribunal de Santa Clara, em Lisboa, será denunciado como vergonhosa «farsa» pelo neto de Humberto Delgado. Consideram os juízes que o objetivo da «Operação Outono» seria raptar e não matar o general. São ilibados todos os acusados, com exceção do autor material do crime, Casimiro Monteiro, que se escapa para a África do Sul. [2][3][4][5][6][7][8]. AnáliseO filme faz alguma analogia entre o mau julgamento do caso e igual impunidade e lentidão da justiça em casos de Justiça mediáticos mais recentes. Assim pode discutir-se se o filme não é sobre heranças institucionais corporativas do regime no meio judicial ou ingerências da política hoje democrática no poder judicial. Ficha artística
Ficha técnica
FestivaisReferências
Ligações Externas
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