Operação MerlinOperation Merlin foi uma operação secreta dos Estados Unidos sob o governo de Bill Clinton para prover ao Irã designs falhos de componentes de armas nucleares visando atrasar ou limitar o programa de armas nucleares iraniano.[1] HistóriaEm seu livro State of War, o autor e correspondente de inteligência do The New York Times, James Risen, relata que a CIA escolheu um cientista nuclear desertor da Rússia para prover esquemas deliberadamente falhos de cabeças de mísseis nucleares para oficiais iranianos, em fevereiro de 2000.[2] O componente selecionado foi baseado no Russian TBA-480 Fire Set (High Voltage Automatic Block), que foi modificado em uma tentativa de torná-lo "fatalmente falho". A CIA estimou que o TBA-480 Fire Set, desenvolvido em Arzamas-16, era 20 anos mais avançado que qualquer coisa necessária para tornar funcional uma arma nuclear de 1ª geração. Após a entrega dos designs ao Irã em 3 de março de 2000, a CIA estendeu o emprego do russo para disfarçar o TBA-480 falso, e assim fazer o Irã suspeitar de outro país com planos nucleares.[1] Risen escreveu em seu livro que Bill CLinton aprovou a operação, e Bush também apoiou, em seu mandato.[2][3] A publicação inicial de detalhes da operação, em 2003, foi impedida pela intervenção da Condoleezza Rice no Editor Executivo do New York Times, Howell Raines.[4] Tiro pela culatraA Operação Merlin deu errado quando o contato russo da CIA notou as falhas nos esquemas e avisou os cientistas nucleares iranianos.[5] Ao invés de atrapalhar o programa nuclear iraniano, a Operação Merlin então pode ter acelerado-a, por ter provido informações úteis: uma vez descobertas as falhas, os planos podiam ser comparados com outros, tal qual aqueles que presume-se terem sido providos por A. Q. Khan.[5] Prisão do oficial da CIAAo fim de 2010, o antigo oficial da CIA Jeffrey Alexander Sterling foi acusado de ser a alegada fonte de algumas informações constantes no livro de Risen, e foi declarado culpado de espionagem em janeiro de 2015.[6] Sua sentença foi de detenção por 3 ¹⁄2 anos.[7] Leitura adicional
Referências
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