Octavie Coudreau
Marie Octavie Coudreau, nascida Marie Octavie Renard (Anais, 30 de abril de 1867 – Sonnac, 6 de fevereiro de 1938) foi uma exploradora e geógrafa francesa, e autora de diversos livros sobre a Guiana Francesa e a Região Norte do Brasil. BiografiaNo contexto da disputa da fronteira entre a França e o Brasil (que foi resolvida por uma arbitragem internacional feita pela Suíça em 1900[1]), Octavie, recém casada[2], acompanhou o seu marido Henri Coudreau (1859 — 1899), que atuou em representação dos governadores dos estados brasileiros do Amazonas e do Pará, no mapeamento dos afluentes do rio Amazonas e identificou recursos exploráveis para a agricultura e silvicultura. Henri explorou em particular o rio Trombetas, mas sofreu de malária, e morreu em 10 de novembro de 1899. Conforme detalhado no livro Voyage au Trombetas [3], iniciado por Henri Coudreau, a viagem pelo afluente Trombetas, na margem norte do Amazonas, terminou tragicamente, pois Henri já estava doente e exausto pelos anos passados no que chamou de “inferno verde”. Sofrendo de malária, Henri morreu nos braços da esposa em 10 de novembro de 1899 que, ajudada por seus companheiros de viagem, fez um caixão com as tábuas do barco e preparou o enterro em um promontório com vista para o Lago Tapagem. Mais tarde, ela escreveu os capítulos finais do livro, após a repatriação dos restos mortais de Henri para Angoulême, na França.
De 1899 a 1906, Octavie Coudreau deu continuidade ao trabalho de exploração iniciado pelo marido , trabalhando como exploradora oficial do governo francês, função normalmente não aberta às mulheres na época. Suportando os mesmos níveis de dificuldades que eventualmente mataram seu marido, ela fez contribuições pioneiras para o conhecimento da área tropical amazônica, especialmente para o conhecimento da região nordeste da bacia Amazônica. Regressou à França com os restos mortais do seu marido em 1906, e morreu em Sonnac, no departamento de Carântono-Marítimo, em 1938. Em 2017, uma rua foi batizada em sua homenagem na comuna de Saint-Jean-d'Angély.[5] Na exposição "Visages de l'exploration au XIXe siècle[6]" organizada pelo BnF em 2022, há um espaço dedicado à Octavie, que é apresentada da seguinte forma:
Viagens de OctaviePor ter aprendido com o marido a utilizar os dispositivos e materiais necessários à exploração - bússola, fotografia, levantamentos cartográficos e esboços - Octavie Coudreau, em abril de 1900, explorou os rios Paru e Murapi. No mesmo ano, até maio de 1901, identificou e descreveu os rios Cuminà e Mapuera. De junho de 1902 a janeiro de 1903, explorou o rio Maycuru. Durante esta viagem, foi capturada e mantida prisioneira por uma tribo indígena, da qual ela conseguiu escapar, depois de vagar sozinha pela floresta por três dias. De setembro de 1905 a fevereiro de 1906, cumpriu sua última missão a pedido do governador do estado do Amazonas, no rio Canumã, afluente do Amazonas, próximo a Manaus[8]. Dessas viagens, Octavie Coudreau coletou fotos, esboços e mapas, descrevendo o percurso dos rios explorados. Além de dados geográficos, há informações sobre terrenos adequados para estabelecimentos agrícolas, exploração da seringueira e potencial de desenvolvimento territorial[8]. Obras
Notas e referênciasNotas
Referências
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