O monumento, do gênero arquitetônico de obelisco, foi feito pela Marinha do Brasil em 1888 em celebração aos feitos pela engenharia da expedição para remoção do Meteorito do Bendegó, o maior meteorito encontrado no Brasil.
Em face disso, o obelisco foi construído na estação ferroviária, via pela qual o meteorito foi transportado para uma curta exposição em Salvador e, em seguida, para o Rio de Janeiro para integrar o acervo do Museu Nacional[1][2][3][nota 1].
Em junho de 1888, a Revista de Engenharia noticia:
"O lugar onde embarcou com o meteorolitho na estrada de ferro ficou assinalado com um marco de pedra. Este marco que tomou o nome do Barão de Guahy, em homenagem ao serviço prestado por elle á Sociedade de Geographia, tem a forma de um obelisco de quatro metros de altura, de uma só peça de granito branco, assente sobre uma base de porphiro."[4]
A Revista de Engenharia cita que houve uma missa de inauguração do monumento, e que foi depositada em sua sua fundação uma caixa contendo uma cópia do termo de inauguração; um exemplar de um boletim da Sociedade de Geografia do Rio de Janeiro, que trazia memórias do transporte do meteorito; e diversos jornais que noticiavam o decreto da Lei Áurea, que extinguia a escravidão no Brasil[5], a qual foi promulgada apenas três dias antes da instalação do obelisco.
O obelisco contém placas de identificação em bronze com o grifo do Arsenal de Marinha. Constam as seguintes inscrições, que mencionam figuras políticas e engenheiros que contribuíram para o transporte do meteorito, conforme o português corrente na época:
Placa voltada para a frente da estação: "No anno de 1888 neste lugar embarcou com destino ao Muzeu Nacional o meteorolitho Bendegó, descoberto nessa província em 1784".
"O Barão de Guahy fez as despezas com o transporte do meteorolitho Bendegó para o Muzeu Nacional"
O documentário Cuitá, a pedra do Bendegó (2002) trata sobre a interpretação mística que a população sertaneja da Bahia atribui ainda hoje à retirada do meteorito Bendegó de seu lugar de origem.
↑Vale mencionar que também foi construído um obelisco no próprio local onde foi encontrado o meteorito, mas que foi destruído pela população local devido a crendices a populares atribuírem a causa da seca que assolou a região à remoção do objeto. O monumento do local era conhecido como Obelisco de D. Pedro II.
Referências
↑Carvalho, Wilton Pinto de. Os Meteoritos e a História do Bendegó. Salvador: W. P. de Carvalho, 1995.
↑Vidal, Nei (1945). Breve notícia sobre os meteoritos brasileiros (Bendegó). Revista do Museu Nacional. Rio de Janeiro: Museu Nacional. Abril, p. 4-7.
↑DUNLOP. C. J. Rio Antigo. Volume I. Rio de Janeiro; Grafica Laemmert Ltda, 1955
↑«O meteorolitho Bendegó». Revista de Engenharia. 187: 131. 14 de junho de 1888. Consultado em 12 de agosto de 2022
↑«O meteorolitho Bendegó». Revista de Engenharia. 187: 132. 14 de junho de 1888. Consultado em 12 de agosto de 2022