Neurotoxicidade

 Nota: Se procura as substâncias com efeitos neutóxicos, veja Neurotoxina.

Neurotoxicidade ocorre quando a exposição a substâncias tóxicas naturais ou artificiais, chamadas neurotoxinas, altera a atividade normal do sistema nervoso de tal forma que causa danos ao tecido nervoso. Tal pode, eventualmente, levar à morte dos neurónios, células-chave que transmitem e processam sinais no cérebro e noutras partes do sistema nervoso. A neurotoxicidade pode resultar da exposição a substâncias usadas em quimioterapia, radioterapia, farmacoterapia, consumo de certas drogas, e transplantes de órgãos, bem como exposição a metais pesados, certos alimentos e aditivos alimentares, pesticidas, solventes industriais ou usados em produtos de limpeza, cosméticos, e algumas substâncias de ocorrência natural. Os sintomas podem surgir imediatamente após a exposição ou ser retardados. Podem incluir fraqueza muscular, parestesia, perda de memória, visão ou raciocínio, comportamentos obsessivos e/ou compulsivos, alucinações, dores de cabeça, problemas cognitivos e comportamentais e disfunção sexual. Indivíduos que sofrem de certas doenças podem ser especialmente vulneráveis às neurotoxinas.

O nome implica o envolvimento de uma neurotoxina, embora o termo 'neurotóxico' possa ser usado com sentido mais lato para descrever estados que se sabe causarem dano cerebral físico mas nos quais não foi identificada qualquer neurotoxina óbvia.

O termo neurotóxico é usado para descrever uma substância, condição ou estado que danifica o sistema nervoso e/ou cérebro, usualmente por causar a morte de neurónios.

Em alguns casos o grau ou o tempo de exposição podem ser críticos, com algumas substâncias a tornarem-se neurotóxicas apenas em certas doses ou períodos de tempo. Algumas das toxinas cerebrais de ocorrência natural mais comuns que produzem neurotoxicidade como resultado da dosagem excessiva são: beta-amiloide, glutamato e radicais de oxigénio. Quando presentes em altas concentrações podem causar neurotoxicidade e morte celular (apoptose). Alguns dos sintomas que resultam da morte celular incluem: perda de controlo motor, deterioração cognitiva e disfunção do sistema nervoso autónomo. Adicionalmente, descobriu-se que a neurotoxicidade é uma causa principal das doenças neurodegenerativas com a doença de Alzheimer.

Muitas outras substâncias podem ser consideradas neurotóxicas. A ATSDR (Agência de Registro de Substâncias Tóxicas e Doenças, Estados Unidos) classifica dezenas de metais pesados e semi-metais como prejudiciais ao sistema nervoso. Entre eles estão o cádmio, mercúrio, chumbo, zinco, arsênio, manganês e lítio.[1] Muitos destes metais atravessam a barreira hematoencefálica com facilidade, afetando de forma direta o encéfalo.[2][3] Os elementos citados podem ser encontrados de forma natural ou através do uso antropogênico.[4]

Referências

  1. «Agency for Toxic Substances and Disease Registry». www.atsdr.cdc.gov (em inglês). 21 de junho de 2018. Consultado em 25 de junho de 2018 
  2. Wang, Bo; Du, Yanli (2013). «Cadmium and Its Neurotoxic Effects». Oxidative Medicine and Cellular Longevity. 2013. ISSN 1942-0900. PMC 3753751Acessível livremente. PMID 23997854. doi:10.1155/2013/898034 
  3. Aschner, Michael; Aschner, Judy Lynn (junho de 1990). «Mercury neurotoxicity: Mechanisms of blood-brain barrier transport». Neuroscience & Biobehavioral Reviews. 14 (2): 169–176. ISSN 0149-7634. doi:10.1016/s0149-7634(05)80217-9 
  4. Needleman, H. L.; Gunnoe, C.; Leviton, A.; Reed, R.; Peresie, H.; Maher, C.; Barrett, P. (29 de março de 1979). «Deficits in psychologic and classroom performance of children with elevated dentine lead levels». The New England Journal of Medicine. 300 (13): 689–695. ISSN 0028-4793. PMID 763299. doi:10.1056/NEJM197903293001301 
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