Neothraupis fasciata
A cigarra-do-campo (Neothraupis fasciata), é uma espécie de ave da família Thraupidae nativa da América do Sul. É o único membro do gênero Neothraupis. TaxonomiaA cigarra-do-campo foi descrita formalmente em 1823 pelo naturalista alemão Martin Lichtenstein sob o nome binomial Tanagra fasciata.[2][3] A espécie é atualmente o único membro do gênero Neothraupis, que foi introduzido em 1936 pelo ornitólogo austríaco Carl Eduard Hellmayr.[4][5] O nome do gênero combina o combina a palavra grega neos, que significa "novo" e thraupis, palavra utilizada para se referir a uma ave pequena desconhecida. O epíteto específico tem origem no latim fasciatus, que significa "com faixa".[6] Não são reconhecidas subespécies.[5] DescriçãoA plumagem da cigarra-do-campo é notavelmente similar às de diversas espécies do gênero Lanius, mas essas espécies são bem distantemente relacionadas das aves canoras. Machos e fêmeas dessa espécie são similares, mas as fêmeas são mais apagadas. Mede em torno de 16 cm de comprimento e pesa 29–32 g. Distribuição e habitatEssa espécie é nativa do sul e do centro da América do Sul ocorrendo de 550 a 1100 m de altitude. É exclusiva do Cerrado, bosques e arbustos do centro-leste do Brasil, nordeste do Paraguai e nordeste da Bolívia. É frequentemente observada na Chapada dos Guimarães, Mato Grosso, Brasil. ComportamentoNormalmente visto em pares ou pequenos grupos de até 12 indivíduos, em média 7. Alimenta-se de insetos. Reproduz-se entre outubro e novembro. O ninho é profundo e possui forma de xícara, normalmente colocado em uma pequena árvore ou arbusto, forrado com grama. As ninhadas são de 2-3 ovos. O casal é frequentemente ajudado por jovens de ninhadas anteriores, que têm as partes cinzentas da plumagem parcial ou totalmente substituídas por castanhas (esta plumagem acastanhada às vezes erroneamente referida como pertencente à fêmea adulta). ConservaçãoA cigarra-do-campo foi classificada como quase ameaçada pela IUCN devido ao fato de que sua população, geralmente escassa, é considerada decrescente devido à degradação e destruição de habitat pelo desenvolvimento da agricultura.[1] AmeaçasA conversão para safras de soja, safras de exportação e plantações de eucalipto impactaram severamente os habitats do Cerrado nos três países onde ocorre, com pastagens no Paraguai ameaçadas pela pecuária extensiva.[7] Um estudo realizado no Brasil (Duca et al. 2009) sugere que o manejo de queimadas é a opção mais econômica para aumentar as populações.[8][1] Ações de conservaçãoNo Brasil, esta espécie ocorre em várias áreas protegidas, como os parques nacionais da Serra da Canastra, Chapada dos Guimarães, Chapada dos Veadeiros, das Emas e de Brasília entre outros.[9] Referências
Ligações externas
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