Neoclássico é o quarto álbum de estúdio lançado pela cantora brasileira Patricia Marx (na época ainda sob o nome Patricia), em 1992, pela gravadora Camerati.[1]
Concebido por Mamoru Oxima como um projeto a ser lançado exclusivamente para o Japão, a fim de saciar o interesse crescente do país pela música brasileira, acabou por ser lançado no Brasil, de maneira limitada.
Para promovê-lo foram feitas apresentações em programas de TV e uma turnê intitulada O Tic Tac do Meu Coração, que percorreu algumas cidades brasileiras, no mesmo ano.
A recepção da crítica especializada foi favorável, com resenhas que elogiaram tanto aos vocais quanto a seleção de canções escolhidas, e consideraram esse seu melhor trabalho até então.
Antecedentes e produção
Em 1992, Patricia Marx já tinha uma carreira consolidada no mercado fonográfico brasileiro, com três álbuns de estúdio lançados e mais uma coletânea, tinha atingido mais de 700 mil cópias vendidas em território brasileiro.[2] No entanto, seu desejo de gravar canções nos gêneros MPB, bossa nova e black music sempre foi vetado pela RCA, a qual era contratada, por "não ter o padrão comercial exigido pela gravadora".[3]
Com o contrato encerrado, estava decidida a dar um novo rumo à sua carreira. O produtor musical japonês e estudioso da música brasileira, Mamoru Oxima,[4] veio ao Brasil disposto a encontrar uma jovem cantora com voz suave para ser lançada por lá.[5] Após um intenso trabalho de pesquisa, descobriu o álbum O Poeta do Bexiga, tributo ao cantor e compositor Adoniran Barbosa, no qual Patrícia aparece cantando a faixa "Samba Italiano". Oxima encantou-se com a voz e entrou em contato com ela.[4]
Juntos, os dois escolheram um repertório com canções de MPB e bossa nova, incluindo clássicos de Noel Rosa ("Conversa de Botequim"), Tom Jobim ("Vivo sonhando" e "Samba de uma nota só"), Pixinguinha ("Rosa") e Rita Lee ("Picola Marina"), cujo trabalho ele não conhecia e lhe foi apresentado por ela.[6][5] Além disso, compuseram juntos a música "Dorme Carolina", um acalanto para a irmã da cantora, na época com 2 anos.
Lançamento e divulgação
A principio, o trabalho seria lançado apenas no Japão, mas acabou sendo lançado também no Brasil, com tiragem limitada, pelo selo independente Camerati.[7]
Para promovê-lo, houve aparições em alguns programas da TV brasileira e shows de lançamento no Rio e São Paulo, cujo set list privilegiava apenas as suas canções, deixando de fora os sucessos de seus antecessores.[5] O espetáculo, recebeu elogios da crítica especializada.[5]
Recepção crítica
As resenhas feitas pela crítica especializada foram aclamadoras. Em sua crítica para o jornal O Globo, de 12 de julho de 1993, Mauro Ferreira pontuou que a cantora sempre foi talentosa, no entanto por questões mercadológicas, sempre cantou músicas "ocas" e comerciais, que estavam aquém de suas habilidades como artista.[8] Elogiou as faixas "Rosa", 'Vivo Sonhando" e "Tome Polca" e finalizou dizendo: "O disco é valorizado por arranjos eficientes, que procuram sugerir a estética da época sem perder a noção da atualidade. Resumindo: um disco gostoso que faz jus, enfim, ao talento sempre atribuído à Patrícia".[8]
A resenha da Folha de São Paulo inicia-se com uma indagação sobre só vinhos velhos serem bons, em alusão a idade da cantora, que mostrou-se ótima, mesmo sendo jovem.[9] Denominou o trabalho de "surpreendente" e disse que com as canções e o show de divulgação, muitos mudaram de ideia sobre ela vir a tornar-se um grande nome da música internacional.[9]
Lista de faixas
Créditos adaptados do CD Neoclássico, de 1992.[10]
Histórico de lançamento
Notas e referências
- ↑ «Clique Music UOL::Discografia Patricia Marx». Consultado em 9 de Setembro de 2012
- ↑ Paiva, Ana (1993). «Patricia descobre o Japão». Contigo!. São Paulo: Revista Contigo!. p. 35. Consultado em 31 de janeiro de 2021
- ↑ Martins, Sergio. «Com vocês, Patricia Marx.». Facebook. Consultado em 2 de setembro de 2022. Arquivado do original em 2 de setembro de 2022
- ↑ a b Castello, Alessandra (23 de julho de 1994). «A ex-patricinha muda de tom». Manchete. Rio de Janeiro. pp. 44–45. Consultado em 1 de setembro de 2022
- ↑ a b c d Martins, Lula Branco (7 de dezembro de 1992). «Surge uma ex-patricinha». Jornal do Brasil. Rio de Janeiro. p. 6. Consultado em 1 de setembro de 2022
- ↑ Perez, Luis (13 de abril de 1993). «Patricia quer seduzir o Japão com feras da MPB». Folha de São Paulo. São Paulo: caderno "Folhateen", Folha de São Paulo. Consultado em 31 de janeiro de 2021
- ↑ Souza, Aimar (12 de janeiro de 2016). «Patrícia Marx e as canções que ninguém ouviu». Fato Real. Consultado em 3 de setembro de 2022. Arquivado do original em 17 de outubro de 2016
- ↑ a b c Ferreira, Mauro (12 de julho de 1993). «O futuro clássico de Patricia». O Globo. Rio de Janeiro: suplemento "Segundo Caderno", O Globo. p. 3. Consultado em 31 de janeiro de 2021
- ↑ a b c «Uma pequena notável». Folha de São Paulo. São Paulo: Revista da Folha, Folha de São Paulo. 1993. Consultado em 31 de janeiro de 2021
- ↑ «CD Neoclássico». Instituto Memória Musical Brasileira. Consultado em 3 de setembro de 2022. Cópia arquivada em 3 de março de 2021
- ↑ (1992) Créditos do álbum Neoclássico por Patricia [CD]. Japão: Camerati (TCD1007-2).
- ↑ (1992) Créditos do álbum Neoclássico por Patricia [CD]. Brasil: Camerati (TCD1007-2).
- ↑ (1992) Créditos do álbum Neoclássico por Patricia [LP]. Brasil: Camerati (TCD1007-1).
- ↑ (1992) Créditos do álbum Neoclássico por Patricia [K7]. Brasil: Camerati (TCD1007-3).
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