Myrtis fanny
O estrelinha-de-colar-púrpura,[3][4] também conhecido por colibri-de-coleira-roxa[5] (nome científico: Myrtis fanny) é uma espécie de ave apodiforme pertencente à família dos troquilídeos, que inclui os beija-flores. É o único representante do gênero Myrtis, que é monotípico. Por sua vez, também é, consequentemente, a espécie-tipo deste gênero. Pode ser encontrada em altitudes que variam entre o nível do mar até os 3200 metros acima do mesmo, se distribuindo desde o Peru ao Equador.[6][7] EtimologiaO nome científico deste gênero apresenta um tipo de dedicatória a poetisa nascida na Grécia Antiga, Mirtis de Antedônia.[8][9] Outra dedicatória se dá também no descritor específico desta espécie, porém, dessa vez para a madame Françoise Victoire Rosalia Joséphine Gouÿe de Longuemare, esposa do naturalista francês Agathe François Gouÿe de Longuemare. O ornitólogo René Primevère Lesson, em sua descrição original se utiliza de um apelido, "fanny", para se referir à esposa do seu amigo de longa data, a quem atribui uma das mais excepcionais coleções de aves existentes.[10] As subespécies receberiam seus nomes a partir de uma característica marcante, no caso de megalura, cujo nome deriva da aglutinação de dois termos da língua grega antiga: μεγάλος, que significa literalmente algo como "grande"; adicionado de ουρά, ourá, substantivo que significa literalmente "cauda".[9] Na nomenclatura vernácula do português brasileiro, a espécie é conhecida pelo nome de estrelinha, palavra comumente utilizada para se referir às espécies hoje classificadas dentro da tribo dos melisugíneos, entre as quais podem ser citadas: as estrelinha-ametista e estrelinha-de-barriga-branca, estrelinha-abelhão, bem como espécies de aves passeriformes: estrelinha, ou bigodinho, estrelinha-de-poupa, entre outras.[3][11][12] O nome em português europeu, entretanto, utiliza-se de um nome comum à qualquer um dos beija-flores com existência conhecida.[5] Em ambos os nomes da ave, há uma referência à uma faixa de plumagem púrpura que se encontra perto da garganta, assemelhando-se a uma gargantilha ou colar.[3][5] No geral, mais outros nomes comuns para as estrelinhas, estão: abelhinha, besourinho e zumbidor. DescriçãoA estrelinha-de-colar-púrpura possuem, em média, de 7,5 a 8 centímetros de comprimento, tornando-os em beija-flores de comprimento mediano. Os estrelinhas-de-colar-púrpura estão entre as aves de menor média de peso, entre 2,3 e 2,5 gramas; mas perdendo ainda para o beija-flor-abelha, com quem compartilha a sua tribo. Ambos os sexos apresentam um bico escuro e curto ligeiramente curvilíneo. O dimorfismo sexual se manifesta pela característica que nomeia tal espécie, onde os machos apresentam uma gargantilha violeta enquanto as fêmeas possuem apenas alguns pontos em azul-cobalto, que são iridescentes. O restante das partes inferiores são esbranquiçadas manchadas em marrom; sua longa cauda bifurcada de cor castanho-escuro possui um brilho em verde-claro. Nas fêmeas, a parte inferior é amarelada, com algumas manchas de branco na garganta e no abdômen; a cauda curta e arredondada; par central de penas azul-esverdeado, o próximo par azul-esverdeado de pontas pretas e no restante preto com pontas brancas. As subespécies, no geral, são semelhantes, porém a raça Myrtis fanny megalura possui a cauda mais larga.[13][14] SistemáticaNão se sabe exatamente sobre as relações dentro da tribo dos melisugíneos, entretanto, acredita-se que as espécies: a estrelinha-de-colar-púrpura e a estrelinha-ametista; estejam intimamente relacionadas.[14][15][16] Por ser o único representante de seu gênero, esta ave se classifica como um táxon monotípico, onde única espécie caracteriza-se como a espécie-tipo de Myrtis, gênero introduzido primeiramente pelo naturalista do século XIX, Heinrich Gottlieb Ludwig Reichenbach em 1854.[17] Sua espécie seria originalmente introduzida dentro de Ornismya, pelo influente ornitólogo francês René Primevère Lesson em 1838, a partir do holótipo coletado no Peru, porém erroneamente atribuída pelo pesquisador ao México.[18] O tipo nomenclatural para a subespécie seria descrito pelo estadunidense John Todd Zimmer em 1953, coletado pelo Oscar Theodor Baron, colecionador de espécimes estadunidense, na província de Cajabamba.[19] Estão reconhecidas duas subespécies:[6]
Distribuição e habitatA subespécie nominal do estrelinha-de-colar-púrpura é encontrada no oeste e sul do Equador e pelo oeste do Peru até o sul do departamento de Arequipa. M. f. megalura pode ser encontrado no norte do Peru, indo de Cajamarca ao sul até Huánuco. A espécie habita paisagens abertas, como arbustos costeiros secos, bosques abertos e jardins. Em elevação varia do nível do mar a 3000 metros acima do mesmo, embora no Equador seja encontrado principalmente entre 1000 e 2000 metros acima do nível do mar.[14] ComportamentoNão se sabe sobre a movimentação do estrelinha-de-colar-púrpura, caso não seja sedentário, porém pode realizar algumas migrações sazonais de elevação.[14] AlimentaçãoOs estrelinhas-de-colar-púrpura alimentam-se através de armadilhas, principalmente de néctar, onde passa por um circuito de plantas com flor. A ave também se alimenta de uma variedade de pequenos insetos que captura enquanto voa.[14] ReproduçãoO estrelinhas-de-colar-púrpura reproduz pelos meses março e junho no Equador e junho a outubro no Peru. Os machos fazem um vôo de exibição semicircular o qual usa para cortejar a fêmea. Estas constroem um minúsculo ninho de fibras vegetais e teia de aranha à uma forquilha de um galho fino. Este é, normalmente, colocado entre dois a quatro metros acima do solo, e às vezes, mais alto. A fêmea incuba a ninhada de dois ovos entre 15 a 16 dias; a emplumação ocorre 19 a 22 dias após a eclosão.[14] VocalizaçãoO estrelinha-de-colar-púrpura macho realiza "uma série de frases 'ti-ti-ti-trl'" durante o cortejo sexual e na parte inferior (mecanicamente) faz "um notável som nasal 'anh-anh -anh-anh-anh'". Em perseguição pela fêmea, realiza "uma vocalização rápida, aguda e descendente 'ti-ti-ti-ti'", e outra chamada é "um 'chi-chi-chi' rápido e seco".[14] Estado de conservaçãoA Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas, publicada pela IUCN, considerou a espécie na categoria "pouco preocupante", apresenta grande variedade de habitat e, mesmo que pouco se saiba sobre suas tendências populacionais, acredita-se que sejam estáveis. Diz-se considerado comum em toda a sua extensão e aceita prontamente paisagens artificiais feitas pelo homem, como jardins e áreas cultivadas.[1] Referências
Ligações externas
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