Museu Etnográfico de Messejana
O Museu Etnográfico de Messejana, igualmente conhecido como Museu da Santa Casa da Misericórdia de Messejana, é um núcleo museológico instalado num edifício histórico, situado na vila de Messejana, no Município de Aljustrel, na região do Alentejo, em Portugal. Descrição e históriaO imóvel situa-se na Rua do Espírito Santo, numa área central da vila, e nas imediações de vários monumentos históricos, como a Igreja da Misericórdia, a Torre do Relógio e o Pelourinho, em cuja zona de protecção está inserido.[1] Integra-se no estilo vernacular do século XVII, embora tenha sofrido grandes alterações ao longo da sua história.[1] O principal testemunho da sua época de construção original é a fachada, que ainda conserva muitos elementos vernaculares seiscentistas, como a inexistência de panos de parede definidos, o revestimento em reboco e cal, o remate em cornija e beirado, e a presença das três janelas de sacada com grades de ferro fundido, resultando num conjunto muito sóbrio.[1] Outro elemento que poderá ser deste período são os telhados, em forma de tesoura, que eram então normalmente empregues nos edifícios mais abastados.[1] No interior, de dois pisos, destacam-se os tectos, em masseira ou em configuração de tesoura, e decorados com pinturas vegetalistas, faunísticas e humanas.[1] O museu inclui doze salas onde foram reconstruídos ambientes típicos do passado da região, incluindo uma venda, uma sala de aulas,[2] o escritório do ilustre messejanense Soares Victor, e de vários compartimentos nas casas típicas da região, como as cozinhas, a despensa, a sala de costura e o quarto de cama.[3] Destaca-se também o conjunto de cântaros que pertenciam ao último aguadeiro na vila, Francisco Manuel Bartolomeu.[2] Além de equipamento museológico, o espaço também apresenta outras valências culturais, tendo por exemplo albergado a exposição Nunca é Tarde de Jorge Alves, no âmbito das Festas de Santa Maria, em Agosto de 2017.[4] O edifício onde se integra o museu é considerado como um dos mais antigos da vila,[2] tendo sido construído no século XVII, sendo originalmente uma habitação abastada.[1] Segundo a obra Campo de Ourique, foi vendido em 1717 por Bartolomeu de Sousa Mexia, moço fidalgo da Casa de D. João V, a Pedro Gonçalves Cordeiro Pereira, natural de Messejana, e entre 1809 e 1835 foi a residência de Gervásio Carvalho de Miranda, juiz de fora de Messejana de 1803 a 1805, e o primeiro presidente da câmara após 1834.[5] Em 1899 era propriedade do notário Francisco Soares Victor, tendo sido depois vendida pela sua família ao arquitecto Henrique Albino, que a ofereceu à Santa Casa da Misericórdia de Messejana.[5] Em 2002 foi alvo de grandes trabalhos de conservação e limpeza por parte da Santa Casa da Misericórdia, que incluíram a expansão da rede eléctrica e a instalação de equipamentos de iluminação.[1] Em 2007, albergava igualmente uma biblioteca.[5] Ver também
Referências
Ligações externas
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