Museu Brasileiro de Rádio e Televisão
O Museu da Televisão Brasileira (mais conhecido como Museu da TV, hoje denominado Museu da TV, Rádio & Cinema) esteve localizado, de 1995 a 2018, no bairro Sumaré, juntamente com a extinta associação PRÓ-TV, fazendo parte dessa entidade até 2021.[1] O museu foi fundado pela falecida atriz Vida Alves, a qual protagonizou o primeiro beijo da televisão brasileira,[2] como uma instituição privada sem fins lucrativos, tendo o intuito de resgatar a história e a memória da Televisão e do Rádio no Brasil.[3] Sendo uma instituição sem fins lucrativos, a PRÓ-TV propiciou visitas ao Museu da TV e ao seu acervo, sendo essas guiadas e com agendamento prévio com a própria instituição.[4][5] O Museu da TV, ainda na sua composição original, contou com o apoio da Associação Brasileira de Radiodifusores (ABRA) e da TV Cultura, dispondo de um espaço para reuniões, que ocorrem todos os meses, entre os associados, além de apresentar DVDs e livros sobre a memória televisiva para a venda.[1] Além disso, também aparece listado como um dos mais de 3 mil museus pertencentes ao Guia dos Museus Brasileiros, sendo esse elaborado pelo Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM/ Ministério da Cultura)[6]. Na fase atual, suas instalações estão associadas as do Museu do Cinema Antônio Vittuzzo, no bairro paulistano do Cambuci, que hoje em conjunto compõem desde 19 de junho de 2021 o Museu da TV, Rádio & Cinema. HistóriaVida AlvesA ideia para a criação do Museu, juntamente com a associação, surgiu através da atriz Vida Alves. Nascida em Itanhandu (MG) em 15 de abril de 1928, a atriz mudou-se para São Paulo ainda criança, com apenas 6 anos de idade. Estreou no mundo artístico quando pequena no programa radiofônico Clube do Papai Noel, da Rádio Difusora de São Paulo, imitando Carmen Miranda como cantora mirim.[7] Após passar por diversas redes, foi contratada pela Rádio Tupi por Walter Foster. Com o passar dos anos tornou-se uma celebridade renomada, protagonizando o primeiro beijo da televisão na telenovela "Sua Vida Me Pertence"(1951).[8] Vida decidiu retirar-se das telas com o falecimento de seu marido e, com o tempo, Vida centrou-se em iniciar um projeto dedicado a história da televisão no Brasil, a atual PRÓ-TV.[1] Fundação do MuseuA principio, Vida Alves deu inicio ao projeto sozinha. Reformou sua residência, retirando diversos ambientes que lá estavam presentes, como uma área de piscina, uma sauna e uma sala de exercícios físicos, transformando-os em um salão.[9] Em 1995, juntamente com outros colegas, a Associação dos Pioneiros, atual PRÓ-TV, foi registrada e oficialmente fundada. A fundação iniciou-se como um um Museu e uma ONG sem fins-lucrativos, mas com o passar do tempo também tornou-se uma OSCIPs (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público) podendo atuar juntamente ao governo.[10][11] Na Internet tiveram incursão em 1998, em uma parceria com SCI/EQUIFAX. O portal saiu do ar e apenas em 2002, com a ideia de se instaurar um departamento próprio de Internet, criando-se o Museu da TV (ou Museu Virtual da Televisão Brasileira), administrado pelo radialista e pesquisador Elmo Francfort.[12], que desde 19 de junho de 2021 dirige o coletivo cultural gerado após o término da PRÓ-TV, cerne do Museu da TV, Rádio & Cinema. Divergência entre colaboradoresEm 2008, o museu seria transferido para outra localidade, em um edifício histórico no centro de São Paulo, a Casa das Retortas, no Brás. O projeto de transferência de localização do museu contava com o apoio de duas instituições mantenedoras da PRÓ-TV, a Fundação Padre Anchieta / TV Cultura e a Rede Bandeirantes. Diante as negociações para a mudança de local, ambas instituições entraram em conflito, pois Paulo Markun, presidente da Fundação Padre Anchieta, pousou para um jornal renomado em frente a futura instalação do Museu. Essa atitude causou desconfiança por parte da Rede Bandeirantes, pois acreditaram que o museu terminar ficando administrado pela TV Cultura em resultado de suas atitudes durante as negociações. Assim, a Rede Bandeirantes decidiu negar adesão, e o projeto foi engavetado pelo prefeito da época, Kassab, pois desagradava à Band. O local terminou por abrigar o Museu da História de São Paulo.[13] A Rede Bandeirantes continuou como uma das mantenedoras da PRÓ-TV, por dois anos, enquanto a Fundação Padre Anchieta foi mantenedora até 2018. O Museu da Televisão Brasileira continuou na residência de Vida Alves.[14] Morte de Vida Alves e mudança para o CentroEm janeiro de 2017, morreu a presidente emérita e fundadora Vida Alves deixando a Pró-TV em luto.[15] [16]Em 2018 a entidade se transferiu para a Rua 7 de Abril no Centro de São Paulo próximo ao antigo prédio dos Diários Associados.A antiga sede da PRÓ-TV no Sumaré, após ficar para a família de Vida Alves, foi vendida para particulares. DifusãoSendo ligada, como também, ministrada pela associação PRÓ-TV, eram realizados, juntamente com colaboradores e parceiros, diversos eventos com o intuito de preservar a memória da televisão no Brasil. Dentre os eventos realizados, estão “Marcos da TV Brasileira” (em associação com a Secretaria de Estado da Cultura), “Televisão Brasileira: Primeiros Tempos” (juntamente com a Faculdade Cásper Líbero, ESPM e o Governo do Estado de São Paulo),[17] a mostra “50 Anos de TV”,[18] o evento do "Dia Nacional da TV", em comemoração ao aniversário de 66 anos da televisão no Brasil, sendo sediado na Faculdade Cásper Líbero,[19] como também empréstimos de objetos do acervo do museu para a exposição "Silvio Santos vem aí".[20] e a exposição "Seja Digital", pelo projeto de implantação total da TV digital no Brasil e desligamento do sinal analógico no país, em 2017. Novos rumosFase transitóriaThais Alves, filha de Vida Alves, esteve na presidência de 2017 a 2021. Nesse período disse à imprensa que, além de preservar a história e o acervo do museu, pretendia ministrar cursos, organizar fóruns de debates e palestras, para expansão da associação.[21] Porém, a pandemia do covid-19 e o afastamento dos associados, por conta do isolamento social, fez com a PRÓ-TV fosse atingida pela forte crise que abalou o país, desde março de 2020. As atividades foram encerradas em Assembleia da entidade em 19 de junho de 2021. A criação do Museu da TV, Rádio & CinemaA diretoria da PRÓ-TV no início de 2001, recorreu a Elmo Francfort, antigo colaborador e então coordenador do Memória ABERT - Associação das Emissoras de Rádio e Televisão, que propôs uma saída para continuação do legado da associação sem-fins lucrativos. Ele foi criador do site do Museu da TV, no início dos anos 2000, sendo grande colaborador da presidência da PRÓ-TV de 2001 a 2018, atuando não apenas na direção, como também como assessor da presidência e Gerente de Conteúdo, contando das parcerias da entidade com as emissoras e empresas. Se unindo ao Museu do Cinema, criado pelo antigo diretor da PRÓ-TV, o falecido Antônio Vittuzzo (a entidade foi criada nos anos 1970, no bairro do Cambuci), reuniu os acervos das entidades sob o nome Museu da TV, Rádio & Cinema, a partir de junho de 2021, em forma de coletivo cultural. Conforme noticiado por Flávio Ricco, no R7, "A Pró-TV vai fechar e no lugar dela está surgindo o Museu da TV, Rádio & Cinema, sob a direção de Elmo Francfort. As mudanças serão anunciadas no decorrer dos próximos dias. Agora são mais de 100 mil peças e uma bandeira maior para se defender".[22] A decisão, após a doação do acervo original da PRÓ-TV, foi a constituição de um coletivo cultural, utilizando as mídias digitais anteriormente pertencentes à associação. Muitos colaboradores da antiga entidade, acompanharam Elmo Francfort na nova constituição como coletivo, para continuar a defender a causa de preservação da memória da TV, rádio e cinema, porém, o diretor ressaltou [23] que o ressurgimento enquanto órgão museológico só se dará após negociações com os veículos e empresas do setor de radiodifusão e audiovisual, para que com planejamento surja devidamente o Museu da TV, Rádio & Cinema, de modo que evite problemas de comunicação e interesses não-comuns a todos os profissionais e entidades representadas pela entidade. Todas as atividades do coletivo continuarão a ser voltadas à preservação do rico acervo da entidade, agora localizada na Avenida Lins de Vasconcellos, no Cambuci, com visitação sob agendamento, priorizando a digitalização do acervo e a proximidade junto ao público, por meio das mídias digitais, como portal do Museu da TV, Rádio & Cinema[24] e suas redes sociais. AcervoO museu contém um vasto acervo de informações e conteúdos sobre a história da televisão brasileira,[25] todos doados por atores e profissionais da área,[26] possuindo mais de 12 mil fotos e praticamente 100 mil itens, como vídeos, equipamentos, roteiros e publicações impressas.[27] No local, estão disponibilizados:
Uma outra parte do acervo reunido se encontrava na Cidade da TV, uma exposição realizada na Cidade da Criança, em São Bernardo do Campo, até 2017.[34] Galeria
Ver tambémReferências
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