Muralhas de Plasencia

Porta de Trujillo

As Muralhas de Plasencia são uma cerca militar medieval que circunda o centro histórico da cidade Plasencia, na província de Cáceres, comunidade autónoma da Estremadura, Espanha.[1][2]

História

Ver também : História de Plasencia

A construção das muralhas é contemporânea da fundação da cidade em 1186 pelo rei Afonso VIII de Castela, após a conquista da região aos mouros do reino taifa de Badajoz, e ficaria concluída em 1201.[3]

A cidade foi concebida desde o início como uma fortaleza, ainda hoje se nota um pronunciado caráter militar na parte antiga da cidade. A criação da cidade fazia parte de uma estratégia do rei castelhano de fortalecimento da linha do Tejo, criando uma base de apoio à reconquista do sul da Península Ibérica e restringindo a expansão do Reino de Leão para oeste da Via da Prata, tanto em termos militares e políticos como em termos eclesiásticos, assegurando a colocação de Plasencia na arquidiocese de Santiago de Compostela em vez da arquidiocese de Toledo.

Em 1195, na sequência da Batalha de Alarcos, Plasencia é conquistada pelo Califado Almóada. Segundo alguns a tomada da cidade teria sido comandada por ibne Iúçufe, chefe militar de Iacube Almançor, segundo outros pelo próprio Almançor.[3]

Voltaria à posse de Afonso VIII de Castela um ou dois anos depois. Para assegurar a defesa, o rei ordenou que se completassem as muralhas, tarefa que foi completada no tempo recorde de 9 meses com o esforço de 10 000 homens.[1]

No final do século XIX partes da muralha e algumas portas e torres foram demolidos para supostamente melhorar a atmosfera viciada da área intramuros.[4]

Caraterísticas

Torreão e barbacã

A maior parte da construção é em alvenaria, com silhares e pedras de forma irregular unidas com argamassa de terra e cal, usando pedras mais pequenas para preencher os interstícios. Consta de um sistema defensivo duplo, com um pano muito grosso e uma barbacã, separados entre si por um fosso, reforçado com uma série de torreões de planta semicircular conhecidos em espanhol como cubos. Originalmente existiam 70 destes torreões e quatro torres defensivas, junto à alcáçova, sete portas principais e dois postigos (portas mais pequenas). Atualmente (2010) restam 21 torreões, duas torres, cinco portas e os dois postigos.[3][5][6]

Portas da muralha

De cada uma das sete portas principais — do Sol, de Trujillo, de Cória, Berrozanas, Santo Antão, Salvador e Talavera, — partiam ruas que conduziam à Plaza Mayor, o centro nevrálgico da cidade.[7]

Torre Lucía

É uma das torres defensivas principais que se encontra em melhor estado de conservação. É assim chamada ("luzia") porque no seu cimo se acendia uma fogueira à noite para servir como farol aos viajantes que se aproximavam da cidade, nomeadamente aos vendedores que chegavam à noite para venderem as suas mercadorias de manhã. Atualmente (2010), está instalado na torre o Centro de la Fortaleza y Ciudad Medieval, que tem exposta informação sobre a fortaleza desaparecida e a sua história.[8] Na zona encontra-se também o monumento que comemora o primeiro centenário da concessão em 1901 do título de "Muy Benéfica" a Plasencia, pela ajuda prestada pela cidade aos soldados que regressaram da Guerra de Cuba.[9]

Referências

  1. a b A maior parte do texto foi baseada na tradução do artigo «Muralla de Plasencia» na Wikipédia em castelhano (acessado nesta versão).
  2. Partes do texto foram baseadas na tradução do artigo «Plasencia» na Wikipédia em castelhano (acessado nesta versão).
  3. a b c «Plasencia». www.unex.es (em espanhol). Universidade da Estremadura. 27 de março de 2007. Consultado em 8 de janeiro de 2010. Cópia arquivada em 9 de janeiro de 2010 
  4. Flores del Manzano, Fernando. «Historia de plasencia, Siglo XIX» (em espanhol). Ayuntamiento de Plasencia. www.aytoplasencia.es. Consultado em 11 de janeiro de 2010. Cópia arquivada em 11 de janeiro de 2010 
  5. Martín, Jesús Manuel López. «Historia de Plasencia; Edad Media y Renacimiento» (em espanhol). Ayuntamiento de Plasencia. www.aytoplasencia.es. Consultado em 8 de janeiro de 2010. Cópia arquivada em 8 de janeiro de 2010 
  6. «Muralla urbana de Plasencia». CastillosNet (em espanhol). Consultado em 25 de janeiro de 2010. Arquivado do original em 30 de agosto de 2012 
  7. Palomo Linares, Florencio (2005). Plasencia y el Valle del Jerte. Leão, Espanha: Everest. p. 4. ISBN 84-241-0495-1  (em castelhano)
  8. «Guía básica de Plasencia. Murallas, acueducto y diversión». viajarporextremadura.com (em espanhol). Epsilon Eridani C.B. 2007. Consultado em 25 de janeiro de 2010. Cópia arquivada em 26 de janeiro de 2010 
  9. «Otros lugares de interés de Plasencia». dePlasencia.com (em espanhol). Consultado em 28 de abril de 2012. Arquivado do original em 28 de abril de 2012