Mortalismo cristãoMortalismo cristão é uma designação dada à crença de que a alma morre e que o "sono" da morte é inconsciente. Esta doutrina também é chamada de "Estado Inconsciente dos Mortos", e é uma crença sobre o destino final das almas, e está associada ao aniquilacionismo. Confusão com Sono da AlmaA doutrina do mortalismo cristão é, por vezes, designada como Sono da alma. Contudo, há uma doutrina homônima para o estado intermediário entre a morte e o juízo final. Alguns teólogos na história, como William Tyndale e Martinho Lutero,[1] acreditavam que o estado intermediário dos mortos seja apenas um "sono" inconsciente. Segundo estas crenças, a alma não tem consciência de nada após a morte e não saberá sequer quanto tempo se passou até a ressurreição. Para elas, seria como se o tempo passasse imediatamente da morte para a ressurreição. Alguns adeptos da doutrina do sono da alma também aderem à doutrina do mortalismo cristão, sendo referidos como "mortalidade condicional". [2] TermoO termo "mortalismo cristão" é um termo acadêmico que data dos anos 1960 no estudo da Reforma Inglesa e do racionalismo. O termo foi popularizado pelo historiador Norman Burns, em seu estudo de William Tyndale, John Milton, Thomas Hobbes, Isaac Newton e John Locke.[3] Anteriormente, os historiadores haviam usado o termo "aniquilacionismo", mas isso não fazia distinção entre a aniquilação total e a crença no "sono da morte" e "ressurreição final".[4] Um defensor do princípio do estado inconsciente da alma foi Martinho Lutero:
Contudo, quando João Calvino chamou a crença de Lutero "sono da alma" em contraste com sua própria crença: "Psychopannychia" - "a vigília da alma" houve uma confusão com os termos.[7][8][9] Nos anos seguintes, o título grego do livro de Calvino, "Psychopannychia" (psyche "alma", pan-nychis "toda a noite") foi mal interpretado e aplicado à crença de Lutero. Base doutrinalAs bases doutrinárias está fundamentada na Bíblia. Alguns dos versos bíblicos utilizados são: Gênesis 3:19; Jó 3:11-19; Salmo 6:5; 146:4; Eclesiastes 9:5; 12:7; Isaías 38:18. Segundo essa doutrina, todos os mortos agora estão dormindo nas sepulturas e os justos que "morreram em Cristo" reviverão no dia da Ressurreição para assim possuírem a vida eterna. "Só assim podemos conseguir a vida eterna" dizem seus argumentadores. (João 5:28,29; 1 Corintios 15:51-53;1 Tessalonicenses 4:16.) E assim, terá uma segunda ressurreição para os ímpios, eles serão consumidos no fogo do inferno e nunca mais existirão. (Daniel 12:2; Apocalipse 20:5,6.) A doutrina do mortalismo cristão é adotado denominações específicas como os Adventistas do Sétimo Dia[10] e cristadelfianos. Alguns anglicanos como o ultracalvinista E. W. Bullinger e o evangélico John Stott aderem a essa doutrina.[11] Outros expoentes evangélicos são os teólogos Clark Pinnock, John Wenham, Philip Hughes, e Stephen Travis.[12] Em comum, negam qualquer existência consciente da alma após a morte, exceto para os salvos. OposiçãoAs doutrinas do mortalismo cristão e do sono da alma são rejeitadas pela Igreja Católica, assim como pela maioria das igrejas evangélicas (batistas, assembleianas, presbiterianas etc.), e pela Igreja Episcopal. Os seguidores do espiritismo, por razões óbvias, também não acreditam no mortalismo cristão nem no sono da alma. PsicopaniquismoPsicopaniquismo ("Psychopannychia" = psyche "alma", pan-nychis "toda a noite", palavra que deriva do grego e que significa: "A vigília da alma") é uma doutrina que muitos creem que a alma não dorme durante a morte até a ressurreição. Após vários erros editoriais e de interpretação, o termo é usado em seu sentido contrário, o de sono da alma, o que apropriadamente seria hipnopsiquismo.[13] A origem de todo pensamento que envolve o psicopaniquismo está no segundo livro de Calvino, escrito em 1534, que será também o primeiro sobre religião. O título completo do livro de Calvino era: "Psychopannychia - tratado pelo qual se prova que as almas permanecem vigilantes e vivas uma vez que tenham deixado os corpos, o que contraria o erro de alguns ignorantes que sustentam que elas dormem até ao último momento". Ver tambémReferências
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