Mler Ife Dada
Os Mler Ife Dada foram uma banda portuguesa, formada em 1984, em Cascais, que venceu a primeira edição do concurso de Música Moderna organizado pelo clube lisboeta Rock Rendez Vous. HistóriaFase inicialA génese dos Mler ife Dada tem origem em duas sessões de improvisação com Nuno Canavarro nos teclados, Nuno Rebelo no baixo e Pedro D'Orey na voz e textos. Destas sessões nascem os temas "Zimpó" e "Nu Ar". E é da primeira estrofe desta última canção que surge o nome da banda: "Mler ife Dada dir-lhe-á, irei vida jovem em oi-ya, virá rádio nova em céu azul, amar, zunir, pintar um vai-vem (…)" Pouco tempo depois, Canavarro vai para a Holanda estudar sonologia. Nuno Rebelo e Pedro d'Orey decidem dar continuidade ao projecto, convidando Kim (Joaquim Pais de Oliveira) como guitarrista e Augusto França como teclista. Com esta formação, concorrem e vencem o Primeiro Concurso de Música Moderna do Rock Rendez-Vous, cujo prémio foi a gravação - já sem Augusto França - do maxi-single Zimpó, para a editora Dansa do Som.[1] O disco produzido por Nuno Canavarro contém os temas "Zimpó" no lado A e "Stretch my face" e Springswing" no lado B. Logo após a gravação do disco, Pedro D'Orey deixa os Mler ife Dada e vai viver para o Brasil (onde integrará o grupo Metrô sob o pseudónimo Pedro Parq). [2] Em 1985, Filipe Meireles torna-se temporariamente o cantor dos Mler ife Dada, mas, a meio do ano, tanto ele como Kim deixam o grupo. [2] Ama Romanta e Coisas que FascinamAinda em 1985, Nuno Rebelo convida Anabela Duarte para cantora, José Garcia para guitarrista e António Garcia para baterista, mantendo-se Nuno Rebelo no baixo. Esta nova formação estreia-se em concerto na I Bienal de Jovens Criadores do Mediterrâneo, em Barcelona, em finais de 1985. Em 1986 gravam o tema "L'amour va bien, merci" para o duplo-álbum compilação "Divergências", que marca a estreia da editora Ama Romanta. Meses mais tarde, esta editora lança um single dos Mler ife Dada, com "L'amour va bien, merci" e "Ele e ela… e eu". Este disco é gravado num estúdio de 8 pistas e tem produção de Nuno Rebelo. José Pedro Lorena entra para o grupo em 1986 onde toca clarinete-baixo, saxofone e teclados. Assinam contrato com a editora PolyGram (actualmente Universal Music Group) que edita o álbum "Coisas que fascinam", produzido por Nuno Rebelo.[2] Este disco contém as canções:
O concerto de lançamento deste álbum ocorreu no Teatro Rivoli, no Porto. Seguiram-se concertos por todo o pais e alguns concertos no estrangeiro: Cáceres (Espanha), Cannes (França) e ainda várias actuações no âmbito da IV Bienal de Jovens Criadores do Mediterrâneo (Bolonha, Itália, 1988). Espírito Invisível, saída de Anabela DuarteNo ano de 1988 dá-se a saída dos irmãos José Garcia e António Garcia que deixam o grupo. Anabela Duarte, Nuno Rebelo e Zé Pedro Lorena gravam o maxi-single "Coração Anti-bomba", com "Outro dia" no lado B. Kim (o guitarrista da fase inicial dos Mler ife Dada) participa neste disco como guitarrista convidado e Bruno Pedroso como baterista. Bruno acabará por vir a integrar a nova formação do grupo, para o qual entra também José António Aguiar para o baixo, passando Nuno Rebelo a ser o guitarrista. Com esta formação editam em 1989 o seu segundo álbum, "Espirito Invisível", contando ainda com a participação especial de Rafael Toral. Este albúm, produzido por Nuno Rebelo, contém os seguintes temas:
Efetuam vários concertos por Portugal e um concerto no Café de la Danse, em Paris. No ano seguinte verifica-se a saída de Anabela Duarte. É substituída por Sofia Amendoeira. Rapidamente é editado um EP com quatro temas do álbum "Espírito Invisível", cantados pela nova cantora. Mas a banda acaba por ressentir-se da ausência da cantora anterior. Paralelamente, Nuno Rebelo vai tendo cada vez mais solicitações para compor música para filmes, teatro e bailados, desenvolvendo um crescente interesse pelas tendências mais vanguardistas da música, o que o leva a decretar o fim dos Mler ife Dada após o último concerto com Sofia Amendoeira, na Bienal dos Jovens Artistas do Mediterrâneo, em Sidi Fredj, na Argélia, em 1990. Regressos esporádicosEm 2003, a Universal Music Portugal decide fazer um CD compilação dos Mler ife Dada, "Pequena Fábula", reunindo Anabela Duarte e Nuno Rebelo.[3] Este CD tem como novidades uma versão acústica de "Zuvi Zeva Novi", intitulada "Novo Zuvi Zeva Novi", gravada em 2003 para o efeito. E ainda uma nova versão de "L'amour va bien, merci", intitulada "L'amour va toujours bien, merci". Em 2014 acontece a reunião dos Mler ife Dada fazem um concerto único comemorativo dos 30 anos da banda, no Centro Cultural de Belém, Lisboa, intitulado "Pintar um vai-vem". Neste concerto Anabela Duarte e Nuno Rebelo foram acompanhados por Filipe Valentim nos teclados, Tiago Maia no baixo, Samuel Palitos na bateria, e ainda um trio de sopros e um trio de cordas. Colaboração com artistas plásticosDesde a sua génese tiveram a colaboração de artistas plásticos para a cenografia dos espetáculos e criação das capas dos discos. Logo no primeiro concerto, no concurso do Rock Rendez-Vous, apresentaram-se com um visual à base de pinturas fluorescentes criado por Sérgio Rebelo e Luís Homem de Mello. A partir da entrada de Anabela Duarte as cenografias e capas de discos ficaram a cargo de Mateus Lorena e Sérgio Rebelo. Anabela Duarte foi vestida por Rita Filipe, Ana Salazar e Lidija Kolovrat. Fotógrafos como Daniel Blaufuks, Pedro Cláudio, João Silveira Ramos e Cathrin Loerke foram responsáveis pelas fotos promocionais. Discografia
Referências
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