Miguel de Zalba
Miguel de Zalba[nota 1] (Pamplona, cerca de 1374 – Mônaco, 24 de agosto de 1406) foi um pseudocardeal navarro da Igreja Católica, que foi bispo de Pamplona. BiografiaNatural de Pamplona, Miguel seguiria os passos do tio, Martín de Zalba, também bispo e cardeal de Pamplona, que morreu em 28 de outubro de 1403. Em 1386 já era bacharel em decretos e gozava de dois priorados (na Espanha e na França) e dois benefícios (Peralta e Falces). Um ano antes de receber a dignidade episcopal, obteve o doutorado em utroque iure, tanto em direito canônico como civil, na Universidade de Bolonha.[1][2] Foi cônego do capítulo da catedral de Segóvia em 1390. Quatro anos depois, em 1394, foi cônego dos capítulos das catedrais de Tudela, Segóvia e Calahorra, racionero de Peralta e pároco de Sara. Também foi professor de direito na Universidade de Avinhão.[1] Foi criado cardeal pelo Papa de Avinhão Bento XIII no Consistório de 9 de maio de 1404, em Avinhão, recebendo o título de cardeal-diácono de São Jorge em Velabro. Nessa ocasião, Bento XIII concedeu-lhe os benefícios que estavam vagos por causa da morte de seu tio, sendo também o administrador apostólico de Pamplona.[1][3] Apesar de ser o chefe da sé de Pamplona, Miguel optou por permanecer próximo do Papa, delegando suas funções a dois vigários gerais: o arquidiácono da mesa, seu homônimo Miguel de Zalba, e o arquidiácono de Valdonsella, García de Aibar. Esta ausência poderia ter sido uma fonte de atrito com os reis de Navarra; no entanto, as relações não poderiam ter sido mais cordiais. De fato, o próprio Miguel contribuiu com 1500 florins para as despesas da viagem que Carlos III empreendeu em 1404 à França a fim de resolver seus assuntos patrimoniais, ocasião em que pediu ao Papa a categoria de sé metropolitana para Pamplona. O projeto não foi realizado, dadas as circunstâncias do cisma.[2] Com a sé vacante de Pamplona, o monarca navarro Carlos III optou pela candidatura de seu filho bastardo Lancelotus de Navarra, notário apostólico, arquidiácono de Calahorra e sacristão de Vic e que mais tarde se tornaria Patriarca latino de Alexandria, embora Bento XIII tenha finalmente optado por conceder a mitra a Miguel de Zalba. Assim, foi eleito bispo de Pamplona, sucedendo seu tio, em 25 de maio de 1406.[1][2][3] Ele era o único cardeal que acompanhava o Papa Bento XIII em sua viagem à Itália (1405-1406), que precisou ser modificada diante das notícias que chegaram em relação à pandemia na costa franco-italiana. Acabou por morrer quando estava em Mônaco, em 24 de agosto de 1406. O seu corpo foi transportado para Nice e sepultado na igreja de Saint Franc e mais tarde, seus restos mortais foram transferidos para o Mosteiro Cartuxo de Sainte-Marie de Bon Pas, em Avinhão e enterrado ao lado do túmulo de seu tio.[1][2] ReferênciasNotas
Ligações externas
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