Miguel Maria Maximiliano de Bragança
Miguel Maximiliano de Bragança (Reichenau an der Rax, 22 de setembro de 1878 – Nova Iorque, 21 de fevereiro de 1923), foi o filho mais velho do pretendente miguelista ao trono português, Miguel Januário de Bragança e de sua primeira esposa, a princesa Isabel de Thurn e Taxis, tendo, em 1920, sido forçado a renunciar aos seus alegados direitos dinásticos e à sua sucessão ao trono português, por seu casamento com uma atriz americana. Primeiros AnosMiguel Maximiliano de Bragança nasceu em Reichenau an der Rax, no Império Austro-Húngaro, sendo o filho mais velho do pretendente Miguelista ao trono português, Miguel Januário de Bragança, e da sua primeira esposa, a princesa Isabel de Thurn e Taxis, sobrinha da imperatriz Isabel da Áustria. O pai do príncipe Miguel era o chefe do ramo não-reinante da Casa Real Portuguesa que se encontrava exilado do país. O exílio tinha acontecido devido a uma lei de expulsão de Portugal promulgada em 1834 e à constituição de 1838, ambas resultantes do facto de, em 1828, o seu avô D. Miguel ter usurpado o trono de Portugal da sua sobrinha, a rainha D. Maria II. O seu avô reinou até 1834, quando D. Maria II recuperou o trono. Tal como o seu pai, Miguel seguiu uma carreira militar e prestou serviço do regimento de cavalaria da Saxónia. A 16 de Setembro de 1900, Miguel estava a regressar à sua cidade num faetonte depois de estar presente num jantar numa casa de campo, quando embateu contra a carruagem do príncipe Alberto da Saxónia, filho do príncipe Jorge e sobrinho do monarca reinante da Saxónia, Alberto - que era também seu primo direito. A colisão foi tão forte que a carruagem do príncipe Alberto se virou e caiu numa vala. O príncipe Alberto morreu algumas horas depois. Uma vez que não se conseguiu determinar se este acontecimento foi um acidente ou intencional, Miguel escapou a um julgamento, mas foi forçado a prescindir da sua comissão no exército e a deixar o país.[1] Um ano depois, o príncipe causou mais controvérsia quando se descobriu que, quando o rei Carlos I de Portugal visitou o Reino Unido, Miguel entrou em Portugal com o objectivo de ajudar numa revolta contra o rei. Depois deste incidente ser descoberto, Miguel foi rejeitado socialmente pelas famílias reais.[2] CasamentoA 9 de Julho de 1909, foi anunciado em Londres o noivado de Miguel com a atriz e herdeira americana Anita Stewart.[3] Anita Stewart era filha de William Rhinelander Stewart e Annie Armstrong. Depois de os seus pais se divorciarem em Agosto de 1906, a sua mãe casou-se com o milionário James Henry Smith.[3] Miguel e Anita Stewart casaram-se no Castelo de Tulloch, perto de Dingwall, na Escócia, a 15 de Setembro de 1909. Foi o primeiro casamento real a ser celebrado na Escócia desde a época dos Stuarts.[4] Pouco antes do casamento, Anita Stewart recebeu o título de princesa de Bragança do sacro-imperador Francisco José I da Áustria.[5] Quando se casou, Miguel pôde manter o seu lugar na linha de sucessão uma vez que a lei portuguesa não contemplava casamentos morganáticos.[6] Deste casamento nasceram três filhos: Nadejda, John e Miguel. Os filhos reivindicaram os títulos de príncipes e princesa até 1920, quando o casamento de Miguel foi declarado inválido em termos de sucessão.[7] Últimos AnosDepois do seu casamento, Miguel Maximiliano reivindicou o título de duque de Viseu do seu pai, apesar de o rei de Portugal, D. Manuel II, ainda estar vivo e reclamar o título para si próprio.[8] Pouco depois do seu casamento, Miguel foi processado por um sindicato que lhe tinha emprestado dinheiro alguns anos antes quando o príncipe passou por dificuldades financeiras. Depois de ter prometido pagar ao sindicato com um quinto do dote que recebeu do seu casamento, depois tentou pagar apenas a quantia que tinha pedido emprestada.[9] Apesar de ter pago o que devia à maior parte dos seus credores depois de se casar, alguns não ficaram satisfeitos e confiscaram mobília e outros bens, vendendo-os depois em leilão.[10] Em 1911-1912, Miguel Maximiliano participou nas revoltas monarquistas em Portugal, conhecidas por Monarquia do Norte, lideradas por Henrique Mitchell de Paiva Couceiro que consistiram numa tentativa falhada de derrubar a República Portuguesa.[11] Também teve um papel activo na recolha de fundos para futuras revoltas.[12] Miguel Maximiliano encontrou mais tarde trabalho em Londres, onde trabalhou como escrivão para um corrector na firma Basil Montgomery, Fitzgerald and co.[8] Depois de ter sido forçado a sair do exército, voltou ao mesmo para prestar serviço no corpo automóvel da Alemanha durante a Primeira Guerra Mundial, chegando à posição de capitão.[13] Depois da guerra, a 21 de Julho de 1920, Miguel renunciou aos direitos de sucessão do trono português em seu nome e em nome dos seus descendentes. O seu pai também renunciou aos seus direitos dez dias depois, o que colocou a liderança da causa miguelista nas mãos do seu meio-irmão mais novo, Duarte Nuno. O príncipe Miguel mudou-se mais tarde para Nova Iorque onde vendeu seguros de vida até morrer de pneumonia que se seguiu a um ataque de gripe.[14][15] Descendência
Genealogia
Referências
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