Miguel Cidras
Miguel Angel Cidras Vivas (Montevidéu, 1936 ou 1937 - São Paulo, 20 de março de 2008) foi um pianista, maestro, arranjador, compositor e produtor uruguaio radicado no Brasil desde 1958 até a sua morte. Ficou famoso pela sua parceria com o cantor e compositor baiano Raul Seixas, bem como por ser um dos compositores do grande sucesso de Sidney Magal, "Sandra Rosa Madalena, 'a Cigana'". CarreiraMiguel veio para o Brasil em 1958 e estabeleceu-se em Porto Alegre, onde começou a trabalhar como pianista e fazendo arranjos para a Rádio Gaúcha. Ali, conheceu uma jovem cantora, Elis Regina, que o levou para o Rio de Janeiro, chegando a morar junto dela e de seu pai por 15 dias. Apesar da proximidade, nunca trabalharam juntos.[1] No Rio, trabalhou como pianista e arranjador para emissoras de rádio, redes de TV e gravadoras, até que, em 1965, gravou seu único disco solo: Samba na Onda, creditado como Miguel Angel e acompanhado pelo conjunto Os Ipanemas. Em 1969 e 1970, acompanhou como pianista, compositor e arranjador dos dois discos da série Boogaloo Combo que tentavam lançar o ritmo latino boogaloo no país, com algum sucesso.[2] No início dos anos 70, conheceu Raul Seixas quando ele era produtor da Discos CBS, mas apenas superficialmente. Depois, reencontraram-se quando Miguel Cidras fez a abertura para o disco Os 24 Maiores Sucessos da Era do Rock, do qual Raul participava como cantor (posteriormente, o disco passaria a ser creditado a Raul[3]). Assim, Raul chamou-o para fazer os arranjos de "Ouro de Tolo", quando o cantor baiano foi contratado pela Philips Records. Assim, inicia uma parceria que começaria com Krig-ha, Bandolo! e duraria até A Pedra do Gênesis, penúltimo álbum de Raul. Cidras acabaria sendo, ainda, por um curto período nos anos 80, o empresário do cantor baiano. Nos anos seguintes, trabalharia com artistas ligados ao soul e ao funk, como Tim Maia (em seus álbuns de 1976, 1977 e em Tim Maia Disco Club).[4] A parceria entre os dois terminou após uma briga quando Tim criticou o arranjo de Cidras em "Pais e Filhos" e o maestro aplicou uma "gravata" no cantor carioca. Tim ainda chegou a partir para cima de Miguel com uma pá de pedreiro, mas os dois foram apartados pelos músicos e técnicos do estúdio. Nos dias seguintes, Cidras foi cumprimentado por diversos músicos pelo feito e o próprio Tim chegou a dizer que faria o mesmo se a situação fosse o inverso.[2][5] Trabalhou também com outros artistas de música negra dos anos 70, tanto do movimento Black Rio (como Gerson King Combo em seu álbum de 1977), quanto da música disco (como o álbum de estreia de As Frenéticas). Neste estilo, trabalhou como pianista e arranjador no segundo disco de Sidney Magal - Magal - no qual participa, também, como compositor da faixa de maior sucesso do cantor, "Sandra Rosa Madalena, 'a Cigana'", em parceria com Roberto Livi.[6] Em 2008, faleceu após um passar mal repentinamente quando se preparava para passar por exames médicos e exercícios de fisioterapia, já que sofria com a mobilidade de uma de suas pernas, precisando utilizar bengalas para se locomover.[4] DiscografiaDiscografia dada pelo Discogs.[7][8] Carreira Solo
Produtor, arranjador ou instrumentista
ReferênciasBibliografia
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