Mi tierra
Mi tierra é o terceiro álbum de estúdio da cantora cubano-estadunidense Gloria Estefan, lançado em 22 de junho de 1993 pela Epic Records. Produzido por Emilio Estefan, esposo da cantora, o álbum ficou marcado como seu primeiro trabalho em língua espanhola além de uma homenagem às suas raízes cubanas. O álbum passeia por variados gêneros musicais cubanos, como bolero, danzan e o tradicional Son cubano. Gravado nos estúdios Crescent Moon Studios, em Miami, Estados Unidos, Mi tierra contou com a participação de proeminentes artistas do cenário latino, como Tito Puente, Arturo Sandoval, Cachao López, Chamin Correa e Paquito d'Rivera. O álbum foi um sucesso internacional, vendendo mais de 8 milhões de cópias em todo o mundo até 2006. Nos Estados Unidos, este foi o primeiro álbum a alcançar o topo da Billboard Top Latin Albums, além de alcançar a 27ª posição na Billboard 200. Mi tierra vendeu mais de 1 milhão de cópias nos Estados Unidos e Espanha. O álbum recebeu avaliações positivas dos críticos musicais, que destacaram sua produção, seleção de repertório e desempenho vocal de Estefan. O álbum foi vencedor ainda do Grammy de Melhor Álbum Tropical Latino. AntecedentesDesde o início de sua carreira, Gloria Estefan desejava gravar um álbum totalmente em espanhol refletindo sua herança cultural cubana.[1] Antes de gravar em inglês, Estefan e sua banda se apresentavam em casas noturnas latinas; ela também relembra que sua mãe lhe ensinava antigas canções cubanas.[2] A música tinha um papel singular no ambiente familiar da cantora; sua avó paterna era poetisa e um tio tocava flauta numa banda de salsa.[1] O desejo de Estefan em gravar um álbum inteiramente em espanhol também foi acentuado por seu filho, Nayib; sua intenção era de que ele não abandonasse a herança cubana de seus ancestrais.[2] Gravação e produçãoMi tierraa foi produzido por Emilio Estefan, produtor e marido da cantora, e os antigos integrantes da banda Miami Sound Machine, Clay Ostwald e Jorge Casas.[3] O álbum conta com a participação especial de notáveis artistas da música latina, como Nestor Torres, Cachao López, Paquito Hechavarría, Chamin Correa, Paquito D'Rivera, Arturo Sandoval, Luis Enrique e Tito Puente.[4] Outras participações são de Sheila E. e da London Symphony Orchestra.[4] O álbum foi gravado no Crescent Moon Studios, em Miami. Uma das maiores vozes da salsa caribenha em todos os tempos, Celia Cruz foi convidada a registrar sua participação, mas recusou devido a compromissos de carreira.[1] A capa do álbum exibe Gloria Estefan em uma foto em preto e branco num local que simula um clube noturno de Havana na era da Revolução Cubana.[5] Estilo musicalA faixa que abre o álbum, "Con los años que me quedan" é um típico bolero cubano. As três outras faixas de estilo similar são "Mi buen amor", "Volverás" e "Hablas de mí".[3][6] A faixa-título detalha a paixão de Estefan por sua terra natal em ritmo de salsa. Em "Ayer", o eu-lírico encontra uma flor recebida de um grande amor e deseja devolvê-la. A faixa combina bolero com son.[7] A faixa "No hay mal que por bien no bien" é no estilo danzón e retrata um breve caso amoroso.[3] "¡Sí señor" ("Yes Sir!") é outra canção no estilo son cubano. O bolero "Volverás" foi posteriormente regravado pelo cantor mexicano Alejandro Fernández em seu álbum Me Estoy Enamorando (1997), também produzido por Emilio Estefan.[8] "Montuno" foi assim batizada em homenagem ao estilo musical homônimo.[9] "Hablemas el mismo idioma" é um hino em prol da união dos povos latino-americanos, conclamando a todos a deixarem as diferenças de lado quando falam o mesmo idioma. A faixa que encerra o álbum é "Tradición", que recebeu uma roupagem no estilo guaguancó.[3] Recepção críticaJose F. Promis, do site Allmusic concedeu quatro estrelas ao álbum, considerando-o "um dos mais satisfatórios" da carreira de Estefan. Mi tierra foi "um álbum alegre e ensolarado com momentos de melancolia" e "um de seus mais consistentes álbuns até então". Achy Obejas, escrevendo para o Chicago Tribune elogiou o álbum por "entregar o som atrevido de uma salsa mais contemporânea" e destacou a produção de Emilio Estefan. Anne Hurley, da Entertainment Weekly afirmou que Mi tierra iria "rodopiar você em uma paisagem intoxicante de ritmos tradicionais cubanos e sabores aromáticos" e aplaudiu os artistas convidados ao projeto. Parry Gettelman, do jornal Orlando Sentinel, considerou o álbum como "firme, oferecendo canções e arranjos firmemente baseados nas tradições cubanas". Gettelman comparou-o aos trabalhos anteriores da artistas com a Miami Sound Machine, incluindo seu estilo musical e composição: "Ela esquece os sintetizadores e leva as cordas da London Symphony Orchestra a um efeito maravilhoso... abandonando o melodrama para um real sentimentalismo".
Créditos
Ver também
Referências
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