Mesotelioma
Mesotelioma é um tipo de neoplasia que se desenvolve a partir das células do mesotélio - tecido de origem mesodérmica que forma o epitélio que reveste externamente as vísceras. A área mais comumente afetada é a pleura, mas também pode ocorrer com menor frequência no peritônio e, mais raramente, no pericárdio e na túnica vaginal.[1][2] Os sinais e sintomas do mesotelioma podem incluir dispneia, ascite, dor torácica, tosse, fadiga e perda de peso.[2] Esses sintomas são progressivos, mas podem ser tardios devido ao curso geralmente lento da doença.[3][4] Mais de 80% dos casos de mesotelioma são causados pela exposição ao amianto. Quanto maior a exposição, maior o risco.[1][5] Estima-se que cerca de 125 milhões de pessoas foram expostas ao amianto em todo o mundo e que o mesotelioma afete 1 a 2 milhões de pessoas por ano.[1][6] A alta incidência da doença ocorre entre trabalhadores de minas de amianto, de empresas que utilizam essa fibra mineral como matéria prima ou que comercializam produtos fabricados com ela. Alguns autores afirmam que até mesmo lavar rotineiramente as roupas de quem trabalha com amianto constitui um fator de risco para o mesotelioma,[6] que, muitas vezes, pode levar até 40 anos para se manifestar.[5] Outros fatores predisponentes incluem herança genética e infecção pelo vírus SV40.[7] Casos sugestivos, verificados em achados radiográficos ou tomográficos, podem ser confirmados por exames citológicos e histológicos.[4] O tratamento geralmente inclui cirurgia, radioterapia e quimioterapia. Um procedimento conhecido como pleurodese utiliza estímulos mecânicos ou químicos - com substâncias como o talco -, para promover o colabamento dos folhetos pleurais e impedir o acúmulo de líquido nesse espaço.[2][8] No tratamento quimioterápico, os agentes mais comumente utilizados são a cisplatina e o pemetrexede.[4] No Brasil, cerca de 95% dos pacientes evoluem para óbito nos primeiros 2 anos após o diagnóstico da doença.[1] Nos Estados Unidos, a taxa de sobrevida após 5 anos de diagnóstico é de cerca de 8%.[9] Em 2013, cerca de 50.000 pessoas tiveram mesotelioma e 34.000 morreram da doença.[10][11] As taxas de incidência variam de acordo com a região, sendo mais elevadas na Austrália e na Grã-Bretanha e mais baixas no Japão.[5] Ocorre com maior frequência após os 50 anos de idade e acomete mais homens do que mulheres.[1] CausasQuase sempre é causado devido a exposição a asbesto, principalmente pelo trabalho em minas. Outras causas envolvem radiação e aspirar silicatos fibrosos. Asbestos podem facilitar a infecção por vírus símio 40, um oncovírus que suprime os genes que combatem o câncer, mas essa teoria foi confirmada apenas em estudo com animais. [12] A maioria das pessoas que desenvolvem mesotelioma trabalharam em empregos nos quais foram expostas e inalaram partículas de asbesto, ou elas foram expostas a poeira de asbesto e fibras de outras maneiras. O ato de lavar as roupas de um membro da família que trabalhou com asbestos também pode colocar uma pessoa em risco de desenvolver mesotelioma.[13] Ao contrário do câncer de pulmão, não há associação entre o mesotelioma e o tabagismo, mas o tabagismo aumenta muito o risco de outros cânceres induzidos pelo asbesto.[14] Para confirmar o diagnóstico de mesotelioma, um médico deve ter uma biópsia de tecido do revestimento do pulmão ou do abdômen e examiná-la sob um microscópio para células cancerosas.[15] Sinais e sintomasOs sintomas do mesotelioma pleural incluem falta de ar e dor torácica devido a derrame pleural (fluido entre o pulmão e a parede torácica) ou dor na parede torácica e sintomas gerais como perda de peso, fadiga e tosse seca. DiagnósticoO diagnóstico pode ser suspeitado com um raio-x de tórax e uma tomografia computadorizada, sendo confirmado através de uma biópsia (amostra de tecido) e exame microscópica. Pesquisas sobre exames de rastreamento para detecção precoce do mesotelioma estão em andamento. TratamentoUma toracoscopia (a inserção de um tubo com uma câmera no tórax) pode ser usada para retirar biópsias e permite a introdução de substâncias como talco para obliterar o espaço pleural (procedimento conhecido como pleurodese), o que previne que mais fluido se acumule pressionando o pulmão. Apesar do tratamento com quimioterapia, radioterapia e cirurgia, a doença possui um prognóstico ruim, com sobrevivência média de 10-12 meses.[16] HistóricoO termo foi cunhado em 1908, por Adami, embora a literatura médica registrasse casos de endoteliomas, papilomatoses e carcinossarcomas que se igualavam a este tumor.[17] Seu reconhecimento clínico deu-se a partir da década de 1950, sendo mais comuns na pleura.[17] Os casos de mesotelioma estão associados ao uso do amianto (asbestos) nas construções. Casos famosos
Referências
Bibliografia
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